#CAPÍTULO 67#

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Ariella Young

O médico tira o lençol que cobre o corpo do Nicolas, e logo vejo que suas pernas estão enfaixadas devido a  cirurgia que fez alguns minutos atrás.
Observo tudo com muita aflição, orando em pensamento para que o caso dele não seja sério.
O Doutor Peter explicou que o impacto do acidente foi muito forte e no momento que o carro do Nicolas se chocou com o outro veículo, as pernas dele foram atingidas por alguma coisa pontuda por ter chegado a perfurar um pouco, cada uma e além do mais, para piorar a situação as pernas ficaram prensadas nas ferragens comprimindo os músculos, o que ocasionou bastante dor também.
- Não se preocupe, Nicolas. É o efeito da anestesia. Logo, logo vai passar e você sentirá suas pernas.- o médico o tranquiliza me fazendo sorrir pelo alívio de ouvir essa notícia.
- Graças a Deus. - eu disse, aliviada cobrindo o Nicolas de volta com o lençol. Ajeito o travesseiro nas suas costas e coloco sua cabeça em uma posição confortável.
- Ainda estou bem grogue. - ele murmura, passando a mão no rosto.
- Vai passar. - abro um sorriso meigo, acariciando o seu rosto.
- Pronto! Está tudo ordem. Se sentir alguma coisa pode apertar aquele botão ao lado da cama que venho rapidamente. - O Doutor Peter avisa, sorrindo acenando para nós dois.
- Obrigada! - agradeço, sorridente. O vejo se retirar do quarto junto com a enfermeira e volto a olhar para o Nicolas que deposita um beijo na  palma da minha mão com os olhos centrados nos meus.
- Me desculpa por esconder o segredo da sua mãe. - ele fala recordando o motivo da nossa discussão. Desvio o olhar do seu, e suspiro profundamente.
- Quando eu soube do acidente... Eu... Pensei em milhares de coisas ao mesmo tempo. Sentir algo tão forte dentro do meu coração que na hora pensei que... Fosse infartar. No percurso até aqui, me odiei muito por...- confesso em voz baixa sem terminar de completar a frase. Nicolas da um sorriso fraco e me puxa para mais perto da cama. Nos olhamos.
- Não diga isso, Ary. Você estava triste e com todo razão. - Nicolas disse, acariciando o meu queixo.
- Você poderia ter morrido e... Olha como seria. Olha como você teria ido embora... Iria triste pelas coisas que eu disse a você, teria ido brigado comigo e... Nossa! Meu Deus! Não ia suportar perde-lo. - sussurro,  juntando nossas testas. Meus olhos se enchem de lágrimas.
- Você não vai me perder, querida.- ele da um sorriso de canto, e prossegue . - E não sinta esse ódio de si, não sabemos controlar nossas emoções, muitos menos sobre o dia de amanhã. Não se condene por isso. - Nicolas me abraça carinhosamente dando um beijo na minha testa.
- Tem razão. - Murmuro, com os olhos fechados.
- Preciso te falar uma coisa... Quero que tome cuidado.
- Por que está me falando isso? - pergunto, confusa quando Kayle entra no quarto para vê o Nicolas. A ignoro por um tempo ao lembrar do que descobrir. Passo a mão no rosto me afastando um pouco da cama percebendo a ausência do Oliver no quarto. Como assim eu não o vi ir embora? Que estranho! Será que tem muito tempo? Coço a nunca devagar.
- Você viu Oliver sair? Ele estava bem aqui. - pergunto, voltando a olhar para o Nicolas que nega com a cabeça.
- Ele foi... É... - Kayle morde os lábios.
- Diga! - exclamo, preocupada.
- Ele foi no hotel em que o Felipe está hospedado. - ela confessa de uma vez colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.
- Como? Ele não sabe o endereço.- eu disse, com a testa franzida.
- Me desculpa! Eu dei o endereço.- ela confessa nervosa me deixando com  os olhos arregalados.
- O quê? Ficou louca? Você viu que os dois saíram na mão e que eles se odeiam. - altero a voz inconformada com a sua atitude.
- Não tinha outra escolha.- Kayle tenta se justificar.
- Como assim? Acredito que ele não a pressionou com uma arma na sua cabeça. Pelo amor de Deus, Kayle! Quer que os dois se matem?- começo a entrar em desespero.
- Ary... - Nicolas me chama com um tom de voz crescente.
- Isso não é coisa boa. Oliver tem algum motivo específico para ter ido atrás do Felipe. - murmuro, andando de um lado para o outro.
- Não tire conclusões precipitadas. Vai com calma... - Kayle tenta sugerir parando ao lado da cama.
- Merda! - resmungo, tirando o aparelho da bolsa. Disco o número o dele e encosto o celular no ouvido, porém só faz chamar. Oliver não vai me atender.
- Ary, tenho algo para...
- Eu vou atrás dele. Não se preocupem... Kayle fique com o Nicolas, por favor. - eu disse, saindo do quarto correndo sem da tempo do Nick reclamar. Passo pelos médicos e alguns pacientes que me olham sem entender a minha pressa. Encontro o senhor William no estacionamento perto do Logan que aparenta está bastante concentrado nessa conversa. Parece ser algo do passado já que os dois não se falam desdo ocorrido da traição. Imagino que não deve ser nada fácil para o pai do Nicolas, já que William se deitou com a sua esposa.
Nem todas as pessoas conseguem lidar com isso de forma civilizada e com classe. O Logan está sendo bem maduro por consegui manter um diálogo com o William que pelo visto está arrependido. Todos erram e têm suas feridas, mas nem todos são fortes o suficientes para perdoar os erros ou  curar as feridas. 
Digo pela Clara... Mesmo com o passar dos anos, ela se permitiu que a dor que seu "ex-marido" causou fosse eterna. Decidiu se isolar do mundo, escolheu se afastar do Oliver por saber que com o pai ele teria uma vida boa.
  Desvio o olhar do William assim que chego perto do meu carro. Noto Jeff próximo a mim. Não adianta perguntar sobre Oliver. Seus seguranças jamais falarão algo relacionado ao chefe. Bufo.
Entro no meu carro completamente nervosa e ponho a chave na ignição depressa. Isso não está certo. Por que Oliver iria querer visitar o Felipe? O que deve ter acontecido? Argh... Droga! Começo a dirigir para a saída do estacionamento em alta velocidade. Tento ligar mais uma vez para ele, porém o mesmo não atende a ligação. Tenho absoluta certeza que Oliver está vendo a minha ligação, porém o mesmo não quer me atender. Vou descobrir o que está acontecendo.

LIVRO 3* Ariella (Reciprocidade)✔Onde histórias criam vida. Descubra agora