#CAPÍTULO 64#

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Ariella Young

Após uma tarde maravilhosa, Oliver e eu decidimos voltar para a casa devido o horário. Depois de feito amor no rio, ficamos sentados em uma pedra conversando sobre nós dois, nosso futuro. Algo que nunca conversamos antes. A minha maior surpresa foi ouvi-lo afirmar que pretende morar comigo, porém precisamos escolher se será na França ou nos Estados unidos já que eu tenho minha mãe. Nossa! fiquei sem reação.  Sempre quis ter essa certeza de querer saber se ele me via no futuro dele , porque está com alguém que não pensa em estar no futuro com você, não vale a pena. Nunca quis um momento de felicidade, quero uma vida inteira repleta, e saber o que Oliver quer me tranquilizou muito.
Depois das nossas conversas, comemos alguma coisa antes de pegar a estrada e conheci melhor o local da cabana.
Dou uma olhada rápida para o céu, conferindo se ainda irá chover ou não. O tempo continua frio, e por isso que preferimos ir embora com antecedência. Como a cabana é longe do lugar que moramos decidimos adiantar.
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Passei o percurso inteiro pensando na ligação do Felipe. Eu sinto que tem algo de errado e isso me preocupa muito. Tanto que antes de dormir recebi uma mensagem dele avisando que tem algo urgente para falar comigo que eu precisava retornar o mais rápido possível. Como não me preocupar? Sinto meu estômago embrulhar toda vez que penso no que pode ser. Apesar que ainda perguntei do que se tratava, porém não obtive resposta. Oliver percebeu minha inquietação no carro, mas não chegou a perguntar o motivo. Apenas tocou na minha mão, e me deu um sorriso como se quisesse dizer que vai ficar tudo bem.
Tiro o cinto de segurança assim que chegamos no meu condomínio, passamos pelo porteiro e seguimos para a minha casa.
- Quase ia me esquecendo, a Lucy pediu para te entregar isso. - eu disse, tirando o passaporte e a passagem de Kátia de dentro da bolsa. Oliver assente, pegando da minha mão e guardando no bolso da calça.
- Ela está em sua casa? - pergunta, com a testa franzida.
- Sim, ela veio ontem e provavelmente deve estar ainda. - respondo, assim que o carro é estacionado na frente da minha casa. Solto um suspiro e faço uma careta por está indo embora.  Não queria ter ido embora da cabana. Foi uma noite e uma tarde perfeita.
Assim que ele tira a mão do volante percebo a sua aliança no seu dedo. Abro um sorriso, não lembro de ter o visto colocar. Acho que na situação que nos encontrávamos era impossível raciocinar direito. Fico feliz que ele tenha colocado, assim deixa as putas longe. Para, Ariella! Reprimo uma risada com esse pensamento.
- Qualquer coisa me liga. - ele fala fazendo menção de se aproximar para me dá um beijo, mas prefiro sentar em seu colo para lhe dar um beijo de língua feroz. Oliver da um sorriso mordendo os lábios com a minha audácia, e segura minha cintura assim que nossas bocas se juntam. Sinto sua mão bater de leve na minha bunda quando ouvimos a porta da minha casa se abrir com força atraindo a nossa atenção. Tomo um susto. Olho para o lado assustada vendo Felipe sair bravamente junto com o Nicolas. Parece que os dois estão discutindo um com o outro. Que merda é essa? Saio do colo do Oliver as pressas, e abro a porta do carro correndo para saber o que está acontecendo.
- Isso não se faz, caramba!- Felipe retruca.
- Você não entende, acha que isso é um assunto fácil que pode ser falado a qualquer momento mais não é.- Nicolas grita de volta.
- E quando pretendia contar? Nunca.- Felipe rosna indo para cima do Nick.
- Ei... - grito com os olhos arregalados, me posicionando entre os dois. Nicolas me olha no mesmo instante ao perceber a minha  presença. Parece... Preocupado? Triste? Não sei. Não gosto de vê-lo me olhar assim. Meu estômago se aperta de novo.
- Chegou na hora certa, empresário Walker. - Felipe grita com zombaria, dando risada.
- Vai a porra. - Oliver rebate com uma voz áspera.
- Assunto encerrado. - Nicolas avisa, passando a mão no rosto.
- O que aconteceu para vocês estarem brigando?- pergunto em voz alta para os dois.
- Ary...
- Ela confiou em vocês dois. Esconder coisas da vida dela é algo imperdoável. Por que não contar? Todos já sabem mesmo, até a Munique - Felipe avisa, dando de ombros.
- Cala a porra dessa boca seu merda. - Oliver grita parecendo saber do que se trata o que me deixa mais confusa. Não entendo. Todos sabem, a Munique também... Agora, Oliver? O que deve ser? Por que estão me ignorando?
- Não adianta mais esconder, não conseguem entender? Eu descobrir Ariella, que... - Felipe tenta dizer quando é empurrado com força batendo as costas na parede da minha casa.
- O que você quer seu infeliz? Afasta-la de mim? Do Nicolas? De todos? Não consegue se contentar com o que não pode ter e quer largar tudo como um jeito de se vingar? Você não tem ideia do que isso pode causar na vida dela.- Oliver relata, furioso.
- Eu sei o que pode causar, e é por conta disso que Ariella deveria saber desde o princípio, e não... Isso não é uma disputa entre você e eu, Oliver. Não me importo se ela prefere você como um namorado, porque continuaremos amigos você querendo ou não. - Felipe rebate o deixando mais irritado.
- Gente, parem com isso. Do que vocês estão falando? - exclamo, passando a mão nos cabelos atordoada.
- Por que não conta para ela o que sabe? - Felipe pergunta direcionando o olhar para o Nicolas. O silêncio prevalece entre nós e olho para todos a espera de alguma explicação. Ele prossegue a pergunta, dessa vez para Oliver que o fuzila com o olhar.
- Se a ama tanto como diz empresário... Por que esconde algo que ela merece saber? Estou aqui para dizer o que vocês não foram capazes de fazer até agora. - Felipe disse, com raiva andando na minha direção.
- Não se aproxime dela, seu filho da puta. - Oliver grita, dando um passo na direção dele. Seguro a sua mão para impedi-lo e o faço recuar.
- Tudo bem! Seu Co- var- de! - Felipe disse, pausadamente para provoca-lo com um sorriso irônico.
De repente, o que eu mais temia acontece diante dos meus olhos. Oliver solta a minha mão e se aproxima do Felipe tão rápido que eu não pude segura-lo. Ele desfere um sofouito forte que faz o Felipe cuspir sangue no chão.
- Parem! - grito, chorando ao vê duas pessoas que eu amo brigarem por minha causa. Oliver continua enchendo o Felipe de murros que tenta revidar ao máximo com chutes.
Entro em desespero.
As meninas escutam o meu grito e saem da casa correndo para saber o que está acontecendo quando se deparam com a briga.
Kayle tampa a boca com uma das mãos, enquanto corre na minha direção para tentar apartar. Nicolas faz o possível para separar os dois com dificuldade já que é o único homem sozinho no momento.
- Desgraçado! Você deve me agradecer por não estar atrás das grades. Eu poderia ter acabado com sua vida. - Oliver exclama, cuspindo cada palavra com muita raiva.
Felipe se levanta passando a palma da mão no lábio inferior para conter o sangramento e me olha, dessa vez, com um semblante sério. O observo tirar algo do seu bolso com os olhos fixos em mim.
- Vocês estão loucos? Olha o que estão fazendo. Isso não é possível. - Reclamo, de boquiaberta com a situação. Estou decepcionada.
- Tome, Ariella! - Felipe disse, estendendo a foto na minha direção assim que me aproximo dele para examinar o seu machucado.
- Você está ferido. Vamos todos entrar para... - tento ajudá-lo quando sua mão toca na minha, me fazendo segurar a foto.
- Essa é a sua mãe, Ariella. - Felipe avisa com um tom de voz baixo.
- Merda. - Nicolas resmunga, cerrando a mandíbula com força.
- O quê? - pergunto, sem entender o que Felipe está querendo dizer.
- Puta que pariu! Você tem noção do que fez seu demente? - Oliver pergunta, raivosamente passando as mãos nos cabelos, agoniado. Meus olhos passeiam pela foto demoradamente ao lembrar da moça que está na foto. Lembro-me que é a mesma mulher que estava na fotografia que o Arthur me mostrou uma vez quando o encontrei na rua. Agora, é uma foto diferente... Ela está sentada na mesma cama que eu já tinha visto, só que dessa vez tem um rapaz ao seu lado e... Calma ai! Eu conheço esse homem. É o mesmo cara que bateu na porta da minha casa a procura de uma mulher chamada Samantha. Meu Deus! Óbvio que na foto eles aparentam ser mais jovens, porém da para ver perfeitamente que é o mesmo rapaz e a mesma mulher. O que eles tem em incomum? Então é essa a mulher que ele procurava naquela noite? Ergo a foto no ar, e olho para o Felipe, intrigada.
- Você nunca viu minha mãe, não é? Essa não é ela. - eu disse, ainda assustada com toda situação. Todos me observam.
- Não, Ariella. Você não entendeu.- ele repete, fechando os olhos com força. Franzo a testa.
- Como assim? - pergunto novamente.
- Porra! Chega, isso está indo longe de mais. Você não tem esse direito de conter.- Oliver o repreende, tirando a foto da minha mão. O encanto confusa.
- Será que podem me explicar o que...
- Filha. - olho para trás vendo minha mãe com os olhos lacrimejados encostada na porta da minha casa. Ela se aproxima devagar com os olhos fixos nos meus e toca nas minhas mãos, com delicadeza. Posso senti-la tremer.
- O que faz aqui desse jeito? - pergunto, em voz baixa.
- Precisamos conversar. - Cris sussurra com tristeza.
- O que houve? - minha voz falha só vê-la chorar.
- Independente do que aconteça a partir de hoje, quero que saiba de uma coisa, o meu amor por você sempre será e sempre foi o mesmo.
- Está me deixando assustada, mãe. - murmuro, percebendo o olhar de todos sobre nós.
- Acho melhor a gente entrar, não é mesmo? Aqui fora não é um lugar adequado. - Isabel se pronuncia tocando no meu ombro. Concordo, ainda assustada por todos estarem agindo estranho. As minhas amigas andam em direção a casa junto com o Nicolas, e qua do faço o mesmo sinto alguém segurar minha mão.
Oliver me puxa para um abraço forte e junta nossas testas com olhos  fechados. O observo confusa.
- Me desculpa.- sua voz soa como um sussurro. Toco em seu queixo o fazendo abrir os olhos.
- Por que está me pedindo desculpas? - pergunto, assustada.
- Por não contar como deveria.- seus olhos passam tristeza.
- É muito sério? - engulo em seco.
- Vamos entrar. - ele avisa, entrelaçando nossas mãos. Ando ao seu lado até a porta encontrando Felipe do lado de fora encostado na parede. Seus olhos se desviam do meu. Oliver não me deixa falar nada e me leva para dentro da casa rapidamente. Encontro minhas amigas sentadas na escada juntas, enquanto Nicolas permanece em pé encostado na parede com os braços cruzados. Minha mãe senta no sofá assim que me vê chegar e sento no mesmo lugar junto com Oliver. Felipe decidiu permanecer do lado de fora. Talvez, não por não querer participar da conversa. Suspiro profundamente a esperar de alguma explicação.
- Gente! Me digam o que está acontecendo, droga! Estou nervosa e preocupada ja.- suplico olhando Nicolas. Minha mãe olha para o chão começando a chorar fortemente parecendo está perdida. Dói meu coração vê-la assim. Nunca a vi desse jeito.
- Pega um copo de água para ela, Isa. - escuto Carol pedir para uma das meninas, preocupada com minha mãe. Levanto-me do sofá e olho para todo mundo incrédula.
- Ary, eu queria dizer que... - Nicolas inicia, nervoso.
- Não sou criança, então por favor... Vá direto ao assunto, sem enrolação. Okay? - eu disse, impaciente. Oliver inclina o corpo para frente apoiando os braços nas pernas.
- Essas pessoas que estão na foto que o Felipe mostrou. Eles... São... - percebo Nicolas tentar encontrar um melhor jeito de me contar. Buscar as melhores palavras é indício de que as coisas não são boas.
- São seus pais. - Oliver acrescenta sem arrodeios olhando diretamente para mim.  Fico de boquiaberta.
- Oi? Estão zuando com a minha cara, não é? - pergunto, dando risada.
- Não, querida! - Afirma Nicolas, frustado com um semblante sério. Desfaço o sorriso dando um passo para trás como se tivesse sido atingida por algum objeto além de palavras. Por um momento começo a ficar atordoada tentando absorver o que foi dito.
- Não é nenhuma trolagem?- Pergunto, com os olhos arregalados.
Minha mãe ergue a cabeça ainda em prantos, e segura a foto que Oliver tinha tirado das minhas mãos.
- Faz tanto tempo que não vejo uma foto dela... Me Desculpa, desculpa por não cumprir o que prometi para você, Samantha. - minha mãe sussurra para si mesma atraindo minha atenção. O que ela está dizendo? Como assim?
- Que inferno! Tudo culpa daquele desgraçado. - Oliver resmunga, ao se levantar do sofá furioso.
- Ary, sua mãe a Cris... Na verdade, é a sua tia. - Nicolas confessa com cautela dando um passo na minha direção.
- Você tem noção do que está dizendo?- Pergunto, com os olhos marejados.
- Filha. - Cris me chama, começando a explicar tudo o que escondeu durante todos esses anos. - Essa na foto é a Samantha, minha irmã mais velha. Éramos sempre unidas... Não conseguíamos viver sem a outra. Nosso pai faleceu em um acidente de carro, e com isto minha mãe surtou. Ela bebia dia e noite, sem parar. Batia na gente, nos maltratava e... Vendeu suas próprias filhas para uma moça chamada Helena, dona de um bordel muito famoso na época. - Neste momento, minha mãe se cala para respirar fundo, tentando conter as lágrimas. Meu peito doí. Me encosto na parede, e desço lentamente ficando sentada no chão. Distante de todos. Fecho os olhos e passo a mão no rosto.
- De início não entendiamos o que estava acontecendo mesmo com os dezesseis anos de idade, pois nunca tinhamos vistos tal lugar, tal situação... Então, de início ficamos trabalhando na parte da cozinha, preparando o almoço para os fregueses. Pela manhã era um restaurante e a noite era somente bar  e prostituição. Tínhamos vontade de fugir daquele lugar. Tentamos de várias formas, porém lá era repleto de seguranças. Não tinha como, era impossível. O único jeito era pagar aos seguranças um valor alto ou fugir de uma forma que era muito perigosa para nós... Matar a dona do bordel. Enfim, a Samantha me disse que... Iria começar a se prostituir para obter dinheiro e assim pagar ao segurança pela nossa liberdade. Foram anos e anos, filha... Anos naquela luta, naquele inferno. Eu vendendo bebidas a noite na própria boate, enquanto a Samantha se prostituía para realizar o nosso sonho. Sei o quanto era difícil para ela entregar o seu corpo, pois perdi a conta das vezes que a encontrei chorando em seu quarto e não podia fazer nada. Implorei que parasse, mas a Sam era teimosa e sempre foi uma mulher determinada. Se ela me prometeu que me tiraria de lá, iria cumprir de todas as formas.
"Vamos sair daqui juntas, vai ficar tudo bem, eu prometo Cris. Prometo"... "Tudo isso vai passar". - A medida que minha mãe conta a história seu choro se torna mais forte. Enxugo meus olhos contendo o soluço e pé sentada no chão de olhos fechados.
- Isso é um pesadelo. - sussurro, para ninguém ouvir no momento que Isabel senta ao meu lado me puxando para um abraço e deito a cabeça em seu ombro. Não posso culpa-las, sei que não sabiam de nada. Tê-las aqui comigo me confortam.
- Esse homem na foto se chama Tom Gustin. Foi na boate pela primeira vez para comemorar uma despedida de solteiro de um algum amigo, e nessa noite conheceu a Verônica. - Cris volta a explicar novamente. Ergo a cabeça a com as sobrancelhas arqueadas.
- Verônica? Ela também era prostituta? Ela sabe de tudo isso? - pergunto, em um grito.
- Sim! - Minha mãe responde,  continuando. - Enfim, a boate não era somente um bordel, as pessoas iam para dançar, beber ou até mesmo se drogar. Porém, ele se encantou pela forma que ela dançava no pole dance e pagou por uma noite. Acredito que depois desse dia a Verônica engravidou. Com o passar dos tempos, nunca mais vi esse rapaz e nem mesmo a Verônica falava sobre ele, porém um dia... Tom voltou mais uma vez. A partir daquele dia descobrir que era um homem muito rico, e que estava lá de volta por motivos de trabalho, algumas encomendas que Helena tinha feito, talvez, não sabia muito bem... Lembro que era uma noite bem cheia, todas estavam no palco dançando, inclusive a Samantha. Ela era deslumbrante, cabelos longos, lisos... Muito linda. Chamava atenção de todas as formas, ângulos, e foi naquele palco... Que eles trocaram os primeiros olhares. Eles definitivamente se apaixonaram. Dali em diante, os encontros foram acontecendo com frequência, e quando soube, eles já estavam namorando. Tom pagava muitas horas só para ter um momento com a Samantha, porém não digo somente o sexo, mas conversas, um abraço, manter a presença... Ele a queria de todas as formas possíveis. Então, a chamou para ir embora do bordel, disse que daria uma vida melhor para ela, que aquele lugar só trazia dor... E... Ele não estava errado. Samantha me disse que tinha contado nossa história toda para o Tom, e que ele estava disposto ajudar, mas ela não aceitou. Porque não iria para lugar nenhum se eu não fosse junto. Em uma noite, a Verônica nos contou que tinha engravidado de um cliente, não sabíamos que era do Tom que ela se referia, e que precisava fugir, pois tinha medo da Helena. Se descobrissem sobre a gravidez matariam ela e o bebê. Porque se o pai, por acaso quisesse assumir a criança, provavelmente iria querer tirar a mulher do bordel e isso não poderia acontecer. Nós éramos mercadoria, nós dávamos a renda, e isso poderia envolver a justiça o que acabaria com os negócios da Helena, então... Todas eram obrigadas a usar preservativos. A gravidez era sua sentença de morte. Enfim, Verônica fugiu da boate de uma forma perigosa, após se relacionar com um dos seguranças... Coisa difícil de se conseguir, mas conseguiu.
Com o passar dos meses, foi a vez da Samantha dizer que esperava um filho de Tom Gustin, o rapaz por quem se apaixonou. Ela sabia que era arriscado essa gravidez, mas mesmo assim não teve coragem de abortar. Então, fomos escondendo a gravidez juntas por nove meses. Foram os meses mais difícies das nossas vidas, tínhamos que mentir muito, colocava algumas meninas para trabalharem no lugar da Samantha, dizia ela tinha adoecido e precisei mentir muitas vezes para o Tom como para Helena. Ele a procurava todas as noites, completamente preocupado pelo sumiço. Me pedia para vê-la, queria saber se ela tinha melhorado, mas ele nunca a viu... Não mais. Tudo só ficou um pouco fácil de esconder porque Helena não ficava no bordel devido as suas viagens para outros países, então conseguimos segurar até o seu nascimento, Ariella. - Minha mãe disse, dando uma pausa. Dessa vez olhando para mim. Abro os olhos lentamente a encarando. Todas as minhas amigas estão chorando em silêncio abraçadas uma nas outras por descobrirem junto comigo sobre o parentesco da minha família. Nicolas me observa, entristecido, enquanto Oliver continua a me olhar preocupado. Me afasto da Isabel aos poucos e levanto-me do chão devagar.
- O Luís, sempre trabalhou na boate como segurança. E como tínhamos uma amizade ele nos ajudou na hora do parto. Levou a Samantha carregada para o fundo do estacionamento que continha um espaço junto com mais duas meninas na casa que eram nossas amigas, uma delas se chamava Meredith...
- A moça da cafeteria.- resmungo, ao lembrar da conversa secreta que Nicolas teve com ela.
- O seu nascimento foi a melhor coisa que aconteceu nas nossas vidas. O único momento mais lindo que vivemos juntas.

LIVRO 3* Ariella (Reciprocidade)✔Onde histórias criam vida. Descubra agora