#CAPÍTULO 11#

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Ariella Young

Estaciono carro bruscamente na frente da casa do Oliver extremamente decepcionada. Não sei expressar o que estou sentindo. Por mais que a Karine tenha me dito o que aconteceu, ainda quero mais respostas, mas explicações. Fiquei preocupada, pensei que tivesse acontecido o pior e ele nem para me avisar e dizer que esta tudo bem. Que raiva. Desço do carro com os olhos marejados, e caminho até o portão eletrônico quando alguém toca no meu ombro.
- Está tudo bem? Vi que ficou abalada depois de conversar com aquela moça. - Jeff pergunta, preocupado.
- Apenas quero falar com Oliver. - aviso, fazendo sinal para o porteiro abrir. Solto um suspiro. O portão se abre e ergo a cabeça me deparando com o seu carro parado em frente a casa perto do jardim. Seu cachorro Bob corre de uma lado para o outro na grama, enquanto o vejo vasculhar os bancos traseiros do carro. Todas as portas estão abertas até o porta-malas dando entender que cheguei na hora certa. Coloco uma mecha de cabelo atrás da orelha e ando na sua direção.
Oliver está vestido de paletó e gravata com os cabelos molhados parecendo que está de saída. Respira fundo. Não quero perder o controle. Não posso. Paro atrás do seu carro, e cruzo os braços em silêncio. Bob corre na minha direção e começa a latir atraindo a sua atenção para mim. Oliver sai do carro surpreso com a minha presença. Seus olhos me fitam parecendo está perdido.
- Está ocupado? - pergunto, observando que todas as portas do seu carro estão abertas.
- Não, sim... Na verdade, vou para a empresa. - ele responde, passando a mão nos seus cabelos.
- Essa hora? - perguntei dando uma olhada no relógio de forma irônica.
- O que faz aqui? - Oliver me olha, desconfiado.
- Sério isso? O que eu faço aqui? - ergo as sobrancelhas.
- Não é isso, só estou surpreso.- ele da um sorriso de canto.
- Está procurando alguma coisa? - pergunto, sentindo meu coração acelerar de nervosismo. Dou uma olhada no seu carro.
- Por que está me fazendo esse interrogatório? - ele da um passo na minha direção. Permaneço imóvel.
- Passei amanhã toda preocupada com você. Esperei sua ligação, alguma notícia e...
- Eu perdi o celular. -  Oliver responde me interrompendo. Franzo a testa.
- Sério? Que pena... Perdeu como? Deixa que eu respondo... Nas mãos da Karine. Um ótimo lugar, não é? Qual delas o levou a perdição? Tábata, Virgínia ou a Pamela? - gritei vendo seus olhos se arregalarem. Todos os seguranças me olham, inclusive Jeff.
- O que falaram para você? - Oliver tenta se aproximar.
- Não. - grito, dando dois passos para trás.
- O que te contaram? - Ele insiste, preocupado.
- Dane-se o que me contaram, isso importa alguma coisa? Olha o que você fez comigo. - gritei, aos prantos. E lá vamos nós de novo... Sentir essa dor.
- Ariella, por favor. - Oliver tenta me segurar, porém me desvencilho das suas mãos.
- Aqui está a porra do seu celular. - tiro o aparelho da bolsa com brutalidade e arremesso o aparelho na grama.  Os seguranças observam espantados com a cena sem saber se devem ou não intervir.
- Ariella, fica calma!
- Calma? Está me pedindo calma? Sério isso? Só me responda uma coisa. Aonde você dormiu? - perguntei quase em um grito. Seus olhos me fitam parecendo entender que eu já sei de tudo, porém quase tudo. Não tudo.
- Na casa do Dimitri. -  sua resposta me afeta dolorosamente, afirmando o que Karine me informou. Ela não mentiu.
- Nicolas também? - pergunto, dessa vez com uma voz baixa.
- Sim. - Oliver responde, com um semblante sério e ao mesmo tempo nervoso. O que mais me intriga é que nenhum momento ele desmentiu. Isso significa que realmente aconteceu alguma coisa com uma das moças ou com a próprias Karine. O silêncio prevalece e sem dizer mais dou-lhe as costas.
- Espera, Ariella. - Oliver segura meu cotovelo.
- Não, não, não me peça para ouvi-lo. Pensei que só teria homens, você mentiu para mim e ainda me traiu.
- Não tinha mulheres, Ariella. Foi coincidência, o Dimitri não convidou nenhuma delas. Só me deixar explicar o que houve... Por favor.- Oliver tenra explicar, segurando meus braços.
- E mesmo assim não foi o suficiente beberem na festa, tiveram que levar as putas para a casa do Dimitri. - grito.
- Você está julgando sem saber. - ele retruca alterando a sua voz. Posso está fazendo isso, mas estou revoltada, nervosa, chateada, não adianta me corrigir. Neste momento preciso pôr para fora tudo o que me incomoda.
- Só vou te perguntar mais uma coisa.
Fez algo de errado? Tem algo que eu deva saber? - Pergunto, parando de lutar contra o seu aperto. Meus olhos avermelhados devido o choro agora fitam os seus. Ficamos por alguns minutos assim.
- Eu não sei dizer... Porque eu passei mal e... Me perdoe. - sua voz sai como um sussurro e fico de boquiaberta sem acreditar no que estou ouvindo.
- Não sabe? - as lágrimas escorrem pela bochecha copiosamente.
- Vamos conversar, entre por favor.
- Eu não acredito nisso. Confiei em você. - sussurro, perplexa. Oliver me solta devagar, e me afasto atordoada.
Seus olhos desviam do meu, e olho para o lado sem saber o que falar. Por essa eu não esperava.
- Não me procure mais. - peço, aos prantos. Corro em direção ao portão e espero o porteiro abrir, porém ele não faz. Franzo o cenho. Aviso que estou de saída, mas não adianta.
- Não vou deixa-la sair desse jeito. - Oliver se aproxima.
- Abra a porra desse portão. Quer que eu fique olhando para essa sua cara de... - não consigo terminar de falar quando percebo o portão eletrônico se abrir. Olho para trás vendo Jeff parado ao lado do porteiro com o controle na mão. 
- A levarei em casa. - ele avisa, me chamando e sem pensar duas vezes ando apressadamente ao seu encontro.
- O que você esta fazendo? Eu te dei ordens de não...- Oliver se enfurece.
- Estou cumprindo a ordem que você me deu, Chefe. Devo cuidar, proteger e impedi-la de se machucar com toda a minha vida... Agora, Ariella está machucada e não a deixarei se machucar mais, por favor. - Escuto Jeff dizer me fazendo chorar ainda mais. Oliver me olha com um semblante triste e pela primeira vez depois de muitos anos seus olhos se enchem de lágrimas. Fico cabisbaixa.
- Passarei na sua casa de noite, Ariella. A leve em segurança Jeff.- Oliver avisa, enfiando as suas mãos no bolso da calça. Dou-lhe as costas e começo a caminhar até o meu carro sem olhar para trás. Jeff está logo atrás de mim.
- Ariella, John vai digirir o meu carro. Quer que eu assuma o seu volante?- ele pergunta, com um olhar compreensivo.
- Quero, Jeff. Obrigada. - sento no assento do carona, e quando o vejo sentar no banco para colocar a chave na ignição dou-lhe um abraço o pegando desprevenido. Não tenho palavras para agradeçe-lo. Hoje eu vi que seu trabalho é muito mais do que ficar de guarda me observando, é me proteger com unhas e dentes mesmo que isso custe a sua vida.
- Obrigada, Jeff. Acho que nunca pedi isso, mas obrigada. - eu disse, com uma voz embargada. Ele retribue o abraço, e da um sorriso amigável.
- Vai ficar tudo bem. Agora a levarei em segurança para a sua casa.- Assinto. Encosto com a cabeça na janela e dou uma olhada em Oliver que continua em frente a sua casa imóvel com os olhos em mim. O ignoro. Tentarei não pensar nisso, por enquanto. Ponho o cinto de segurança e fecho os olhos, entristecida. Por isso que digo e repito... Em outra encarnação eu tinha uma fazenda, porque te tanto chifre que recebo não da para contar no gibi. Suspiro. Sinto meu celular vibrar na bolsa e tiro o aparelho, as pressas, para atender a chamada.
Vejo o nome do Oliver no visor. Meu coração dispara. Não adianta, não estou em condições de ouvir ou falar nada. O que dizer? Que estava bêbado? Que não queria me trair? Dane-se. Desligo o celular, e coloco dentro da bolsa para evitar qualquer tipo de contato.
- Jeff não vou para a minha casa. Me leve na casa da Lucy, por favor. - peço, educadamente.
- Tudo bem.- ele assente com um sorriso compreensível.

LIVRO 3* Ariella (Reciprocidade)✔Onde histórias criam vida. Descubra agora