Ariella Young
Esperei minha mãe chegar com a Penélope do mercado para dá uma volta nas ruas de New York. As vezes, gosto de ter um momento só para mim. Pensar sobre a vida, minhas atitudes, meu trabalho, meu relacionamento tanto com amigos como a pessoa que fico. É o tempo que uso para ter um autoconhecimento. Se conhecer é uma das coisas que não tem preço. Como Oliver tinha coisas da empresa para fazer decidir dormir na minha casa mesmo. Não quero atrapalha-lo. Pude ver como está bem ocupado.
Dou uma olhada pelo retrovisor antes de passar para outra pista já que um carro de cor vermelha está na minha frente conseguindo ser pior que uma lesma. Meu Deus! Paciência é uma das coisas que não tenho. Antes eu poderia ter, pois não tinha carro. Agora que tenho, mudou totalmente. Mandei uma mensagem para Oliver avisando que daria uma volta e como agora eu não saio mais sozinha, ele não se preocupa tanto.Para sair a noite coloquei uma calça jeans preta, uma blusa de mangas compridas em um tom vermelho escuro e um blazer preto, nos meus pés calçei uma bota marrom de couro sem salto, porém comprida alcançando meu joelho.
Decido comprar um capuccino, enquanto vou dirigindo sem saber para onde ir. Estaciono o carro na frente de uma joalheria, e saio do carro de braços cruzados. Aqui é muito frio. Nossa! Estou congelando. Coloco as luvas vermelhas em cada mão para manter os dedos aquecidos, enquanto eu estou fora do carro. Ergo a cabeça para procurar um estabelecimento que tenha capuccino quando noto algumas jóias na vitrine da loja onde deixei meu carro estacionado bem na frente. Um colar específico atrai minha atenção.
Sem hesitar, caminho até a loja deslumbrada com a beleza do colar delicado, acompanhado com uma pedra azul no centro. Observo cada detalhe imaginando como ficaria em mim. Apesar que não gosto muito de usar acessórios, mas que esse atraiu minha atenção. Um colar delicado, fino e ao mesmo tempo elegante combinaria perfeitamente com um vestido longo de tom nude. Ficaria fantástico.
- Em que posso ajuda-la? - A funcionária se aproxima com um sorriso gentil nos lábios despertando-me dos meus devaneios. Olho para o lado ainda um pouco distraída com a beleza do colar que não percebi sua presença.
- Na verdade, só estou dando uma olhadinha. - respondo.
- Fique a vontade, se precisa de alguma coisa pode me chamar, sou Aline. - Ela avisa, educadamente.
- Obrigada, Aline. - Eu disse, agradecendo-lhe por sua gentileza. Viro-me novamente para o colar brilhante quando olho para outro lado da rua notando uma loja de brinquedos. Logo me vêm as crianças na cabeça do orfanato. Fecho os olhos por um instante ao sentir saudade das crianças, do amor, do carinho que elas me proporcionam. Olho para o relógio certificando-me a hora, e vejo que não está muito tarde. Acho que se Anastácia lembrar de mim, vai liberar a visita pelo menos um pouquinho. Ando a passos largos com um sorriso no rosto até o meu carro. Não quero mais capuccino. Outro dia eu compro.###
O lugar não parece ter mudado. A rua está deserta com algumas casas em volta e vejo que tudo continua do mesmo jeito, mas a pintura do portão, as paredes externas do orfanato é outra. Acredito que Oliver decidiu promover essa mudança já que ele se empenha muito quando o assunto é ajudar o orfanato. Gostei de tudo. Sorrio ao admirar a parede amarela. Logo após, estacionar o meu carro abro a porta com cuidado quando sinto a presença de alguém se aproximar. Fecho a porta, e tranco o carro vendo Jeff com mais seguranças ao seu lado
- Estaremos aqui. - ele avisou olhando em volta.
- Obrigada! - respondo, com um sorriso amigável.
Volto a olhar para o orfanato, e caminho a passos largos em sua direção. Noto dois seguranças na frente do portão com uma maior quantidade na parte interna - devem estar fazendo a segurança das crianças. Nossa! Que legal. Um deles parece ter dois metros de altura, ombros largos, braços fortes, pernas longas aparentando ser um homem muito bonito já que consigo enxergar o seu perfil assim que chego mais perto. Os dois vestem uma roupa preta com bonés na cabeça, atentos a qualquer movimento. Cruzo os braços na medida em que vou me aproximando, e penso se esses dois irão me impedir de entrar no orfanato por causa do horário.
- Boa noite! É... Anastácia se encontra? Gostaria de falar com ela. - eu disse, atraindo atenção dos seguranças.
- Ariella? - um dos guardas me chama pelo nome. Franzo o cenho. Um homem alto aparentando ter um metro e oitenta, peles negras, dentes bem alinhados, corpo bem definido e uma beleza esplêndida me olha.
- Me conhece? - Pergunto, surpresa.
- Sim, você é a namorada do patrão. - disse o rapaz, abrindo um sorriso gentil.
- Perdoe-me Senhorita, não a reconheci. - Disse outro segurança, perplexo. Sorrio.
São os seguranças contratados por Oliver, pensei.
- Isso! Sou eu mesma. - eu disse, sorrindo.
- O que faz aqui uma hora dessa sozinha? É perigoso, Senhorita.- Disse Júlio, olhando para os dois lados quando percebe a presença do Jeff. Os dois acenam com a cabeça em gesto de cumprimento.
- Vai entrar na semana dela agora? - O outro segurança pergunta dando risada, e o acompanho.
- Eu sei que está tarde, mas eu quero muito ver as crianças. - aviso, olhando para o portão.
- Pode entrar, Ariella. Anastácia fica logo ali, perto da recepção.- Júlio aponta para me mostrar melhor o local. Balanço a cabeça positivamente, e abro o portão entrando no espaço do orfanato com um sorriso em forma de agradecimento.
Caminho com os braços cruzados para conter o frio encontrando Anastácia perto de uma mesa anotando alguma coisa em um papel. Ela está com os cabelos presos em um coque usando uma calça branca e uma blusa de mangas compridas de tom azul. Parece bem concentrada nos trabalhos. Sorrio, admirada com a reforma que Oliver fez por aqui. É incrível o cuidado que ele tem com as crianças, mesmo morando na França resolveu pintar, construir novas áreas, e trazer mais conforto para todos. A pintura já não é mais a mesma, quadros pendurados nas paredes para decorar o local, e até o próprio piso parece ser outro desde a última vez que estive aqui. Anastácia ergue a cabeça com um susto assim que paro em sua frente. Sorrimos uma para a outra
- Ariella! Que surpresa boa. - Pela minha felicidade, ela me reconheceu. Anastácia me abraça demoradamente com pergunta uma atrás da outra. Se estou bem, o que fiz durante esse tempo... Cada palavra me faz um bem tão grande que dou-lhe um abraço mais apertado.
- Eu sei que sumir muito, mas... - tento me desculpar pela a demora de visita-las.
- Não precisa se explicar meu bem, nós sabemos que viajou a trabalhos e as crianças estão cientes disso. Ela assistiu os seus filmes. - ela disse, empolgada.
- Sério? Nossa é tão bom saber disso. Não quero que pense que as abandonei. - suspiro.
- Elas perguntaram muito por você, mas Oliver explicou o motivo e ainda mostrou as fotos da sua viagem. Não se preocupe. - Anastácia explica, enquanto sinto um sorriso brotar dos meus lábios pela sua informação. Não sabia de nada disso. Na época, estávamos separados. Não tinha notícias suas, não tínhamos contato. Estava no Brasil vivendo minha vida e agora saber que ele provavelmente visitou meu Instagram, olhou as fotos e se preocupou em explicar para as crianças o motivo do meu sumiço. Cada vez me esse homem me surpreende.
- Posso vê-las? - pergunto, risonha.
- Claro que sim, algumas estão dormindo, mas tem outras que adoram assistir um desenho animado antes de ir para a cama. Pode vim.- ela murmura.
- Quando eu era criança fazia muito isso para conseguir dormir.- eu disse, dando risada.
- Somos duas, querida. Essas crianças me fazem lembrar a minha época. - Anastácia rir comigo ao passar pelo extenso corredor que passamos na última vez que vim com Oliver.
Olho para as salas ao passar na frente das portas e vejo alguns funcionários limparem alguns quartos, enquanto os outros estão sentados em suas mesas mexendo no notebook. De repente, algo me faz parar. Meus olhos param assim que olho para dentro da sala de brinquedos. Estou de boquiaberta. Arregalo os olhos ao me aproximar da porta com cautela, e tampo a boca com uma das mãos ao observar a pessoa que eu menos esperava encontrar por aqui, ainda mais brincando com uma criança. Prendo a respiração.
- Ariella está tudo bem? - A voz doce de Anastácia me tira do transe, e pisco os olhos repentinamente para despertar. Volto a encara-la.
- Si-sim... É... O que Erick está fazendo aqui? Desculpa se estou sendo invasiva, mas é que eu o conheço. - eu disse, sentindo minhas mãos ficarem trêmulas. Espero que ele não esteja aqui para fazer algo de ruim com essas crianças só para afetar o Oliver. Essas crianças não tem culpa dos assuntos deles. Espera... Ninguém sabe quem é o dono desse orfanato. Como Erick descobriu? Pode ser uma coincidência ele está aqui? Quais são as chances disso acontecer?
- Oh... Você o conhece? - Anastácia demonstra surpresa.
- Conheço. Ele já foi na empresa do Oliver algumas vezes. - Dou um sorriso fraco.
- Entendo. Ele veio visitar o filho.- ela responde, me deixando perplexa. Como assim?
- Você disse filho? Filho mesmo?- arregalo os olhos.
- Ele adotou esse menino, mas é um processo, precisa resolver várias coisas para consegui adota-lo. Fico feliz que essa criança vai ter uma família. - Anastácia comenta, emocionada. Sinto minha garganta secar. Realmente não sei no que pensar ou no que dizer. Por essa não esperava, não sei se é mais um dos seus planos ou se ele realmente está com uma vontade de ser pai solo ou ele pode ter alguém e não sabemos.
- A senhora me dá um minuto rapidinho para eu falar com ele?- pergunto, sorrindo.
- Fique a vontade, Ariella. Estarei naquela sala com as crianças assistindo, caso precise de alguma coisa. - Ela cochicha com um sorriso no rosto, e pisca o olho para mim antes de se afastar. Volto a olhar para Erick que está deitado no chão com o seu filho contando a história de um urso polar que encontrou em uma casa no meio da floresta. Abro um pouco a porta, e encosto-me na parede em silêncio. Permaneço imóvel ainda perplexa com a cena. Fico alguns segundos nesta posição quando Erick ergue o olhar me flagrando. Engulo em seco.
- O que está fazendo aqui? - Ele pergunta, se levantando do chão rapidamente.
- Ele é mesmo o seu filho? - pergunto, ignorando a sua pergunta.
- Sim. - Erick responde, curto e grosso.
- Isso não é um tipo de plano maluco seu, não é? - Cruzo os braços, com um semblante sério.
- Mais uma pessoa que não acredita nas minhas escolhas.- ele murmura, irritado.
- Quer que eu acredite em você depois de tudo o que me fez? - pergunto quase em um sussurro.
- Para de falar essas coisas, ainda mais aqui. O que quer fazer? Destruir o que estou querendo realizar agora e tira-lo de mim?- ele se altera, incrédulo. Franzo o cenho.
- Apenas quero me certificar que você não machucará essas crianças. - retruco.
- Você não sabe de nada, nada sobre minha vida. Não fale essas coisas na frente dele, ele tem idade suficiente para entender. - Ele disse, completamente irritado.
- Ainda estou bastante surpresa por vê-lo aqui. - confesso, pasma.
- Faça o que veio fazer nesse orfanato e me deixe em paz. - Erick me dá as costas bruscamente indo até o seu filho que brinca de carrinhos perto de uma pista de corrida. Solto um suspiro, caminho na sua direção.
- Por que decidiu adota-lo? - Insisto querendo saber mais.
- Por que isso te interessa?
- Porque a minha preocupação é pelas crianças. - respondo.
- Não vai parar com as perguntas? - ele me olha, com um sorriso irônico.
- Não. - Balanço a cabeça em negação.
- Vai fazer mais perguntas se eu responder que esse assunto não é seu seu?
- Sim. - dou de ombros de braços cruzados.
- Imaginei. - Erick resmunga.
- Sempre quis ter um filho? - pergunto, olhando para a criança.
- Sempre foi um sonho.
- Por que não teve? - insisto, curiosa.
- Vou gerar um filho com um fantasma? Com minha própria sombra? Não sou casado, Ariella. Não tenho ninguém.- Ele responde, impaciente. Reviro olhos.
- Calma, não precisa ser grosso. Eu não sei nada da sua vida, okay? Nao sabia que era solteiro.- dou de ombros.
- Sempre quis adotar, mas nunca tive um impulso. Foi quando descobrir o que Oliver fazia e ainda faz por esse lugar. Ajuda todas as crianças desse orfanato, e a história por trás disso tudo me surpreendeu. Foi um avanço para mim, porque foi por causa dele que eu conseguir a... - Ele tenta dizer, quando o interrompo.
- Está dizendo que através do Oliver, você adotou essa...
- Sim. - Ele responde, me interrompendo. Dou um sorriso. Erick me olha com um semblante sério me repreendendo com um olhar, e desfaço a risada fingindo está séria.
- Desculpa. - Eu disse, tampando a boca com uma mão para conter a risada.
- Estou falando sério, mas apesar que pensando bem, parece realmente mentira da minha parte tudo isso, só que não é. - Erick abre um sorriso sincero e passa a mão no rosto baixando suas guardas de homem durão. Assentir compreendendo.
- Estou chocada, mas meus parabéns por esse gesto. Você me surpreendeu.- disse com sinceridade.
- Eu sei que posso ter meus erros, ter deixado a fama e o dinheiro subir a minha cabeça... Ter agido feio com você naquele dia. Mas descobrir que por trás do Oliver frio existe um homem de coração puro e eu o admirei e me inspirei nessa pessoa que um dia odiei. Isso é louco, eu sei... Mas...
- Quero assistir um desenho pai. - Disse o garotinho ao segurar a sua mão o interrompendo. Dou um sorriso de lado observando a cena.
- Claro, filho. Vamos que daqui a pouco papai precisa ir embora.- ele responde o guiando para a fora da sala dando uma olhada rápida para mim.
- Não. - disse o garotinho, emburrado.
- Não faça assim, você sabe que sempre venho te visitar, não sabe?- Erick avisa com paciência. Isso é estranho. Nunca imaginei que ele fosse assim. Fico deslumbrada com a cena.
- Por que não posso ir com você? - o garotinho, faz cara de choro.
- Já conversamos sobre isso Otávio. Papai já disse que precisamos esperar a casa ficar pronta. É seu presente, e você vai ver tudo no momento certo. Só precisa esperar mais um pouquinho.- Erik disse ao filho dando-lhe um beijo na testa demorado. Seus olhos fitam os meus, e sinto orgulho pela pessoa que estou vendo na minha frente. É uma pessoa totalmente diferente. Desvio o olhar ao perceber que nos olhamos de mais, e encaro o chão figindo uma tosse. Otávio entra correndo na sala onde Anastácia está para assistir o desenho, e faço o mesmo me dirigindo até a porta quando Erick segura meu cotovelo me impedindo de continuar.
- Espera. - ele pede, com uma voz baixa. Nos encaramos.
- Diga. - eu disse, rapidamente.
- Sobre aquele dia que eu te machuquei na casa do Oli...
- Não tem que fazer isso. Não quero suas...
- Não quis machuca-la, mas eu fiquei fora de mim. Me desculpa pela maneira como te tratei, como a segurei, como a machuquei. Não queria fazer aquilo. - Ele confessa, com um semblante triste.
- Por que mudou de ideia? Por que isso agora? - Pergunto.
- Por causa dele. - Erick fala olhando para dentro da sala onde várias crianças assistem um desenho animado. Sigo o seu olhar, encontrando Otávio dentro da sala ao lado dos seus amiguinhos. Permaneço paralisada sentindo o impacto que sua resposta me causou. Seu filho olha para a nossa direção e dou um sorriso disfarçado.
- Com ele, Ariella... Eu aprendi o verdadeiro sentido da palavra amor. - Erick cochicha ao meu lado antes de se afastar indo em direção ao seu filho. Solto um suspiro profundo, e faço o mesmo. Sento no chão ao lado de Anastácia e observo as crianças emocionada. Faço um coque em meu cabelo e dou uma risada junto com todos quando o Lula molusco - do desenho de Bob Esponja - recebe uma torta na cara do Patrick Estrela. Otávio deita no colo do Erick, e observo ele abraça-lo com carinho enquanto assiste o desenho.Cada pessoa tem um lado bom e um lado ruim, isso é inevitável e às vezes, por focar no que a pessoa faz de ruim que esquecemos de enxergar o outro lado. O lado bom. A cada amanhecer parece que as pessoas se tornam mais frias, deixando de cuidar do próximo, deixando de se importar, de compreender, e principalmente de amar. A frieza está consumindo os corações de muita gente fazendo com que várias pessoas se preocupem apenas com a parte externa, com aparência, por coisas fúteis esquecendo que o mais importante é o que está dentro de nós, é o que está acima de nós, é o que realmente somos como seres humanos. Deus nos mostra a cada instante que a vida é muito maior que tudo isso, é muito maior que o mundo, dos que nossos problemas. Somos apenas passageiros neste lugar que chamamos de terra. Quando a hora de partir chegar, tudo ficará... Tudo permanecerá no seu devido lugar... Tudo restará. O amor precisa está presente a cada segundo e minuto das nossas vidas, a bondade, a solidariedade, a bondade faz a vida se tornar melhor, e isso é deixado de lado por muitos. Isso que é essencial, é isso que precisa ser multiplicado e não a violência, a dor, o sofrimento. E para isto, é necessário olhar dentro de nós, e ver que tudo depende de cada atitude nossa. Não deixe o coração esfriar, não deixe o amor se esfriar... Faça valer a pena, faça a diferença. A vida só temos uma, só pode ser vivida apenas uma vez e a cada despertar é uma chance que Deus nos dá para viver, para cultivar, para nós transformar e para transbordar o amor.
O que causou em Erick não foi apenas me olhar e se arrepender do seu ato em relação a mim, foi enxergar e sentir além do que o seus olhos podem ver. O verdadeiro amor pelo próximo e como podemos ser amados.
Isso transforma o ser humano. O amor transforma, e renova. Não queira ser feliz sozinho. Cultive o amor.
Como é dito no versículo da Bíblia.
“A maldade aumentará de tal maneira que o amor de muitos se esfriará”
Não se permita se esfriar. Ame e viva feliz da sua maneira.
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LIVRO 3* Ariella (Reciprocidade)✔
RomanceAutora: Emily Silva Seja Consciente, PLÁGIO É CRIME. Obra registrada na Biblioteca Nacional. TERCEIRO LIVRO DE ARIELLA. # É necessário ler o segundo livro # Depois de um passado doloroso. Ariella aceitou sua nova jornada de cabeça erguida, e se arri...