Ariella Young
Depois dos votos o casamento seguiu tranquilamente. A festa se iniciou em um salão imenso que tem na mansão com direito a um DJ profissional, luzes, buffet, garçons... Fiquei logo empolgada para dançar. Antes de sair da cerimônia vi que Oliver não se encontrava mais na cadeira. Ele saiu antes do término dos votos e não voltou mais, então decide procura-lo passando por William que abraçava Luísa a parabenizando pelo casamento. Ando pela mansão a procura do Oliver quando vejo a escada da entrada principal com duas mulheres sentadas no quinto degrau parecendo revoltadas com alguma coisa. Ignoro. Sigo para a saída quando escuto a conversa das duas. Não estou ouvindo coisas... Elas falaram o nome do Oliver. Disfarçadamente, volto novamente para o corredor e fico próxima a escada. Forço a minha audição e escuto a conversa escondida. Sei que é uma atitude feia ouvir as conversas dos outros, mas como é do meu interesse não tenho escolha.
- Ele não quis mesmo, Alexsandra? - a mulher de cabelos curtos pergunta.
- Não, amiga. Eu fiquei sem graça, pois Oliver sempre me aceitava em todos os encontros. Depois de anos, quando eu o reencontro sou descartada parecendo lixo. Fiquei indignada. - a moça que se chama Alexandra desabafa, irritada.
- As coisas parecem ter mudado.
- Não Kira, não mudou... Esse homem continua gostoso, misterioso... Não tem como me recusar. Ninguém me recusa. Ele fudeu com a maioria das mulheres desse interior que até estão presentes nesse casamento e eu não me importei. Eu era a melhor de todas e ainda sou. Tenho que tentar mais um pouco, uma hora ele cederá. - Alexsandra afirma me deixando praticamente de queixo caído com a sua revelação.
- Oliver a dispensou, amiga. Você mesma disse...
- Qual o problema Kira? Sempre fui louca por esse homem. Gostava da maneira como ele me dominava na cama e amava ser a sua submissa. Sei que para ele não deve ser diferente, então vou tentar, vou insistir e no fim vou conseguir doma-lo. - Alexsandra se garante com um sorriso malicioso.
- Ouvir de algumas pessoas que ele está de namoro com uma mulher chamada Ariella. - Kira avisa em um sussurro. Permaneço imóvel ouvindo cada palavra.
- Isso é mentira. - Alexsandra garante.
- Dizem que é uma mulher encantadora e muito linda, todos da família dele estão comentando sobre ela. Não ouviu? - pergunta sua amiga, com um sorriso esnobe.
- Cala a boca, Kira. Não diga uma besteira dessa. Se essa Ariella realmente existe deve ser apenas mais uma puta cruzando o caminho de forma temporária. - Alexandra fala aos risos. Definitivamente, ela passou dos limites. Tento me controlar a todo custo para não avançar nessa mulher e joga-la da escada abaixo. Que audácia. Me insultar dessa maneira sendo que nem me conhece. Que absurdo. Ajeito meu cabelo antes de caminhar de novo até a saída e solto a respiração para manter a pose. Começo a andar até a porta quando escuto alguém me chamar acompanhado com um assobio.
- Espera um pouco, flor. - Alexsandra fala descendo a escada lentamente com um sorriso amargo. E a encaro fazendo o mesmo.
- Me conhece? - pergunto. Me faço de desentendida.
- Sou Alexsandra, e você? - Ela estende a mão parecendo entediada. A cumprimento educadamente mantendo a minha classe.
- Ariella Young. - me apresento, sorrindo.
- Estou reconhecendo você... É atriz, não é? - Alexsandra demonstra surpresa. Assinto.
- Sou sim. - respondo.
- É a namorada do Oliver? - Ela pergunta com desgosto. Faço uma careta e desvio o olhar do seu por alguns segundos antes de fita-los novamente.
- Sim, sou a namorada dele e futura esposa. - respondo, aumentando mais a história. Ninguém precisa saber que estou mentindo. Uma mentirinha as vezes é bom somente nessas horas, quando uma mulher acha que é melhor ou superior que as outras. Alexsandra dá uma gargalhada alta atraindo atenção de alguns convidados que passam por nós. Continuo séria.
- Essa relação não vai durar. - Alexsandra murmura com satisfação.
- Acho que não pedi a sua opinião para o nosso relacionamento, querida.- respondo, friamente.
- Oliver nunca foi homem de uma mulher só, Ariella. Ele vai sentir falta do que gosta de fazer, ele curte o sadomasoquismo, isso está no sangue.- Alexsandra sussurra, tentando me provocar.
- Já terminou? - pergunto, fazendo pouco-caso.
- Oh... Ele nunca te contou sobre isso? Vou te contar uma pequena história... Na época em que Oliver morava aqui na fazenda, a gente tinha um relacionamento escondido. Eu era casada, mas mesmo assim ia para a cama com ele. Fazíamos de tudo, tinha algemas, chicotes, cordas, coleiras e...- Alexsandra tenta contar mais coisas quando eu a interrompo.
- Enfia a sua história no meio do seu c*** ... - tento xingar quando sua amiga intervém ficando entre nós.
- Parem! Vocês estão no casamento da Luisa. Não estraguem isso. - Kira se exalta, puxando Alexsandra para a sua direção.
- Ela que está querendo me provocar, vem querer se achar só por está com ele... Mal sabe ela que a maioria das mulheres que estão na porra desse casamento o namoradinho dela já comeu. Sua trouxa. - Alexsandra fala com um tom de voz elevado, porém Kira a segura pelo braço.
- Gosta de viver o passado, não é? - Pergunto, dando um passo na sua direção.
- Não se aproxime Ariella. - Kira avisa.
- O passado é o meu orgulho sua puta.- Alexsandra responde, com tom agressivo. Realmente, essa mulher deve ser louca por Oliver. Sem senso total.
- É uma pena... Abra seus olhos e veja que a puta que você tanto chama está com ele agora. Se você fosse tão boa, a gostosa, a melhor, a superior... Estaria no meu lugar ao lado dele. Aceite que dói menos, querida. Quem vive de passado é museu. - solto um beijo no ar a deixando enfurecida, e dou-lhe as costas saindo da mansão frustrada pela discussão. Caminho pelo jardim a procura do Oliver quando o encontro sem demora no estacionamento perto dos seus seguranças. Suspiro profundamente antes de me aproximar. Não quero brigar, não quero interroga-lo sobre essa mulher, porém eu me conheço e sei que vou querer saber dessa história de sadomasoquismo, de ter feito coisas com Alexsandra ou com a metade das mulheres que estão aqui... Vou querer saber. Não vou fingir que essas coisas não me afetaram, porque me atingiu sim. Estou intrigada com a história e mesmo que eu queira não vou conseguir agir naturalmente.
Oliver fala ao celular de costas para mim, sem notar a minha presença. Paro ao lado do seu carro, e aceno com a cabeça para Jeff que me olha com um sorriso gentil no rosto.
- Estava a sua procura. - eu disse, com rudeza. Oliver olha para trás ao ouvir minha voz.
- Precisei me ocupar. - ele se explica, enfiando as mãos no bolso da calça. Encaro sua gravata e balanço a cabeça positivamente.
- Estou vendo a sua ocupação. - respondo em um tom seco e irônico. Oliver percebe a minha arrogância sem motivo e franze a testa.
- O que aconteceu? - ele questiona, desconfiado.
- O quê? - o encaro com um sorriso amargo.
- Por que está me tratando assim? - Oliver pergunta fazendo sinal para os seguranças se afastarem. Todos o obedecem rapidamente.
- Uau! Como se sente mandando nas pessoas, sendo o dominador, o poderoso... Gosta disso, não é? - pergunto com sarcasmo.
- Do que está falando, Ariella? Que assunto é esse? - ele se aproxima com as sobrancelhas arqueadas.
- Por que não está na festa? - pergunto com um semblante sério dessa vez.
- Não estou muito afim, você sabe que eu nem queria está aqui. - Oliver responde ainda confuso por não entender meu comportamento.
- Ah... Para o aniversário do Dimitri você estava afim, tinha Karine, outras mulheres e...
- Ariella, pare! Qual é o seu problema? Por que está me tratando desse jeito e relembrando essa situação chata que aconteceu entre nós? Esse assunto já foi encerrado... Fale logo o que aconteceu.- Oliver da dois passos na minha direção me fazendo recuar de imediato. Minhas costas batem contra o seu carro e fico prensada sem conseguir sair com seu corpo na minha frente. Seus olhos me encaram seriamente.
- Eu sei o real motivo por você não querer está lá dentro. - eu disse, enciumada.
- Você sabe? - ele franze a testa.
- Sim. - respondo.
- Estou esperando. Diga-me. - ele pede seriamente.
- Por causas das suas submissas que estão lá ou talvez queira falar ou ver alguma que está aqui fora. - eu disse, o pegando desprevenido olhando ao redor a procura de alguma mulher. Oliver arregala os olhos perplexo e se afasta de mim surpreso.
Parece ofendido.
- Que diabos você está falando, Ariella? Está maluca? Não confia em mim? - Oliver altera a voz.
- Não estou maluca. Olha o que você me faz passar... - murmurei passando a mão no rosto.
- Olha o que você está falando.
- Por que nunca me disse que curte o sadomasoquismo? Até isso escondeu de mim, eu tinha que descobrir pela boca de alguma puta que você gosta de fazer isso e aquilo? - cruzo os braços, enciumada.
- Puta que pariu! Para com isso.- Oliver aproxima seu rosto do meu, e seguro minha cintura me puxando contra o seu corpo. O empurro de leve.
- Por que não me contou? - insisto, furiosa.
- O que te falaram? - Oliver pergunta, diminuindo seu tom de voz.
- Não interessa o que falaram, quero saber o que você tem para me dizer.- Rebato.
- O que quer saber? Se já transei com a metade das mulheres da porra desse interior? Sim, já fiz isso. O que mais quer saber? Se eu curtia o sadomasoquismo? Sim, fiz muito isso na adolescência. Porra, Ariella! Está vendo que isso não vai ajudar? É passado, meu passado! Não vai agregar em nada na nossa relação, e você sempre soube desdo dia que trabalhava comigo que eu não me relacionava sério há não ser somente sexo. Mas estou com você agora e minha vida é outra.- Oliver se exalta, enquanto me segura com força para eu não me soltar.
- Você sente falta de fazer isso? - perguntei com a boca trêmula.
- O que você me proporciona já é o suficiente.
- Sente ou não? - insistir, olhando diretamente em seus olhos.
- Não, Ariella. Eu não sinto. - Oliver responde, me soltando. Engulo em seco. Fico em silêncio sem saber o que dizer. Não queria ter discutido com ele, porém não me segurei. Continuo encostada no carro e solto um suspiro profundo.
- Só estou surpresa. - sussurrei, encarando o chão.
- Foi Alexsandra? - Oliver pergunta, atraindo minha atenção. Ergo a cabeça sem respondê-lo e o vejo considerar meu silêncio como uma afirmação.
- Não se machuque por ficar pensando nisso. É apenas passado. São insignificantes. - ele segura meu rosto com delicadeza quando Jeff corre na nossa direção com um aparelho na mão.
- Chefe tenho um recado para informar.- ele avisa, dando uma olhada rápida para mim sem saber se deve falar na minha frente ou não. Oliver ordena.
- Diga.
- Acreditam que aquela moça a... Pâmela... Não! Não era esse o nome... É... A moça da organização do evento.
- Karine o nome dela. - Oliver o corrige.
- Parece que ela está desaparecida. - Jeff responde, perplexo. Arregalo os olhos, assustada.
- Como assim? Tentaram entrar em contato com o local em que ela trabalha? A família? Celular?
- Até os pais não tem notícias dela, chefe. Estão desesperados. A Karine não dá notícias há dias. - Jeff explica, pensativo. A Karine sumiu? Não dá para acreditar. Acreditei que ela estava viajando a trabalho ou que não queria falar com ninguém, por enquanto, mas não. Desaparecida é a única explicação para o seu sumiço.
- A polícia informou que todos os documentos estavam na casa dela, até às coisas mais valiosas. Tudo indica que na porta de entrada tem sinal de arrombamento. - Jeff acrescenta.
- Porra! - Oliver murmura, intrigado.
- Meu Deus. - sussurro, abismada. Essa informação me fez até esquecer do motivo que fez Oliver e eu brigar.
- Vou ligar para o Breno.- Oliver avisa, preocupado. O vejo se afastar um pouco com o aparelho no ouvido. Continuo de boquiaberta.
- Tome cuidado,Ariella.- Jeff aconselha, olhando para mim.
- Por que? - pergunto com medo.
- Por causa desse desaparecimento não sabemos o que de fato aconteceu. Se foi algo da vida dela mesmo ou se é alguém da Parte do Oliver. Você precisa se precaver.
- Se for da parte do Oliver, então por que a Karine? - Perguntei, confusa.
- As vezes a pessoa está no lugar errado e na hora errada. - Jeff responde, pensativo e paro ao seu lado, enquanto observo Oliver no celular.
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LIVRO 3* Ariella (Reciprocidade)✔
RomanceAutora: Emily Silva Seja Consciente, PLÁGIO É CRIME. Obra registrada na Biblioteca Nacional. TERCEIRO LIVRO DE ARIELLA. # É necessário ler o segundo livro # Depois de um passado doloroso. Ariella aceitou sua nova jornada de cabeça erguida, e se arri...