#CAPÍTULO 69#

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Ariella Young


Não demorou nem cinco segundos a luz voltou novamente. Suspirei aliviada, imaginando que o apagão pudesse durar horas. Seria amedrontador caminhar nesse edifício no escuro. A música volta a tocar e dessa vez é uma eletrônica fazendo os convidados irem a loucura. Mexo o corporativismo no ritmo da música vendo Lara se distanciar de nós.
- O elevador chegou de novo. - eu disse, tocando em sua mão.
- Vamos na parte principal de novo. Preciso falar com Ramon primeiro, pode ser? - Oliver me abraça, enquanto começamos a caminhar de volta para a escada dourada.
- Tudo bem, amor. - respondo, vendo seu sorriso se estender devido a forma carinhosa de chamá-lo.
No topo da escada é possível ter uma visão bem ampla da festa. Muitos convidados dançam, comem, conversam, tiram fotos alegremente.
Os eventos do Ramon são os melhores. Ao descer a escada um homem de meia e idade se aproxima.
- Oliver, preciso te apresentar alguém.- ele avisa colocando o braço em volta do seu pescoço o afastando de mim. 
- Oi, Charles! É que... - Oliver tenta se esquivar, mas o rapaz não desgruda dele nennhum e falando que precisa
apresentá-lo para um rapaz que também trabalha com bebidas.
Não me importo em espera-lo.
Espero Oliver me olhar e aviso que vou ao banheiro fazendo leitura labial. Ele assente sorrindo e caminha ao lado do Sr. Charles sumindo das minhas vistas.
Olho em volta a procura do banheiro e não o encontro. O jeito vai ser andar pelo espaço a procura de um. Merda!
Começo a caminhar sem rumo, atenta a qualquer plaquinha que tem em cima da porta quando sinto alguém me abraçar por trás.
- Você veio. - Lucy grita, alegremente.
- Amiga, Moisés me disse que você viria. - eu disse, por feliz em vê-la aqui.
- Aquele fofoqueiro... Eu não avisei porque queria que fosse surpresa. - ela disse, aos risos.
- Vamos tirar muitas fotos naquela escada dourada, viu? - eu disse, empolgada.
- Claro, já imaginei algumas poses que farei. - Lucy fala saltitante.
- Amiga, onde fica o toalete? - pergunto, assim que vejo um homem que desconheço se aproximar para falar com Lucy.
- O que não falta aqui é banheiro. Entre naquele corredor ali, você vai encontrar rapidinho. - ela avisa, cumprimentando o rapaz que lhe abraça amigavelmente. Assinto.
- Obrigada!
- Te espero aqui, okay? Não demora gata.- Lucy da um tapa na minha bunda e volta a conversar com o homem.
Ando pelo corredor a procura do banheiro quando sinto meu celular vibrar na minha bolsa. Abro o zíper rapidamente vendo o nome do Felipe.
Atendo imediatamente.

Ligação ON.
- Lipe!
- Como você está, Ariella? - ele pergunta, demonstrando preocupação.
- Estou melhor, desculpa não ter te ligado antes. Está no hotel? - Pergunto, assim que entrar no toalete que se encontra vazio. Graças a Deus!
- Não, passei aqui na sorveteria. E você?
- Ah... Estou no evento agora. - respondo, me olhando pelo espelho para conferir a maquiagem.
- Como o Nicolas está?- ele pergunta me fazendo parar por um momento. Encosto-me na pia pensativa.
- Bem... É... Eu queria te perguntar uma coisa.
- O que foi?- Felipe demonstra interesse.
- Sobre o acidente do Ni...- quando tento formular uma pergunta para não ser muito direta, escuto três tiros ser disparado me assustando. Os gritos dos convidados se tornam audíveis e arregalo os olhos em choque. Isso não foi bomba de artifícios. Os gritos não são de alegria, são de desespero.
- Aí meu Deus! - sussurro, com as mãos trêmulas.
- O que foi isso, Ariella? Um tiro? - Felipe grita do outro lado da linha, preocupado.
- A-acho que si-sim. Preciso desligar. - eu disse, desesperada.
- Puta merda! Fique escondida, estou indo aí.
- Não, não venha. - grito para impedi-lo, porém é tarde demais, Felipe encerra a ligação me deixando mais preocupada ainda por saber que ele está vindo para cá.
Ligação OFF

Passo a mão no rosto assustada e me aproximo da porta m silêncio. Meu Deus! Lucy estava me esperando... Meu Deus! Será que ela tá bem? E Oliver? Dimitri? Ramon? Engulo em seco, senti do meu corac se apertar. Começo a chorar. Isso não pode está acontecendo. Abro a porta do banheiro tentando controlar as lágrimas e coloco a cabeça para fora.
Não tem ninguém... O que devo fazer? Ficar aqui dentro? Esperar a polícia chegar? Ah... A polícia! Preciso ligar. Pego novamente meu celular quando sinto alguém me empurrar para dentro do banheiro novamente. Começo a gritar na tentativa de me desvencilhar.
- Calma, sou eu. - disse Jeff, um dos seguranças do Oliver. Nunca me sentir tão aliviada em vê-lo aqui. Arregalo os lábios.
- Onde estava? Como me encontrou?- Pergunto, assustada.
- Eu sempre estarei por perto, Ariella.
- O que está acontecendo? Cadê Oliver? - pergunto, aos prantos. Estou desesperada.
- Não sabemos ainda. Talvez, um assalto, mas não se preocupe. A polícia já foi acionada.
- Tu-tudo bem.- respondo, com medo.
- Fica com isso, Ariella. - Jeff me entrega uma arma com um semblante de preocupação. Arregalo os olhos.
- Não sei mexer nisso. Não sei como faz para atirar. Não posso aceitar!- ando de um lado para o outro chorando.
- Me ouve, tudo bem? Farei o possível e o impossível para mantê-la segura, mas se eu falhar... Se eu não consegui...
- Não diga isso. - eu disse, imaginando o pior.
- Você precisa se proteger. Não hesite em atirar, Ariella. Eles não vão se importar se você é uma mulher bonita, se tem família, se tem filhos... Eles vão mata-la se tiverem chance, entendeu? Não dê nenhuma chance. Apenas direcione a arma e atire. - Jeff fala com os olhos fixos nos meus e dou-lhe um abraço.
- Estou com muito medo. Se a gente não...
- Vamos sair daqui vivos. - ele me abraça fortemente, e percebo pela primeira vez a sua preocupação. Me afasto devagar pegando a arma da sua mão. Ele me entrega mais uma.
- Mais uma? - Pergunto, com as sobrancelhas arqueadas.
- Coloca essa na sua cintura. Sempre devemos ter mais uma arma por precaução.
- Está bem. - faço o que ele manda bastante aflita. Jeff abre a porta do banheiro mais uma vez e olha para fora de deparando com seis convidados correndo espantados.
- Correm! Tem muitos caras armados.- avisa um deles antes de se afastar.
Jeff e eu nos entreolhamos.
Saio do banheiro ao seu lado e tiro o meus saltos ficando descalça. Coloco o celular entre os seios e seguro a arma com as duas mãos mantendo sempre apontada para frente.
- Não sei se consigo atirar em alguém. Estou com muito medo.- murmuro, ainda assustada com toda situação.
- Será a sua vida em jogo, Ariella. Me prometa que vai atirar sem hesitar.
- Pro-prometo.- respondo em um sussurro.
- Agora, vamos! - Jeff assente, me levando para outra parte do salão.
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LIVRO 3* Ariella (Reciprocidade)✔Onde histórias criam vida. Descubra agora