Guardians II - Metamorfose

Capítulo vinte e sete - Consertando o passado (Parte 5)

Na base, Ryan foi recepcionado com uma grande festa. Embora os filhos demonstrassem uma grande tristeza pelo fato de ele ter perdido a perna, a felicidade pelo fato de ele ter sobrevivido era bem maior.

Shermmie e Sniper ficaram menos tempo do que gostariam, pois logo tiveram que partir para o aeroporto. Despediram-se dos amigos e das crianças, e Shermmie até mesmo surpreendeu abraçando-os um a um.

Já era início de noite. Sentados em cadeiras, Marco, Anne, Eric, Ryan e Hikari conversavam sobre trivialidades quando Sofie se aproximou, chamando pelo marido. O italiano se levantou e acompanhou a esposa até um canto do salão, preocupado com a expressão dela, que dizia que algo grave tinha acontecido. Quando pararam, Sofie olhou para o grupo de crianças que brincava, juntamente com Lyri, e voltou a olhar para o marido, dizendo em voz baixa:

— Quando perguntei se ela sabia por que a Live tinha ido tão cedo para o hospital e onde estava o Maurício, a Alexia me contou uma coisa que me preocupou bastante.

— O que seria?

— Parece que sua irmã está em Tóquio. O que você sabe a respeito disso?

A expressão de surpresa no rosto dele fez com que Sofie confirmasse sua suspeita de que ele realmente não sabia de nada.

— Eu não fazia ideia de que ela viria, mas... — Ele sorriu. — Por mais que tentasse bancar a indiferente, sabia que ela estava preocupada.

Mas Sofie não via motivos para sorrisos.

— Mas a preocupação dela aparentemente é outra. Alexia me disse que a "mulher misteriosa" chegou aqui dizendo que tinha vindo buscar a neta dela.

O sorriso morreu no rosto de Marco.

— Buscar? Tem certeza de que ela disse isso? Não seria "conhecer"?

— Se fosse qualquer uma das outras crianças, eu poderia suspeitar que houvesse um engano com relação ao verbo usado. Mas é a Alexia. E o fato de Live ter corrido para o hospital quando ficou sabendo disso já comprova que não houve engano algum.

— Gabrielle não seria capaz de fazer algo assim.

— Não? Marco, depois de tantos anos, você ainda não conhece bem a sua irmã? Além de ela ser realmente capaz de algo assim, ainda teria direitos como avó. Vou só pegar a minha bolsa e vou voltar para o hospital.

Ela ia se desviar dele para seguir pelo corredor que dava para os quartos, mas Marco pôs-se à sua frente, impedindo-a.

— Melhor não, Sofie. Maurício e Live já foram para lá. Além do mais, você pode achar que é inocência minha, mas... eu quero acreditar que ainda haja na minha irmã algum amor pela filha. E se ela ama a Mic, não será capaz de uma maldade como essa.

— Você realmente é muito inocente, Marco.

Por mais que achasse aquilo, Sofie optou por dar um voto de confiança à fé do marido.

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