Capítulo 10 Surpreenda-me, Paris!

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A mala de Lisa trouxe praticamente todas as suas blusas de frio, que já não eram muitas. Depois de ter vestido três blusas, que valeriam por um grande casaco, pois todas eram finas, também apostou em uma touca de lã preta e botas marrons de cano baixo.

— Essas botas são a única coisa que realmente tem a ver com esse clima — disse orgulhosa de tê-las comprado, havia terminado de pagá-las no mês retrasado. Foram dez parcelas suaves no bolso e a certeza de ter feito um bom investimento.

Pegou uma pequena bolsa transversal vermelha de courinho e colocou alguns documentos, assim como seu celular, uma pequena carteira com algumas notas de 20 euros lisinhas, que havia trocado quando ainda estava no aeroporto francês. Também levava seu cartão de uso internacional e um mapa de bolso que era distribuído gratuitamente no aeroporto. 

 Desceu as escadas aliviada por não ter mais malas nas mãos. Passou pelo recepcionista e até pensou em perguntar por alguns pontos turísticos, mas resolveu se aventurar, andar sem destino e se encantar com os lugares para os quais seria conduzida. 

— Surpreenda-me, Paris! Seu desejo foi acatado quando abriu abruptamente a porta do hotel e foi atingida por uma rajada de vento fria, que fez seus músculos se contraírem e os pelos dos braços se eriçarem. Ela fechou imediatamente a porta e olhou assustada para o recepcionista que apenas deu o seu sorriso ensaiado.

Ao que tudo indicava, ele já tinha visto essa cena centenas de vezes com turistas despreparados. Lisa respirou fundo e enfrentou o frio, que parecia ter ultrapassado a cartilagem que amortece e reveste a superfície dos ossos de seu peito. Respirar aquele frio gelado estava difícil. Em poucas horas, a temperatura tinha caído de forma intensa. 

Andando sem rumo e tendo cuidado para não escorregar no chão que agora estava coberto de uma leve camada de neve, passou a tolerar mais a baixa temperatura. Sabia que precisaria parar em alguma loja e comprar um casaco decente capaz de bloquear o frio de Paris; ela concluiu que, definitivamente, não tinha trazido do Brasil nenhuma peça de roupa que conseguisse cumprir a contento essa façanha. 

Quando percebeu, estava na Champs-Elysées. A avenida tinha calçadas largas e cinzas, possuía várias faixas para carros indo nas duas direções. Ambos os lados da rua tinham prédios parecidos, a maioria com quatro e cinco andares. 

Lisa percebeu que as cores predominantes das construções eram claras, alguns tons de beges, assim como prédios brancos e cinzas. Reparou no contraste das cores das portas e janelas. Também tinha muitos telhados pintados com cores escuras, preto, verde, ou eram totalmente brancos.

As casas dos 7 escritores (LIVRO COMPLETO!)Onde histórias criam vida. Descubra agora