Como iriam pernoitar apenas um dia, Derek e Lisa tinham apenas uma mochila cada um. Ele agora empurrava a cadeira de rodas dela para fora do Aeroporto de Goiânia.
— Lisa, espera só um minuto — disse ele, afastando-se alguns metros e indo conversar com um taxista. Após alguns segundos, voltou. — Onde a minha amiga mora é um pouco longe. Não compensa ir de táxi, vou alugar um carro.
— Pensei que ela morava em Goiânia.
— Não, é cerca de 150 quilômetros pela frente.
— Se for perto da Cidade de Goiás, a gente podia dar uma paradinha na casa...
— Não vai dar pra passar em nenhuma outra cidade que não seja a da minha colega, Lisa. Desculpe.
— Que cidade que é? — perguntou ela, claramente irritada.
— Esqueci o nome agora. Depois te falo.
— Derek, eu aceitei viajar com você. Comprei uma briga com minha mãe, ela está sem falar comigo, não queria me deixar viajar. E você, além de escolher um lugar perto, resolve visitar uma amiga, que eu nem sabia que você tinha, em Goiás! Quem é essa garota? — perguntou ela, enervada.
— Isso é ciúme? Não se preocupe, ela é mais velha do que eu.
— Bem, você sempre gritou aos quatro quantos do mundo que gostava de mulheres maduras.
— Lisa, você vai gostar dela. Confia em mim!
— Droga! Tá bom. Vamos logo antes que eu desista de te acompanhar.
O carro alugado era um Fiesta preto, com ar-condicionado e direção hidráulica. Fazia mais de duas horas que eles estavam no carro e foi quando Derek percebeu que precisava mudar a rota do GPS ou ficaria perdido.
Tinha colocado um endereço de uma cidade próxima como seu verdadeiro destino. Estavam chegando, mas, se ela o visse mudar a rota, descobriria a surpresa.
— Lisa, tenta dormir um pouco.
— Não, daqui a pouco chegaremos.
— Que nada, ainda tem chão! Estou preocupado com você, você está com uma cara bem cansada. Vai dormir, vai.
Lisa estava estranhando o comportamento de Derek, mas realmente percebeu que estava cansada. Tinha perdido o costume de viajar.
— Tudo bem — concordou ela, de certa forma contrariada.
Após uns quinze minutos, ela pegou no sono. Derek mudou a rota do GPS e percebeu que, em menos de uma hora, chegariam à Cidade de Goiás. Ainda não era nem meio-dia.
Lisa sentiu uma carícia em seu ombro.
— Acorde, Lisa. Chegamos.
— Oi?
— Chegamos na casa da minha amiga. Vamos?
— Já?
— Só para constar, eu vi.
— Viu o quê? — perguntou ela, virando-se para ele, que abria a porta do carro.
— Vi que se matou de babar no vidro do carro — disse ele, rindo e batendo a porta.
— Que vergonha! Será que eu ronquei também? — questionou-se Lisa. Logo Derek a ajudava a sair do carro e a sentava em sua cadeira já montada na calçada. — Derek, pega a minha bolsa, por favor. Preciso tomar água.
— Toma, bebe a minha. — Ele ofereceu uma garrafa de plástico azul com água pela metade para ela. Enquanto Lisa se refrescava, ele movia sua cadeira. Ela mal se deu conta de que passava por algumas portas e entrava em uma casa branca térrea com janelas brancas contornadas com uma faixa grossa de tinta verde. A porta era de um verde-claro.
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As casas dos 7 escritores (LIVRO COMPLETO!)
ChickLitQuando Lisa perde a sua avó Rose, a única pessoa que entendia seu amor por livros, ela repensa o seu relacionamento nada saudável com um viciado em jogos digitais, o tratamento contra a lúpus que enfrenta, seu emprego sem futuro e sua tendência a pr...