Lisa ainda estava na parte de dentro da casa noturna, só que no térreo, quando avistou Derek descendo as escadas. Ele andou rápido em sua direção, mordendo o lábio inferior.
— Vem — disse ele, puxando-a pela mão e saindo do pub.
Ela sentiu a diferença de temperatura dos ambientes, mas não se importou. Viu que muitas pessoas fumavam na parte externa do local. Derek entrou em uma pequena rua à direita que beirava o bar. O logradouro era de paralelepípedo e não estava completamente vazio, havia dois casais no final da simplória ruela. Lisa teve que andar com cautela para não cair com seus sapatos de salto.
Mal viraram a rua, Derek a abraçou, levantou-a do chão e a encostou na parede. Os dois foram ao encontro um do outro ao mesmo tempo. O beijo foi forte e agressivo, um pouco desesperado.
— Ai — disse ele.
— O que foi? — perguntou ela, afastando-se um pouco.
— Você cravou suas unhas na minha nuca — disse ele rindo.
— Quem diria que você é do tipo passional.
— Perdão. Não vai se repetir.
— Mas eu quero que você repita isso uma infinidade de vezes — disse ele, segurando o rosto dela entre as mãos.
— Mais vezes do que eu sou capaz de contar. Mas, por hoje, acho que vou fazer você pagar por essa agressividade toda.
— Você é bem vingativo. A primeira vez que me beijou foi para me punir por pegar sua bebida.
— Não foi bem assim, essa foi apenas a desculpa pra algo que eu já estava inclinado a fazer.
— A questão é que também quer me penalizar por um pequeno deslize hoje. Tenha misericórdia — pediu ela, beijando a face dele do lado direito.
— Sem piedade! — avisou, encostando os lábios na curva entre o pescoço e o ombro.
— Você é bom nisso — disse ela, fechando os olhos.
— O que você está fazendo comigo? — perguntou ele, levantando o rosto e a olhando nos olhos, com o semblante austero.
— Beijando você, escondida das pessoas, em uma rua de paralelepípedo na Ilha Esmeralda?
— Sim, mas você também está me deixando desesperado. Apaixonado. Eu odeio isso, mas, ao mesmo tempo, estou fissurado e viciado nessas novas necessidades que estou sentindo. Bem contraditório, né?
— Apaixonado, é? E que tipo de necessidades são essas?
— Estar com você o maior tempo possível, tentar saber todos os seus gostos, pensamentos, sonhos, desejos. Tudo! Pra poder ter certeza de que você vai realizar cada um deles.
— E eu confesso que estou assustada com a maneira como as coisas estão evoluindo entre a gente.
— Minha vida agora se resume a fazer de tudo pra te ter comigo, nada mais é tão importante. Isso só pode significar estar apaixonado como um louco.
— Não parece real isso. Alguém me desejar assim.
— Ninguém nunca te quis tanto assim, pode ter certeza! Não que você não seja maravilhosa, porque você é, para despertar os mais profundos sentimentos em outros rapazes.
— Agora eu percebo que nunca houve realmente outros, não que valessem a pena.
— É que nenhum deles é capaz de te querer como eu, porque é como se você tivesse a chave de apenas uma engrenagem. E, desde que te conheci, sinto que a minha engrenagem atravancada, que prendia meus sentimentos, que alimentavam minha frieza, corre solta. Começou a funcionar primeiro lentamente, depois com uma rapidez desenfreada.
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As casas dos 7 escritores (LIVRO COMPLETO!)
ChickLitQuando Lisa perde a sua avó Rose, a única pessoa que entendia seu amor por livros, ela repensa o seu relacionamento nada saudável com um viciado em jogos digitais, o tratamento contra a lúpus que enfrenta, seu emprego sem futuro e sua tendência a pr...