Capítulo 42 Brânquias e barbatanas

44 10 1
                                    


Lisa ainda estava na parte de dentro da casa noturna, só que no térreo, quando avistou Derek descendo as escadas. Ele andou rápido em sua direção, mordendo o lábio inferior. 

— Vem — disse ele, puxando-a pela mão e saindo do pub.

Ela sentiu a diferença de temperatura dos ambientes, mas não se importou. Viu que muitas pessoas fumavam na parte externa do local. Derek entrou em uma pequena rua à direita que beirava o bar. O logradouro era de paralelepípedo e não estava completamente vazio, havia dois casais no final da simplória ruela. Lisa teve que andar com cautela para não cair com seus sapatos de salto.

Mal viraram a rua, Derek a abraçou, levantou-a do chão e a encostou na parede. Os dois foram ao encontro um do outro ao mesmo tempo. O beijo foi forte e agressivo, um pouco desesperado.

— Ai — disse ele. 

— O que foi? — perguntou ela, afastando-se um pouco. 

— Você cravou suas unhas na minha nuca — disse ele rindo. 

— Quem diria que você é do tipo passional. 

— Perdão. Não vai se repetir. 

— Mas eu quero que você repita isso uma infinidade de vezes — disse ele, segurando o rosto dela entre as mãos. 

— Mais vezes do que eu sou capaz de contar. Mas, por hoje, acho que vou fazer você pagar por essa agressividade toda. 

— Você é bem vingativo. A primeira vez que me beijou foi para me punir por pegar sua bebida. 

— Não foi bem assim, essa foi apenas a desculpa pra algo que eu já estava inclinado a fazer. 

— A questão é que também quer me penalizar por um pequeno deslize hoje. Tenha misericórdia — pediu ela, beijando a face dele do lado direito. 

— Sem piedade! — avisou, encostando os lábios na curva entre o pescoço e o ombro. 

— Você é bom nisso — disse ela, fechando os olhos. 

— O que você está fazendo comigo? — perguntou ele, levantando o rosto e a olhando nos olhos, com o semblante austero. 

— Beijando você, escondida das pessoas, em uma rua de paralelepípedo na Ilha Esmeralda? 

— Sim, mas você também está me deixando desesperado. Apaixonado. Eu odeio isso, mas, ao mesmo tempo, estou fissurado e viciado nessas novas necessidades que estou sentindo. Bem contraditório, né? 

— Apaixonado, é? E que tipo de necessidades são essas? 

— Estar com você o maior tempo possível, tentar saber todos os seus gostos, pensamentos, sonhos, desejos. Tudo! Pra poder ter certeza de que você vai realizar cada um deles. 

— E eu confesso que estou assustada com a maneira como as coisas estão evoluindo entre a gente.

— Minha vida agora se resume a fazer de tudo pra te ter comigo, nada mais é tão importante. Isso só pode significar estar apaixonado como um louco. 

— Não parece real isso. Alguém me desejar assim. 

— Ninguém nunca te quis tanto assim, pode ter certeza! Não que você não seja maravilhosa, porque você é, para despertar os mais profundos sentimentos em outros rapazes. 

— Agora eu percebo que nunca houve realmente outros, não que valessem a pena. 

— É que nenhum deles é capaz de te querer como eu, porque é como se você tivesse a chave de apenas uma engrenagem. E, desde que te conheci, sinto que a minha engrenagem atravancada, que prendia meus sentimentos, que alimentavam minha frieza, corre solta. Começou a funcionar primeiro lentamente, depois com uma rapidez desenfreada. 

As casas dos 7 escritores (LIVRO COMPLETO!)Onde histórias criam vida. Descubra agora