Capítulo 47 A alucinação

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— Oi — saudou Derek.

Lisa reparou que a alucinação estava com a mesma camisa jeans azul que o escocês havia usado quando a levou para visitar a casa de Oscar Wilde. A única diferença era que agora uma jaqueta preta estava jogada por cima da camisa. 

— O que você está fazendo aqui? — perguntou ela, para ver se o fruto de sua imaginação conseguia dar respostas coerentes.

— Vim conversar com você. Lisa admitiu que era uma resposta simplista, mas coerente com a pergunta. Concluiu que realmente Derek estava ali, no local mais improvável de todos, pois ela não tinha falado onde estaria para absolutamente ninguém. Poderia estar em qualquer lugar, talvez visitando a casa de Shakespeare ou algum outro autor. 

— Como você me encontrou? Quem te disse que eu estaria aqui? — perguntou ela, de forma seca. 

— Eu deduzi. 

— Como assim deduziu? 

— Fiquei na dúvida se você iria visitar pontos turísticos mais badalados como Palácio de Buckingham, Tower Bridge e Abadia de Westminster. Deduzi que seria difícil te encontrar nesses lugares, sempre abarrotados de gente. Foi então que lembrei da sua inclinação para casas de escritores. 

— Mesmo assim, há diversos escritores ingleses com casas abertas à visitação! Não acredito que você me achou! 

— Sabia que você faria visitas mais alternativas, então pesquisei as casas de escritores em toda a Inglaterra e, quando vi a de Jane Austen, não tão distante de Londres, tive apenas a certeza que você viria para cá. 

— Mas como sabia que eu viria hoje? 

— Esqueceu que combinamos que eu me encontraria com você em Londres? Já tinha até comprado minha passagem. Não lembrava o horário do seu voo, mas, quando fiquei sabendo que você foi embora sem termos nos acertado, peguei meu voo e tentei te encontrar. 

— Tá de brincadeira, né? 

— Meu voo foi no final da noite de ontem e hoje de manhã vim pra cá, te esperei toda a manhã no museu, mas você só apareceu no começo da tarde. 

— É, eu me atrasei, não sabia muito bem como pegar o trem pra vir pra cá — explicou. 

— Te vi, por fim, entrar na casa. Do lado de fora, pela janela, observei você visitando os cômodos. Segui você com o olhar quando veio para cá. Vi quando você abriu o livro.

— Eu já estou aqui há bastante tempo. Por que veio só agora falar comigo? 

— Bem, eu tentava criar coragem e estratégias para ter uma fala calma, convincente e que desse frutos. No linguajar geral, eu estava com medo. 

— Medo de quê? — De falar com você e, no final, ter o resultado de merda que tive da última vez que conversamos, de sair magoado da mesma maneira. E, lógico, de não conseguir fazer você mudar de ideia. 

— Você não vai me fazer mudar de ideia. Eu descobri tudo, Derek. Tudo! E nada do que você diga vai me convencer a voltar com você. 

— Eu vim aqui com uma única coisa em mente: te provar que, seja lá a lavagem que fizeram na sua cabeça, nem todas as coisas que você acha de mim são verdadeiras. 

— Você teria que ser um mestre em advocacia pra conseguir tirar as tórpidas acusações sobre você. 

— Para que eu possa entender bem, porque eu ainda estou muito confuso, quais seriam as principais queixas com relação a mim? 

As casas dos 7 escritores (LIVRO COMPLETO!)Onde histórias criam vida. Descubra agora