Capítulo 61 O sono de mil sonhos

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Derek se segurou para não sair correndo como um desesperado pelos corredores do hospital, seguiu as placas que indicavam a UTI e, quase sem fôlego, parou em frente à recepção do setor hospitalar.

— Vim visitar a senhorita Lisa Dias — disse em inglês.

Para seu azar, o recepcionista tinha uma pronúncia de inglês quase incompreensível para ele.

— Não é o horário de visita, senhor, somente em uma hora.

— Poderia me dizer como ela está?

— As informações são só com os médicos — respondeu a recepcionista. — Eles estarão presentes no horário da visita.

— Posso esperar aqui?

— Sim, mas não pode entrar com flores e nem com o urso. Quando for perto das dezoito horas, volte aqui para entregarmos seu crachá de entrada.

— Tudo bem. Obrigado — disse Derek, desanimado.

Sentou-se em uma cadeira azul de plástico, colocou as flores e o urso em cima do assento à sua direita.

Esperando na recepção, havia apenas um homem de seus cinquenta anos que tirava um cochilo. Derek olhou frustrado para seu celular, inútil no momento. Depois de quarenta minutos, já estava se sentindo em um estado desesperador de angústia.

Mais oito pessoas haviam chegado e ocupado os bancos da recepção da UTI. Derek viu um garoto de quinze anos começar a chorar abraçado a uma senhora. Começou a ficar com medo de como encontraria Lisa. Talvez os braços dela também tivessem sido afetados, ou o seu rim tivesse piorado.

Levantou-se abruptamente e foi falar novamente com a recepcionista.

— Oi, eu fui o segundo a chegar, não sei se já posso passar meus dados para ter acesso à UTI. Para agilizar a parte burocrática.

— Documentos, por favor.

Derek entregou seu passaporte.

— Qual o nome da paciente?

— Lisa Dias.

— Um minuto — pediu ela digitando no computador, logo abrindo o passaporte dele.

— Desculpe, mas qual é o seu parentesco com a paciente?

— Ela é minha namorada.

— Na verdade, o seu nome não consta na lista de pessoas autorizadas à visita. Somente pais, irmãos e cônjuges possuem autorização para entar, ou quem a família autorizar.

— Mas eu sou o namorado dela. Estava viajando. Não sabia nem que o estado dela estava tão crítico. Eu preciso vê-la.

— Me desculpe, senhor, mas estou apenas seguindo ordens. Não tenho autorização para deixá-lo entrar.

— Me ajude, por favor!

— Eu te aconselho a entrar em contato com a família para que eles coloquem seu nome na lista dos visitantes. São normas do hospital.

Derek ia pedir o telefone emprestado, mas se lembrou de que ele estava sem bateria e ele não sabia de cor os números da irmã de Lisa, nem mesmo de Rafael.

— Ao menos alguém pode me falar o que ela tem, como está? Se corre risco de vida? Alguém pode me ajudar? — disse Derek, ficando desesperado.

— Aconselho o senhor a esperar a família, eles sempre vêm visitar essa paciente nesse horário. Eles poderão colocar seu nome na lista. Sente-se e espere, logo eles chegarão.

As casas dos 7 escritores (LIVRO COMPLETO!)Onde histórias criam vida. Descubra agora