Capítulo 21

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Fiquei algumas horas descansando em cima daquele prédio, enquanto Peter e Porquinho tinham ido atrás do outro aranha. Quando senti que já estava melhor, dei uma volta na cidade e descobri que se tratava de uma Nova Iorque bem parecida com a minha e o prédio em que estávamos, era a Oscorp. 
Não vi os meninos então voltei para perto de Ben, que já havia acordado.

— Oi, dorminhoco — Disse com um sorriso.

— Loira, o que aconteceu?

— Você quase passou dessa pra melhor. Morlun sugou nossa força vital.

— E o pirralho e o porco?

— Estão bem, foram atrás do outro aranha.

Ben tirou sua máscara, aturdido. Peter e o Porquinho voltaram com o aranha logo em seguida, que se desculpou por ter saído daquele jeito. Ele não disse o motivo, mas estava claro que tinha algo relacionado a mim.

— Seus amigos me explicaram sobre esse tal Morlun — Disse ele.

— Então você vem com a gente?

— Não posso.

— Ele também tem uma tia May — Murmurou Peter para mim.

— Ela estará mais segura se você vier conosco.

— Mesmo assim eu tenho que recusar. Ajudo vocês com outros tipos de coisas, mas deixar minha tia May sozinha... Isso eu não posso fazer.

Soltei um suspiro fraco.

Quando tentei argumentar, Peter segurou minha mão e me levou para um canto mais afastado, fazendo um gesto discreto para que o Porquinho se aproximasse.

— Nós descobrimos o porquê desse aranha ter saído as pressas.
— Disse Peter.

— Deixa eu contar, vai?

— Porquinho, isso é sério.

— Estão me deixando preocupada.

— Olha, o motivo do garotão ali ter saído feito doido é porque a namorada dele também se chamava Gwen Stacy — Disse Porquinho.

— E isso não é tudo. Essa garota é praticamente você, Gwen — Peter me mostra uma foto do aranha com a namorada juntos.

Olhei brevemente para o aranha. Isso vai se tornar um problema para nós dois.

— O que aconteceu com ela?

Ambos não quiseram responder, mas também não precisava.

— Então o que eu devo fazer?

— Acho que não mostrar o seu rosto o tempo todo vai ajudar bastante. — Respondeu Peter.

Balancei a cabeça, concordando.
Aranha disse que ia pegar algo para nós comermos e Peter decidiu ir com ele. Ficamos apenas eu, Ben e Porquinho em cima daquele prédio.

— Loira — Ben chamou minha atenção — Eu estava pensando em uma coisa...

— Olha só, ele pensa.

Ben fingiu estar zangado, mesmo soltando um leve risada.

— No que estava pensando? — Perguntei me sentando ao seu lado.

— Quando eu cheguei na base aérea, Sam me contou o que rolou entre você e o pirralho. Eu pensei que vocês estariam bem depois de tudo o que aconteceu.

— E nós estamos.

— Tem certeza?

Não consegui responder. Por algum motivo, eu não conseguia mentir para ele.

— Você devia conversar com ele.

— Não posso.

— Não pode ou não consegue? 

Novamente não consegui responder. Ben continuou:

— Você não consegue conversar com ele porque tem medo de reatar o namoro e alguma coisa acabar separando vocês de novo. Mais do que isso, você não quer que Peter saia machucado. Por isso você está o deixando na zona da amizade.

Meu Deus! Como ele consegue resumir o meu problema apenas com meras informações que Sam deu a ele?

— E sabe o que é pior? Você sabe que isso o machuca tanto quanto esta machucando você. Estou certo?

Assenti, sem olhá-lo nos olhos. Ben passou o braço por cima de meus ombros e me puxou mais para perto dele.

— Fala com ele, loira.

— Eu... Eu vou tentar.

Depois de alguns minutos em silêncio, algo nos chamou a atenção. O spider-drone do traje de Peter se aproximou de nós, segurando um bolinho com suas patinhas metálicas. Eu não sei o que era mais fofo: o spider-drone, o bolinho ou o spider-drone me trazendo um bolinho.
Peguei os dois, segurando-os com ambas as mãos.

— Acho que esse é mais um motivo para você falar com ele.

Não pude evitar sorrir.

Spider-Gwen: Spiderverse - Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora