Acordei no dia seguinte com o som do despertador do meu celular. Peguei o aparelho em cima do criado-mudo e olhei para a tela. 9h00 da manhã.
Meu vôo estava marcado para meio-dia, ou seja, eu tinha três horas para estar no Aeroporto Internacional John F. Kennedy, aqui mesmo no Queens.
Senti um desconforto repentino, um tipo de insegurança, um receio, ao olhar para as minhas malas perto do guarda-roupa.Eu não queria ir. Não agora.
Eu poderia ficar aqui e entrar em outra universidade, certo? Eu poderia ter minha carreira sem ir para Oxford.
Olhei para um Peter adormecido ao meu lado e me lembrei da noite que tivemos juntos. Pensei que não poderia ter acontecido em melhor hora, nem de melhor jeito. Foi tudo tão perfeito! Estava tão feliz que até me sentia culpada. Sim, culpada por ter que viajar logo agora.
Peter se remexeu um pouco e uma mecha de seu cabelo ficou sobre seu rosto. Ele estava tão bonito, depois de ontem eu passei a enxergá-lo de um jeito diferente, e tenho certeza que passei a amá-lo mais ainda, se é que isso seria possível.Tirei delicadamente a mecha de seu rosto com uma das mãos, despertando Peter. Ele sorriu ao me ver ali sentada ao lado dele e cobriu o rosto com o travesseiro. Não pude evitar sorrir.
— Está com vergonha, Pete?
— Não — Ele respondeu com a voz abafada — Talvez um pouquinho.
Tirei o travesseiro dele e sussurrei um bom dia, beijando-lhe logo em seguida.
— Bom dia — Respondeu ele — Você não esta com uma carinha muito boa — Peter me olha cauteloso — Você... Se arrependeu?
— O que? Não, imagina — Sorri — Adorei a noite de ontem. É só que... Eu não quero mais ir para Londres.
Peter se sentou na cama e me olhou de forma preocupada.
— Mas você estava tão animada.
— É, eu estava. A ideia de ir morar em outro país me deu um certo entusiasmo, mas agora que a ficha caiu e eu realmente vou sair daqui, eu me sinto insegura. Não quero ir. Não quero me afastar de vocês. Entenda, Peter, eu nunca fiquei sozinha. Éramos apenas eu e meu pai, depois conheci você e a Michelle, a equipe e quando meu pai se foi, Helena e Lily ficaram comigo. Ficar sozinha e em outro país... Agora me parece algo bem assustador.
Peter me dirigiu um sorriso tranquilizador e me puxou para perto de si. Com carinho ele me envolveu em seus braços quentes, num abraço apertado, o qual me deu a sensação de conforto.
— Eu nem preciso dizer que você estaria perdendo uma chance única, não é?
Sorri fraco.
— Gwen, são poucos anos. Ficaremos sempre em contato e se você precisar de alguma coisa, qualquer coisa, eu darei um jeito de ir até você.
— Promete?
— Prometo. Nós estamos falando do seu futuro e isso não é algo que se negocia. Você vai para Londres, se forma e quando voltar, terá uma surpresa.
Olhei-o confusa.
— Surpresa? Que surpresa?
— Se eu contar deixará se ser — Ele sorri — Pense nela como um incentivo para terminar seus estudos.
— Meu Deus, você não existe! — Beijei-o com minhas mãos coladas em seu rosto.
Deixei que Peter colocasse sua roupa enquanto eu tomava um banho. Helena estaria aqui em casa a qualquer momento para me levar até ao aeroporto, então eu deveria já estar pronta para quando ela chegar. Antes mesmo dela chegar, Peter disse que teria que conversar com Fury e disse também que tentaria ir comigo para o aeroporto.
Mas eu não me convenci muito.
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Spider-Gwen: Spiderverse - Livro III
Fiksi PenggemarNeste terceiro livro, Gwen tenta prosseguir com sua vida depois da morte de seu pai, o Capitão George Stacy. A visita inesperado de um estranho na base força Gwen e Peter a embarcarem em uma viagem louca, contra Morlun: um ser que se alimenta do san...