Capítulo 9

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Enfim chegamos na prisão de segurança máxima onde Connors estava. Coulson e eu passamos por diversos procedimentos, entre eles, detectores de metais. Tive que tirar meus lançadores de teias.

— A única vez que pensei que tivesse de fazer isso, seria em uma viagem — Disse fazendo Coulson sorrir.

— Isso já é rotina pra mim.

Um guarda alto e forte se aproximou de mim e pediu que eu retirasse minha máscara. Coulson interveio dizendo que eu não poderia, por causa de minha identidade.

— Isso não é negociável — Disse ele. 

—  É o regulamento, senhor.

— Ela não vai tirar a máscara. Sabe quantos presos querem acabar com ela e o parceiro dela, só para atacarem Nova York, matar e roubar pessoas? 

— Coulson, está tudo bem. Quando estivermos passando pelas celas, eu coloco minha máscara de volta. Aqui  — Disse tirando minha máscara.

O guarda olhou bem para o meu rosto e pediu para que o seguíssemos. Como havia dito, cobri de volta o meu rosto quando passamos pelas celas. Alguns presos tentaram chamar minha atenção mas eu não me importei. A cela em que Connors estava era diferente das outras, pois o governo temia que ele voltasse aquele lagarto gigante de novo. Por isso as paredes eram grossas e a porta semelhante a de um cofre. Havia apenas uma pequena janela no local, com grades grosas, apenas para passar a luz solar e o ar.

E sentado em sua cama, estava Connors a minha espera.

Coulson teve que ficar esperando do lado de fora, enquanto o guarda me trancava la dentro com ele.

— Que bom ver você de novo, Gwen. Fico feliz que tenha aceitado vir até aqui, sei que esta passando por um momento dificil — Disse ele.

— Disse que tinha algo a falar sobre o meu pai.

— Sim, eu tenho. Eu não tive tempo para te pedir perdão pelo o que fiz, embora eu saiba que você não vá aceitar. Mas mesmo assim eu te peço que me perdoe, Gwen. 

Respirei  fundo. Não ia ser uma conversa fácil pra mim, mas eu sentia que precisava esclarecer algumas coisas com ele. 

— Eu ainda não me acostumei com a ausência do meu pai, Connors. Eu sempre o via de manhã na mesa, bebendo seu café e lendo o jornal. Hoje, tudo o que eu vejo é uma mesa vazia e a casa em um silencio perturbador. O bom é que eu não fico completamente sozinha, já que agora eu tenho uma mãe e uma irmã de consideração, mas isso não diminui o buraco aqui dentro que você provocou, tirando meu pai de mim.

Connors continuou calado, mas não conseguia mais olhar em meu rosto. Continuei:

— E sabe o que é pior? Eu nem pude ficar em casa sofrendo pela morte dele, como qualquer pessoa normal faria, porque os novaiorquinos não poderiam suspeitar que eu sou a Mulher-Aranha. Então, Dr. Connors, não diga que sabe que eu estou passando por um momento difícil, porque você não sabe!

— Você tem razão, me desculpe. Eu não devia ter te chamado até aqui...

— Não, pelo menos nisso você estava certo. O que eu tenho a dizer é importante, então preste atenção. 

Connors finalmente olhou para mim, foi quando pude perceber que seus olhos estavam marejados. Acho que ele realmente esta arrependido.

— Antes de vim para cá eu conversei com o Peter, e ele me fez lembrar do quanto você foi importante para nós, quando iniciamos na equipe do Fury. Quando nos machucávamos, era você quem cuidava de nós e quando precisávamos de alguma orientação, você estava lá para ajudar. Sei que você não é uma má pessoa, senão por que teria nos ajudado? O fato é que... Eu te perdoo, Connors. Mas eu nunca mais quero te ver na minha frente outra vez.

Me senti mais leve depois de ter dito isso. Como Connors não conseguia dizer mais nada, saí de sua cela e me aproximei de Coulson, pedindo para que voltássemos para a base aérea.

Spider-Gwen: Spiderverse - Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora