Capítulo 31

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Depois de um tempo ali na sacada da Torre Sims, algo lá embaixo nos chamou a atenção: barulho de sirenes e freios de carros, logo depois ouvimos estalos semelhantes a tiros. Peter e eu fomos até lá.
Policiais e bandidos estavam trocando tiros enquanto alguns civis corriam assustados pelas ruas. Temi que alguns deles fossem atingidos e pedi para que Peter resolvesse isso, enquanto eu tentava acabar com aquela situação. Aterrisei no meio deles.

Ato suicida? Talvez. Mas aquilo fez os tiros cessarem e atenção de todos se voltar para mim. Sem perder tempo, arranquei as armas dos bandidos e as pendurei em um poste de iluminação, ficando a frente dos policiais.
Alguns deles tinham mais de uma arma escondida, o que virou um problema pra mim, mas minha maior preocupação agora eram os oficiais.
Quando eu ia começar a lutar com os bandidos, Peter apareceu a minha frente e começou a enfrentá-los. E pior, ele não me deixava ajudá-lo.

— Peter, o que você está fazendo?! — Gritei impaciente.

Peter segurou meu braço e me puxou para longe do tiroteio. Ele disse apenas um "não saia daqui" e voltou para o meio da luta. Naquele momento eu soube o que realmente estava acontecendo. Não demorou muito e todos eles estavam presos com a teia do Aranha. Todos menos um.
Sr. Bandido aproveitou que Peter vinha em minha direção, pegou uma arma do chão e mirou em suas costas. Sem pensar muito, coloquei Peter atrás de mim e deixei que o bandido atirasse. O impacto da bala contra meu uniforme me fez cair para trás.
Peter o nocauteou rapidamente e o prendeu com os outros, voltando de novo para perto de mim.

— Gwen, você 'tá legal?

— Legal não seria a palavra... — Disse meio desorientada. Peter me ajudou a levantar.

— Não não devia fazer isso! Você poderia... Eu é que devia...

Peter mal conseguia terminar uma frase de tão zangado que estava.

— Você é sempre tão articulado assim? — Brinquei.

Mas Peter não respondeu.

— Relaxa, meu uniforme é aprova de balas. O que é estranho, porque  contra facas ele não é muito resistente — Murmurei — Vamos voltar para a Torre.

Peter continuava calado. Em poucos segundos nós dois chegamos na sacada do prédio, parecia que ninguém notou nossa ausência nos últimos minutos. Decidi falar com Ben, mas antes que pudesse entrar na sala de estar, Peter segurou minha mão e pediu que eu esperasse.

— Me desculpe sobre aquilo. Eu não pretendia ser tão protetor, eu só...

— Sim, eu sei — O interrompi — Os outros me falaram.

— Não pude salvar a Gwen Stacy do meu mundo — Sua voz saiu em um tom baixo.

— Ei, eu não pude salvar o Peter Parker do meu. Façamos um trato, o que me diz de cuidarmos um do outro?

— Parece um bom plano.

Sorri. Ele estava sem sua Gwen e eu estava sem meu Peter, cuidarmos um do outro parecia mesmo um bom plano e com certeza seríamos bons amigos daqui para frente.

— Eu vou falar com o Ben, provavelmente irei levar uma bronca por ter saído sem avisar. Você vem?

— Porque não? Você não foi a única a sair. E além disso, estou te devendo.

— Está?

Peter tirou sua máscara.

— Eu não deixei você fazer nada lá embaixo, mereço uma bronca também. Mas... Depois disso eu quero um sorvete.

— Ok, a gente assalta a geladeira do Ezekiel depois.

Peter riu. É, seremos bons amigos.

Spider-Gwen: Spiderverse - Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora