47 Ravenn pede um tempo

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Eu me sentia horrível, teria me sentido muito melhor se o Maxwell tivesse surtado e gritado, porque pelo menos eu me defenderia

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Eu me sentia horrível, teria me sentido muito melhor se o Maxwell tivesse surtado e gritado, porque pelo menos eu me defenderia. Mas, o que eu poderia dizer diante daquela cara de bunda? "" Eu não vou tirar esse direito seu" ," Agora você tem que vir morar aqui de uma vez"! Nenhuma demonstração de afeto, nenhum abraço carinhoso ou um "Vai ficar tudo bem, vamos cuidar do nosso filho juntos". Eu me sentia uma fardo, e estava bem claro pra mim que só quem desejava aquele filho era eu.

Apanhei a minha bolsa no sofá, deixando a maleta pra trás e saí do apartamento enquanto Max tomava banho.

Eu precisava de um tempo pra mim, precisava do meu lar com as minhas coisas, precisava assistir TV até tarde comendo bolinhas de queijo no sofá. Eu precisava da minha solidão pra decidir o que faria da minha vida dali por diante.

Tomei o meu carro e segui rumo ao meu kit net, as lágrimas borrando o meu rosto enquanto eu dirigia. Cheguei a casa, depois de quase causar um acidente e me recolhi no meu sofá, me sentindo mais sozinha que nunca.

— E agora, Ravenn Swan? Você conseguiu mais uma vez e dessa vez é bem pior! — eu falava comigo mesma — É pior porque você o ama e ele não sente o mesmo, é pior porque você é uma burra que não conseguiu preservar o próprio coração. E agora? Ele não vai te abandonar porque apesar de ser um cafajeste com as mulheres, ele é um homem correto. O que você vai fazer, Ravenn? — Será que eu estava disposta a continuar naquele relacionamento fadado ao fracasso? Amando por nós dois? Eu só queria que ele sentisse um terço do que eu sinto. Mas, sempre que eu mencionava a palavra Amor, ou que me declarava ele era sempre tão evasivo e distante, ou simplesmente me beijava e dizia que gostava muito de mim. Aquilo me fazia tão mal! Eu me sentia como aquelas crianças que pedem um super brinquedo pro papai Noel e recebem uma meia de presente de natal.

Eu queria ser grata e compreensiva, queria ser paciente e resignada, mas não dava! Eu me sentia recolhendo migalhas de sentimento. Eu tinha realmente conseguido ferrar com a minha vida!

Meu celular começou a tocar insistentemente, o nome e a carinha de Max aparecia no visor. Sério?

— O que você quer, Max? o atendi ressabiada.

— Onde você está? Ele parecia afobado. Você não vai embora com meu filho, vai?

— Pra onde eu iria, Maxwell? indaguei frustrada

— Pra longe de mim... Você acha que eu não quero o bebê. — Ele disse parecendo angustiado. — Droga, Ravenn! O que você queria? Que eu surtasse e mandasse você à merda? Vira-se, eu não quero?

— Queria que você não parecesse tão indiferente!

— Indiferente? Mas que merda, Ravenn... Eu não sei lidar com isso, eu não sou como os outros homens, não sei soltar fogos de artifícios e mandar flores... Mas também não sou um monstro que vai te obrigar a tirar... Não sou esse monstro... Não era pra termos filhos agora, não era pra isso acontecer, você também tem sua parcela de culpa em acreditar na palavra de um médico. Não jogue tudo nas minhas costas... Você não me dá tempo de respirar e me acostumar com essa vida de namoro, de mimos... Amor! —Ele se calou. — Volta pra casa, por favor? Ou eu vou ter que encher a cara e ficar bêbado?

— Minha parcela de culpa? — me senti revoltada — Como eu ia adivinhar? Não era pra termos filhos agora? Não tenha, Maxwell! Eu fiz, eu fico com toda a carga, toda a responsabilidade! Está bem assim?

— Não! Não está bem assim. Eu não sou um irresponsável que vai largar a mãe do meu filho e meu filho por aí. Se você não voltar pra esse apartamento agora, Ravenn e resolver essa merda cara a cara comigo, tenha certeza que estará comprando uma briga feia. Agora levanta essa bunda magrela do sofá e para de comer gordura e vem para cá.

— Como você sabe que eu estou comendo gordura? — eu ri.

— É a sua cara comer porcaria quando está ansiosa ou triste. —Ele suspirou longamente. — Eu te conheço. Eu sou observador, Ravenn... Sei quando está mal, quando está feliz. Posso parecer irrelevante quando estou ao seu lado, despreocupado, mas é assim que eu sei lidar... — Suspirei longamente.

— Eu preciso de um tempo, Max! Eu te amo!

Desliguei o telefone e o larguei no sofá.


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COMO AGARRAR UM CAFAJESTE (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora