2- Primeiro Dia

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Hoje é o dia, finalmente o meu primeiro dia como interna e Stephanie como sempre demora meio ano para acordar.

-Acorda preguiçosa. - Ela resmunga e eu não entendo nada. - Vou fazer um café. Qualquer coisa estou na cozinha! - Ela resmunga de novo concordando.

Troco de roupa e escovo meus dentes, faço um café já que faltava meia hora pra sair, comi um pedaço de bolo que estava na geladeira por que sabia que o dia ia ser longo, e ficar de estômago vazio pela manhã não é muito legal.

Pego o carro com a Stephanie e vamos direto pro hospital, entramos no vestiário dos internos que era bem pequeno por sinal, e tinha muita gente lá dentro, nem lembrava que eram tantos internos assim.

- Bom sou a Dr. Grey, quem são meus internos hoje? - Diz deixando um formulário em cima do balcão.

- Eu estou com você Doutora Grey. - Fala Stephanie bastante empolgada.

- Eu também. - Diz o Ross.

- Ok, vamos, vão precisar desse entusiasmo o dia inteiro. - Eles seguem a Doutora Grey até a emergência.

Todos os internos vão com alguém e pelo jeito não sabia com quem ia ficar hoje até que vejo o Hunt.

- Oi Dr. Hunt, pode me informar com quem eu estou hoje?

- Claro Doutora. - Ele tenta olhar meu jaleco. - Wilson. Parece que está na pediatria hoje com o Karev.

- Obrigada, com licença. - Falo e vou até o elevador onde encontro o Dr. Karev.

- Parece que estou com você hoje. - Falo entrando no elevador.

- Espero que seja boa na pediatria. - Ele diz apertando o botão do andar pediátrico.

- Deve ser moleza, crianças são fáceis de lidar. - digo segurando meu tablet.

- Você que pensa que é fácil. - Ela fala com um tom de sarcasmo, acho que não foi um dos meus melhores comentários. - Estão nos chamando na emergência. - Ele sai do elevador e sigo ele até a emergência.

- Karev, precisamos de você. - Kepner fala apontando para uma maca onde está uma menininha e uma mãe.

- Bom dia Maya, sou o doutor Karev, e essa é a doutora Wilson. - Sorrio pra menina que na fixa diz que tem 10 anos. - E o que a senhorita tem? - Ele sorri mexendo no cabelo da menina.

- Ela tá vomitando a dias, tem fortes dores de cabeça e está com tontura, consultamos ela com alguns médicos e eles disseram que era apenas um dor de cabeça e nos deram remédios, mas não passou as dores e o vômito. - A mãe responde.

- Tudo bem vamos examinar. - Ele examina ela, fazendo os procedimentos básicos. - Vamos fazer mais exames para vermos o que essa princesa tem. Vamos lhe manter informada. - Ele fala pra mãe. - Faça um exame de sangue e leve ela pra tomografia. - Faço que sim com a cabeça e ele sai.

- Muito bem, vamos tirar o seu sangue.

(...)

Vamos até a tomografia e o Alex e o Derek já estavam lá.

As imagens chegam na tela e o Alex anota algumas coisas no tablet.

- Tumor? Nossa ela é tão novinha. - Falo cruzando os braços.

- Pediatria não é qualquer coisa Wilson. - Alex diz e eu abaixo a cabeça, realmente o tumor era enorme e dava dó, ela tem 10 anos e vai ter que passar por isso.

- Chegaram os resultados do exame de sangue. - Falo e entrego pro Dr. Shepherd.

- É benigno, pelo menos pegamos no começo.

- Vamos marcar a cirurgia. E avisar a mãe. - Karev diz e vai até a sala onde a mãe dela estava esperando.

- Doutor Karev! Como ela está? - Fala preocupada e isso já me parte o coração.

- Sua filha tem um tumor no cérebro, por sorte é benigno e pegamos no começo. - O Doutor Karev continua explicando e a mãe começa a chorar desesperada.

- Minha Maya - Ela coloca a mão na cabeça. - Como pode um tumor?

- Não se preocupe, ela está em boas mãos, o Dr. Shepherd é o melhor, e eu e a Doutora Wilson estaremos lá na cirurgia.

- Obrigada Dr. Karev. - Ela diz e ele sai junto comigo.

Ele ia caminhando mais a frente e não me controlo e me vejo chorando, enquanto falava as coisas até que percebeu.

- Está chorando? - Ele vem até mim.

- Desculpa Dr. Karev, eu não queria ser tão emocional a esse ponto.

- Precisa ser forte, e não se deixar abalar, se for ficar chorando nos corredores, saia do caso, se for demais pra você, eu sei que é difícil e é seu primeiro dia, mas é assim mesmo, ser médico é isso.

- Me desculpa, vou ver os exames dos outros pacientes. - Enxugo minhas lágrimas, ele assente e sai.

(...)

- Como está sendo seu dia? - Pergunta Steph na hora do almoço.

- Difícil, levei uma bronca do meu chefe por chorar nos corredores e além do mais uma menina de 10 anos tem um tumor enorme na cabeça.

- Sério? Que horror. - Ela fala comendo. - Estou em um transplante de fígado, acredita que a amante do paciente era compatível com ele e a mulher não era, só que a mulher do paciente não sabe que a outra é amante dele, acha que são só amigos.

- Como soube isso? - Pergunto.

- O paciente acabou nos contando. - Ela fala rindo.

- E eu com meu tumor e choro mais que tudo por causa da menina. - Falo encostando a mão na mesa.

- Dr. Karev tá vindo. - Steph diz

- Wilson, preciso de você! - Levanto e vou atrás dele.

A Interna - JolexOnde histórias criam vida. Descubra agora