31- O que nos vem a tona

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Todos os dias passamos por desafios, todos os dias cometemos erros, não por que queremos, as vezes nem percebemos que erramos, nós pensamos que estamos bem com nossa vida, mas é só algo acontecer que a gente percebe o que perdeu, o que deixamos pra trás e o que estávamos tentando negar, vem a tona, cometemos um erro.

- Oi filha! - Digo entrando na creche e vendo ela brincar com alguma coisa no berço.

- Ela se comportou muito bem hoje mamãe. - A mulher da creche fala pra mim.

- Então vamos filha. - Falo pegando ela. - Muito obrigada. - Digo e saio de lá.

Vejo uma correria na emergência e corro pra ver o que está acontecendo até que vejo a Meredith colocando o avental.

- Ei, tudo bem? Precisam de ajuda na emergência. - Pergunto chegando perto dela.

- Acidente de carro Meredith, já sabe. - Owen diz correndo até lá fora.

- Jo, preciso que saia daqui. - Diz segurando meus ombros.

- Por que, o que aconteceu? - Digo.

- Por favor Jo. - Ela fala olhando pro celular dela.

- Não, eu vou ficar aqui, o que tá acontecendo? Cadê o Alex? - Pergunto e ela me ignora.

- Eu sinto muito. - Ela diz e vai correndo pra fora quando a ambulância chega e vou logo atrás

- Está hipotérmico e muito gelado, sem pulso e sem sinais, não temos ideia de quanto tempo ele ficou lá. - Diz um paramédico saindo

- Nome do paciente? - Fala uma médica aparentemente perdida.

- É o Alex, Alex Karev. - Ouço aquilo e vejo de longe que realmente era ele.

- Alex? - Digo e a Pierce vem até mim.

- Jo, a gente cuida disso. - Ela diz.

- Acho que perdemos ele. - Outro paramédico diz.

- Não, ele não tá morto, ninguém diz isso. - Meredith sobe em cima dele fazendo a massagem cardíaca. - Quero mantas cirúrgicas e soro morno. - Meredith diz já na sala de trauma.

- Aí meu Deus. - Abraço a Estela que ainda estava comigo enquanto eu olhava de longe.

- Jo, precisa sair daqui. - Stephanie diz tentando me acalmar. - Ele vai ficar bem, vão cuidar dele.

- Ele vai morrer? - Falo chorando. - Ele não pode morrer. - Grito pra Stephanie.

- Jô, ele não vai morrer. - A Meredith fala pra mim. - Oxigênio e...

- Não consegui achar uma veia. - Fala um dos internos que estava lá.

- Ok, é, fusão intra-óssea. - April diz.

- Precisamos de tubos peitorais duplos e uma lavagem torácica. - Pirce diz entrando na sala.

- Me fala, o que isso pode ser? - Digo entrando na sala.

- Sai daqui Wilson. - Meredith grita de novo.

- Só me diz que eu saio. - Falo ainda chorando.

- Ele tá com hematomas por causa do cinto de segurança, não acho que ele foi jogado do carro. - Diz me olhando e continuando as compressões. - Ele provavelmente saiu foi pedir ajuda, então escorregou no gelo e caiu no barranco.

- Droga, ele me disse a duas semanas que ele ia ir pra casa da mãe dele, ver se ela... - Falo ainda chorando. - Droga.

- Ok, agora sai daqui, Stephanie leva ela. - Ela diz e logo a Estela começa a chorar. - E também aqui não é lugar pra crianças.

- April, me cobre aqui que eu vou com ela também. - Hunt diz saindo dali.

Depois disso Stephanie e o Owen vão comigo até a sala de espera.

- Eu não quero ficar aqui, eu preciso saber do Alex. - Digo segurando a Estela. - Acha que ele vai sobreviver?

- Sinceramente não. - Stephanie diz e eu começo a chorar mais.

- Edwards, você não pode dizer isso pra família dos pacientes em uma situação dessas. - Owen diz sentando do meu lado. - Jo, estão fazendo o máximo pra ele ficar bem, sabe que somos bons, você tem que confiar, eles vão dar o melhor deles.

- Eu fui uma idiota e se ele morrer, eu não disse que eu o amava uma última vez, eu tava negando esse tempo todo e se ele morrer, acabou, eu não vou poder dizer, ele... - Digo e o Owen passa a mão pelas minhas costas. - Ele é o pai da minha filha, não de sangue mais tecnicamente, sabe? ele foi o único que aceitou isso e...

- Ele não vai morrer, não hoje. - Ele diz

A Interna - JolexOnde histórias criam vida. Descubra agora