A Interna - Jolex

68- Manter a calma

Obtenha calma, em qualquer situação difícil, é só isso que você poderá ter

"Calma, calma e calma"

Era isso que eu repetia pra mim mesma a todo momento durante 3 semanas, 3 semanas, as 3 semanas mais longas da minha vida, me chamem de orgulhosa ou qualquer outra coisa, a questão não é só essa, a questão é meu suposto casamento.

- Ei, tá viajando? - Diz Kylie me fazendo sair do transe. - Você e o Alex estão péssimos, como vocês aguentam?

- Eu preciso de sexo. - Digo em voz alta. - Me desculpa, mas as vezes eu esqueço do que aconteceu entre mim e o Alex e só consigo me lembrar do ritmo perfeito, droga, eu preciso mesmo de sexo. - Digo me jogando na cama.

- Para de ser orgulhosa e volta pra casa dele, não aguento mais te ver aqui nesse estado, você voltou exausta de ontem.

Eu estava no bar bebendo com os novos internos especificamente, era só o que eu conseguia fazer em meio a choro e imaturidade, é o que me descreve segundo a Kylie.

Saí do apartamento do Alex, não conseguíamos falar um com o outro sem brigar ou gritar, isso não ia fazer bem pra Estela, então estamos revesando com ela, o que era péssimo, mas também era pro próprio bem dela.

Estou temporariamente na casa da Kylie, no qual vejo que a mesma não me quer aqui, ok, eu entenderia, mais daqui eu não saio tão cedo.

- Sabe o que eu quero? - Digo olhando pra Kylie.

- Sexo?

- Não besta. - Digo rindo. - Queria um dia de folga, um dia de folga pra beber e esquecer de tudo.

- Isso é o que você tem feito nas últimas semanas!

- Preciso parar de ser irresponsável.

Dito, saímos da casa e fomos pro hospital, ontem a Estela estava com o Alex então ele provavelmente já deixou ela na creche, mal entro lá dentro e já me vejo no banheiro passando mal de novo.

Pego soro e fico andando com o mesmo já injetado em mim.

- O que tá fazendo com isso aí? - Stephanie diz assim que me vê.

- Me medicando pra ver se os enjoos passam.

- Está de ressaca? - Ela fala.

- Um pouquinho.

- Jo, precisa parar com isso.

- Não. - Digo alto e todos do corredor se voltam pra mim. - Meu relacionamento está acabando, eu não sei nem se sou casada mais, aliais, nunca fui né, se casamos no hospital... Eu estou ótima assim.

- Definitivamente não está, eu já te disse tudo que eu tinha pra dizer e você não ouve nem eu, nem ninguém Jo, para de ser infantil. - Ela diz e sai de lá.

Caminho um pouco até a creche como sempre fazia e via a Estela brincar com outras crianças, logo já avia dado meu horário e vi Alex chegar ali.

- Por que está com isso? - Ele diz se referindo ao soro.

- Noite longa. - Digo.

- Você está definitivamente mal, não vou deixar você ficar com a Estela assim.

- Qual é? Ela é minha filha Alex, e hoje é o meu dia, sei muito bem cuidar dela.

- Tô vendo, como você cuida de você mesma, você não conversa comigo sobre isso, faz uma semana que você saiu de casa, eu não sei nem sobre você mais, aí eu chego aqui e você está assim? A que ponto isso chegou?

- Eu não posso sair mais pra beber com pessoas, socializar, doutor perfeitinho, você é atendente Alex, não se preocupa com nada, se perder, tudo bem, "por que eu sou Alex Karev um excelente pediatra, sou o melhor na área", não me garanto sozinha né? É isso que você acha.

- Pra mim deu, para de ser infantil, você não me diz nada, eu não sei nem se estamos casados, eu apoio você em tudo, ou apoiava, apesar de tudo isso, eu não consigo te odiar, e eu definitivamente odeio isso, por causa de uma pesquisa idiota...

- A questão não é a pesquisa Alex, ou a doutora Evans. - Falo interrompendo ele. - A questão é nosso relacionamento, eu não sei de mais nada.

- Ótimo. - Ele diz saindo de lá e vejo ter derrubado algo da bancada que estava próxima.

- Droga. - Digo e uma enfermeira me olha.

- Precisa de algo doutora Wilson? - Forço um sorriso enquanto ela me olha.

- Não, muito obrigada! Meu turno já acabou. - Pego a Estela e saio dali.

A gente não desiste do que quer, a gente desiste do que dói.

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