Conversa

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— Can, temos que conversar.

Can entrou pela porta de casa e sua mãe estava a sua espera no sofá.

Que ótimo...

Suspirou e foi se sentar ao lado dela.

Desde a noite anterior seu mundo tinha virado ainda mais de ponta cabeça, porquê? Grande parte por sua culpa que não conseguia controlar seu temperamento e sua curiosidade.

Beijou o Tin para calar a boca da sua irmã, então na cama, ficou tocando Tin como um idiota, como se não tivesse o mesmo corpo... quer dizer, ele era mais definido, macio e duro... E isso causou o quê? Em Tin lhe fazendo ver estrelas antes mesmo que pensasse que estavam naquele tipo de estágio.

Eram namorados, mas deviam... Deviam fazer aquilo?

Como se não tivesse gostado não é mesmo, Can?

Aquela voz traiçoeira e irritante soou em sua mente em tom irônico e ele suspirou. Tinha sido tão bom quanto os beijos, mas era homem e sabia muito bem que ele foi o único que teve satisfação porque dormiu em seguida. Como ficou o Tin?

Não conseguiu nem saber na manhã seguinte, porque acordaram atrasados e tiveram de se arrumar rápido para chegar na Universidade, mesmo de carro. E aparentemente tanto Tin quando ele teve um dia corrido e o Curso Internacional ainda teve provas extras – Como soube com o Ae por uma mensagem do Pete. Para si, Tin só enviou uma nota dizendo que naquele dia não podia levá-lo para casa, mas que ligava a noite.

Can ia todo dia embora sozinho até semana passada, então porque ficou tão desapontado?

Suspirou de novo e olhou para a TV desligada. Por que era tudo tão complicado?

— Can, vocês já transaram? Espero que esteja usando camisinha.

A mochila caiu das suas mãos e ele se sentiu pálido. COMO É QUE É?

— Mãe!

— Nada de mãe, Cantaloupe, quero saber a verdade. Agora.

Can sentiu que seu corpo todo congelava, sexo... Não era tão imbecil, sabia o básico, mas não sabia o que transar significava como um todo. Eles tinham transado? Não tinham? Tinham meio transado? Um quarto de transa? Tin tocou ele, mas ele não fez nada demais... embora fosse tão bom... Talvez fosse muito sim, aquilo poderia ser considerado sexo?

E ele saberia fazer isso, Tin saberia? Ia dar certo, ia machucar, ia ser gostoso, eles fariam aquilo em breve, ou já não era considerado mais virgem!?

— Can respire, eu te fiz uma pergunta, não te sentenciei a morte, menino!

A voz da sua mãe soou divertida e ele engoliu em seco.

Sabia que mais dia menos dia ela ia conversar com ele sobre aquilo e Can sabia que tentar fugir seria pior. Ele respirou fundo e se voltou para sua mãe disposto a ser sincero como sempre foi:

— Tin e eu estamos namorando, tudo bem para a senhora?

— Eu sabia que uma hora sua raiva daquele jovem ia mudar. Não esperava amor, mas vocês jovens, estão mais rápidos. – Ela sorriu e Can viu que realmente estava tudo bem por ela, nossa, aquilo realmente tirava um peso dos seus ombros, ele não ia ligar para o mundo, afinal vivia sendo provocado na escola e tudo, mas sua mãe era importante e se para ela estava tudo bem, então para ele também estava. Sua relação com ela sempre foi uma relação sincera e verdadeira, sua mãe lhe ensinou a ser assim, ainda assim, desviou os olhos não sabendo se teria coragem de falar sobre aquilo a olhando cara a cara – Eu não sei se amo o Tin, mãe, mas eu sinto falta dele, e quero vê-lo feliz. Eu não entendo muito de sentimentos, mas eu sinto isso, e ele disse que gosta de mim, ele disse que eu faço ele respirar... Seja lá o que isso signifique.

Meu seme engomadinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora