— Ele está abalado por ter de ir embora.Tin ouviu Ae falar preocupado olhando para Can adormecido na cama. Sim, era a última noite deles ali e Tin sabia muito bem dos sentimentos do Can, contudo para que tudo desse certo e as coisas acontecessem do modo que planejavam, precisavam voltar para casa. Ou para Bangkok, no caso. Já que o sentimento geral de casa era naquela floresta.
Nem eles, nem as mães estavam felizes com aquilo, mas todos sabiam do porquê da mudança de novo. E também tinha o outro porém, a família de Ae.
— Can vai superar, ele é bom nisso - Respondeu firme, as vezes ele tinha que ser a mão pesada do relacionamento e aquele era um dos momentos. Foi até Ae e o abraçou por trás, olhando como ele, Can ressonando baixo - Sabe que todos temos um papel para desempenhar nos próximos anos, não deslize.
— Eu sinto saudades imensas da mãe e da minha sobrinha, mas... Não gosto disso, Tin. Não gosto de estar longe de vocês desse jeito.
— Eu também não gosto - Tin beijou o pescoço moreno com cuidado - Mas sua família aceitou com ressalvas o fato de você ser gay, Ae. Dizer que não é apenas Pete que dorme na mesma cama que a sua está fora de cogitação, esteve cinco anos fora os visitando só aos fins de ano, você precisa encerrar o ciclo e se resolver de vez com eles ou nunca vai ficar livre dessas amarras. Sua sobrinha já é maiorzinha e você é dono da sua própria vida, amor.
Ae respirou fundo como Tin esperava dele e um segundo depois, Pete entrou no quarto de pijamas e pronto para dormir.
— Can dormiu mesmo lá na masmorra?
— Sim, ele gosta de lá - Tin respondeu sorrindo um pouco divertido. Hora de mudar o clima - Vamos ter que construir uma igual em casa, ainda bem que temos um pedreiro, não é mesmo?
— Pedreiro é?
E Ae o puxou jogando na cama e Pete riu quando o mais forte deles fez uma cara de vingança maligna que Tin adorava. Tinha que distraí-lo ou Ae ia surtar... Mas por dentro suspirou pesaroso, o que esperava todos na Tailândia era distante do edílio que viveram ali e todos sabiam bem disso.
Não duraria muito, mas paciência não era um talento dos seus maridos, infelizmente.
Ele ia ter muito trabalho, sabia disso.
Um mês depois
— Quero minha vila de volta, dê um jeito TIN!
Tin ergueu os olhos dos documentos que analisava e sorriu de canto com Can entrando no escritório com um bico do tamanho do mundo e se jogando na cadeira de frente à sua escrivaninha, cruzando os braços e com olhar irritado. Tin não o julgava, a vida de pet como era vigente na atualidade não o comportava. Contudo eles estavam seguindo as regras à risca e enquanto para Pete parecia servir como uma luva, para Can era uma barreira incomoda e restritiva.
Agora praticamente moravam em duas casas. Vizinhas, em um condomínio fechado. As mães de Can e Pete moravam no fim da rua sem saída enquanto Lemon terminava a faculdade dois bairros dali. Tin ignorou sua família completamente desde que voltou, mas sabia que seu meio irmão agora estava à frente das empresas. Para o mundo ele e Ae eram apenas dois doms amigos e vizinhos, contudo a casa que seria de Ae e Pete era apenas uma perfeita residência de fachada e desde que chegaram em Bangkok, Ae estava na casa da família dele do outro lado da cidade. Todos sabiam que era necessário, mas nem por isso sentiam menos falta. Principalmente Pete que já estava o deixando preocupado. Precisava achar uma solução e estava cogitando algumas hipóteses ainda... Contudo com Can, era mais fácil.
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Meu seme engomadinho
Hayran KurguTin sabia que desistir, por mais que quisesse depois daquele dia, não era opção. Ele amava Can e lutaria por ele, por mais complicado que fosse. Aquele garoto do programa Tailandês era seu! Seu pequeno e inocente Cantaloupe.