A estrada a seguir

6.8K 575 594
                                    


E hoje tem extra aeee!!!



  Can mexia o prato do jantar sem apetite. Só conseguia pensar na noite de ontem e no Pete chorando com medo de toda aquela situação horrível.

— Que cara é essa, Can? Eu já te disse, se Yo ligou para Margot, o pai do Pete não terá chance.

— É que isso é tão errado, sabe! – E Can desistiu de vez da comida, olhando para Tin que estava a sua frente ainda mastigando lentamente – Já não bastava aquele filho da mãe roubando e ameaçando o Pete daquela vez, agora é o pai dele fazendo isso! E se a madrinha do Yo não conseguir parar o pai dele? E daí, porque as pessoas têm que ser tão ruins? Eles se gostam, Tin, qual é a merda do problema!?

— A nossa sociedade é o problema. A verdade é que a sociedade em si já é ruim para tudo que fuja do padrão, mas no meio social em que eu, Yo e Pete estamos é ainda pior e tanto ele como Yo sabem que não podem lutar com as armas que o programa tailandês dele tem. Ae ama o Pete, sabemos disso, mas ele não pode enfrentar o pai do namorado enquanto ainda é só um estudante e por isso Pete ficou desse jeito. Isso é briga de cachorro grande – E Can viu Tin rir com desgosto – Pete é um tolo apaixonado com nem um por cento de espinha dorsal naquele corpo fofinho e o pai dele sabe disso, o que o pai dele não sabe é que tanto Yo quanto eu, não vamos deixar ele alcançar e destruir a felicidade do Pete.

— Você?

Can arregalou os olhos, ué...?

— Eu percebi no primeiro segundo, dois dias antes que algo de ruim tinha acontecido com o Pete, ele estava amuado, pálido – Tin colocou os talheres na mesa e colocou o queixo entre as mãos com os cotovelos apoiados na mesa – Eu sei como é o sentimento de ameaça, a diferença é como lidamos com ele. Pete estava sendo ameaçado, de novo. P'Tramp foi instruído bem sobre o que ia acontecer com ele se chegasse de novo a cem metros de Pete então quem poderia ameaçá-lo? Precisei de alguns minutos e a conclusão era óbvia, mas eu liguei para ele com uma desculpa de interesse em negócios e logo, com pouco esforço descobri que ele sabia sobre Pete e o programa tailandês dele. A ameaça era ele.

Can deixou o queixo cair, caramba... Tin era o quê? Um agente secreto?

— Meu deus, Tin, eu nem sei...

Tin sorriu de lado:

— Eu já te disse, você é meu e eu cuido muito bem do que é meu. Ae é seu melhor amigo, Pete é o que mais próximo de um amigo que eu tenho, não vou deixar nada atingi-los. Mas claro, eu desperdiçaria muitos recursos lidando com o pai de Pete sozinho. Quando Yo ligou para a madrinha dele, eu já estava um dia a frente. Margot me ligou dizendo capciosamente que eu era uma mente brilhante que ela queria em seu reino. Ela é uma loba sobre negócios no fim e cérebros valiosos para ela é um bom investimento.

— Vai com calma, me perdi – Can balançou a cabeça, então olhou de novo nos olhos de Tin que agora sorria mais – Você descobriu que o pai do Pete estava fazendo essa cachorrada com ele, só por dedução e ligou para a madrinha do Yo antes dele?

— Lembra que ela disse que ia me mandar informações sobre o novo negócio em que ela ia investir e que poderia fazer meu dinheiro rentável?

Can assentiu, ele não entendeu bem naquele dia, mas era algo assim mesmo.

— Estamos conversando sobre isso nessas últimas semanas. E eu a conheço, Can, a conheço há dez anos – Can arregalou os olhos tentando entender o porque aquilo lhe causou um arrepio estranho. Tin perdeu o sorriso e passou a falar mais baixo – Quando eu e Yo estudávamos música juntos, antes de meu irmão convencer meus pais a me mandar para a Europa, em uma apresentação que fizéssemos juntos, ela veio e foi quando eu a vi pela primeira vez. Yo naquela época não sabia ser tão discreto como ele é hoje e como filho único criado em um lar amável e livre, ele fazia o que queria e dizia o que queria. O senhor Panitchayasawad era o mais poderoso de todo o país, quem ia dizer algo? Mas eu percebia que Yo era diferente e comecei a pensar sozinho sobre aquilo. Sobre alguns dos seus hábitos, mas eu fui entender a maior parte ao ver aquela mulher elegante, de pele escura e sorriso mortal andando com uma loira linda, baixinha e que usava uma coleira grossa com o nome de Margot - Can abriu a boca em choque e Tin acabou rindo – O mundo é imenso, meu querido Cantaloupe, existem muitas sociedades coexistindo com a sociedade hipócrita que o mundo aceita e enxerga como única. E uma delas é o reino de Magnólia Margot. Uma sociedade infinitamente trilhonária, poderosa, com ramificações pelo mundo todo, com suas leis próprias e que protege os seus como lobos famintos.

Meu seme engomadinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora