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Se Can dissesse que se sentiu totalmente à vontade com aquilo seria mentira, mas foi menos pior do que imaginou.

Caminhou até o carro de Tin estacionado nas vagas da sua faculdade de forma lenta, mas insistente. Eram namorados certo, não podia ignorá-lo. Também se sentia outra vez meio para baixo porque ele não pode almoçar consigo. Isso dizia muito sobre si mesmo, não é?

Um dia todo longe... Can seu idiota! Ralhou consigo mesmo.

Queria ele por perto para pirar com ele, mas ao mesmo tempo não queria para não ter que passar por momentos difíceis, como falar o que sentia.

Ainda não sabia, de verdade, estava cheio de perguntas sem respostas. Sua mente e seu coração era um caos, mas Tin tinha lá sua razão. Fugir não era a resposta.

Fugir era impossível agora de todo jeito, a pulseirinha em seu punho gritava aquilo.

Não gostava também das possibilidades do que trazia um namoro, principalmente sobre ciúmes. Já tinha sentido aquilo certa vez por culpa de Tin e sua insistência em atrapalhar Pete com Ae. Saber que Tin estava perto demais do Pete de um jeito como estava com ele o tinha deixado louco antes, e foi um dos motivos que decidiu parar aquilo tudo de vez, porém... Depois daquela semana sem ele, foi mil vezes pior e só queria não ter que sentir mais nenhuma das duas coisas, ciúme e falta.

Como conseguiria aquilo?

Então viu Tin encostado na porta do carro e suspirou.

Por que ele tinha que ser tão alto e bonito? Por que ele tinha aquela aura de rei do mundo, príncipe do gelo e senhor arrogante em torno dele daquele jeito? Por que seu coração pulava ao ver aquilo como se tivesse corrido dez campos de futebol?

Eu sou gay, é isso, não tem outra explicação...

"Eu não sei se sou gay, Can, porque não me atrai nenhum outro cara além do Pete, eu não sei te explicar sobre isso..."

A voz de Ae voltou a sua mente.

Ele sentia o mesmo, nunca nenhum outro cara lhe atraiu, nem garota... Será que ele e Ae eram tipo Petetinsexual? Só sentia atração por uma única pessoa na face da terra?

Existia aquilo?

— Entre.

Can só percebeu que estava na frente do Tin divagando e em silêncio quando ele abriu a porta para si com um sorrisinho idiota no rosto.

Quis resmungar, mas se controlou e entrou no carro.

Ainda que não soubesse o que era, sabia que tinha um compromisso agora e tinha que falar com a sua mãe. Como ela ia reagir?

Ela estava assistindo uma novela esses dias com um casal gay e ontem mesmo tinha visto ela chorar por causa da separação deles por culpa da família, então... Talvez ela aceitasse?

Tin tinha dito que eles estavam juntos e ele não ia esconder, então... Ele iria falar com sua mãe com ele?

— Droga, o que eu estou pensando?

Bateu a cabeça no painel do carro e sentiu que já estavam andando há algum tempo.

— Cantaloupe, para de pensar, vai derreter seu cérebro, seu tolo.

—TINNNNNN – Acabou gritando só que não tão alto – Isso tudo é sua culpa!

— Claro que é.

Ele disse em tom jocoso e Can respirou fundo olhando para os lados e percebendo que não estavam indo para a sua casa, ué?

— Onde estamos indo?

Meu seme engomadinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora