Can saiu da sala na hora do almoço ainda meio desorientado.
Seu punho direito parecia pesado e leve ao mesmo tempo e quando Good perguntou o que era aquilo, ele apenas deu de ombros.
Não sabia o que dizer... O que diria?
Como diria a sua mãe que estava namorando um cara?
A pergunta voltou a sua mente porque sim, estava namorando com Tin agora. Tinham pulseiras de casal...
Se sentia tão atordoado como se sentiu depois do primeiro beijo deles, roubado diga-se de passagem.
"— Eu não sou gay!
— Você nunca namorou na vida, eu fui seu primeiro beijo, você se sente atraído por mim, como pode se fingir de cego!"
Aquela conversa voltou em sua mente quando se encaminhou para o refeitório.
Então ele era gay? Não podia fingir que os beijos do Tin não mexessem consigo e depois do sábado, sentindo o corpo do Tin sobre o seu, as coisas se tornaram ainda mais caóticas. Ele gostava e não era de mentir para si mesmo, nunca foi. Confessar para o mandão, já era outra coisa!
— Ei Can! Tudo bem?
A voz de Ae, seu amigo do curso de engenharia chegou ao seu lado sorrindo animado enquanto batia em seu ombro de leve.
Ae gostava tanto de futebol como ele e acabaram se tornando amigos embora jogassem para times diferentes, afinal eram de cursos diferentes, ele esportes, o outro exatas, ainda que os Campus fossem um do lado do outro. Eles até treinavam juntos algumas vezes também já que Ae acordava bem cedo e sempre tinha disposição para atividades, mais do que Can que seria um futuro treinador...
Então parou subitamente ao se lembrar que recentemente Ae começou namorar o Pete. Pete era oficialmente gay, mas Ae não era. Quer dizer, nunca conversou com ele sobre isso, mas antes dele conhecer o Pete conversavam sobre garotas embora coisas aleatórias... E o amigo nunca deu a entender que não gostava.
Ele seria como Ae...? Afinal falava de garotas como os garotos falavam, mas a verdade foi que nunca tinha se sentido atraído por nenhuma.
— Can!
Ae também parou e logo Can se viu quase diante do refeitório. O amigo o olhou preocupado, Can pegou sua mão e o puxou para um dos corredores vazios aquela hora, não podia falar com ele sobre aquilo em um lugar cheio e nem queria deixar para depois.
Can não gostava de deixar nada para depois.
— Ei Can! O que está acontecendo?
— Como você soube que era gay, Ae?
Perguntou direto e então arregalou os olhos quando soltou o outro. Nossa, ele tinha sido bem direto devido as preocupações e embora soubesse que Ae era como ele, direto e simples, talvez pudesse deixar o outro nervoso, mas para sua sorte não aconteceu.
Ae parou e o olhou bem sério antes de falar.
— Então é isso.
Can olhou de um lado para o outro e então assentiu.
— Eu só estou tão confuso e...
— É aquele idiota do Tin, Can? Devo socá-lo por você?
— Meu soco é bem mais doloroso Ae! Não sou uma garota! - Resmungou e acabou que ambos ririam baixo – Espera, como você sabe e...
— Pete tem falado bem alegre ultimamente que Tin estava apaixonado. E depois que voltei da praia ele estava ainda mais animado com esse assunto.
Ae rolou os olhos e Can se sentiu sem ar. Oi? Tin falava sobre aquilo com o Pete? E ainda mais... Ele tinha o Pete como amigo assim? Can sempre achou que o senhor absoluto do mundo não conseguisse ser amigável o suficiente com outro ser humano, mas então sacudiu a cabeça de leve, era o Pete afinal, a pessoa mais fofinha e legal que já conheceu.
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Meu seme engomadinho
Fiksi PenggemarTin sabia que desistir, por mais que quisesse depois daquele dia, não era opção. Ele amava Can e lutaria por ele, por mais complicado que fosse. Aquele garoto do programa Tailandês era seu! Seu pequeno e inocente Cantaloupe.