Expectativas

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— Papa, eu não gosto desse lugar.

Tin sorriu para Yim querendo dizer que também não gostava, nunca gostou e por isso mesmo não ia fazê-la ficar ali apesar de que tinha se apegado aquela monstrinha de tal forma que saber que poderia ficar meses se vê-la já lhe deixa agitado de um jeito ruim.

Beijou a testa dela e arrumou melhor o edredom sobre sua filhota.

— Papa sabe e por isso assim que tio Ae chegar, ele vai te levar amanhã para o fim do mundo.

— Então vai ficar aqui, apesar de não gostar também, né. Trabalho?

Tim evitou rir, que pestinha esperta que tinha!

Assentiu. Ela fez bico:

— Papa e papai Can tem que arrumar a OMMP, lembra da OMMP?

— A ordem secreta em que vivemos – Ela respondeu como se fosse um ditado escolar. Yim estudava em casa e tinha muitos professores, mas as aulas que mais amava era história do mundo e história da OMMP com o Pete, por isso ela sabia de cor e salteado uma infinidade de siglas. Ela o olhou suspirando em seguida – Então você e papai Can vão ficar aqui nesse palácio feio e papai Pete, tio Ae e eu vamos para o castelo de inverno?

— Por enquanto, só até arrumarmos as coisas.

— Ok – Como ela disse ok muito rápido, Tin a olhou desconfiado e ela riu baixinho – Não vou ter que estudar matemática por um ano todinho...

Dessa vez ele abriu a boca. Ora vejam só que pestinha negociadora!

— Vou te mandar tarefas, meu amorzinho, não se iluda.

— Mas eu posso chorar muito de tristeza e tio Ae ficar zangado, acho que devido a situação eu devia ficar sem tarefas de matemática.

Tin cruzou os braços e ela bocejou. Então decidiu usar da mesma arma e sorriu de canto:

— Vou perguntar ao papai Can sobre isso.

— EI! - Ela quase saltou da cama e então o olhou estreitando os olhos, de igual para igual - Golpe baixo, papa!

— Não fala isso, monstrinha! Se tio Pete ouve eu vou passar fome durante um ano! Lembra, nada de gírias em casa...

— Nada de matemática por um ano, negócio fechado?

— Você é durona... – Resmungou se curvando e beijando a testa dela e apagando o abajur, tinha colocado ela no quarto ao lado do seu, não ia deixar Yim em outro prédio sendo que ela não gostava do lugar – Seis meses apenas, você não pode burlar a matemática para sempre, meu amor.

— Veremos.

Tin saiu do quarto evitando rir, porque sabia que parte daquilo era sua culpa e com total consciência que ele era péssimo em educar e ia levar bronca do Pete, outra vez. Mas Yim era tão genial...

Fechou a porta e os quatro guardas brancos se colocaram diante dela com os braços cruzados no peito. Yim ficou com os doze próximos em todo o tempo dele ali. Os doze próximos eram os doze guardas mais treinados do Can, liderados por Bai Luo e Gu Hai.

Os empregados do palácio olhavam aquilo com assombro e receio e era para ter mesmo, se soubessem um terço do que aqueles protótipos de padre brancos eram capazes, iam passar dez metros longe. O uniforme deles era uma mistura de túnica com batina que mal dava para ver as botas por baixo, Tin e Yim discutiam se um dia alguns deles iam tropeçar e cair pisando na barra. Yim apostou dois meses de geleia de frutas vermelhas que eles iam cair dia o outro e ele foi do contra porque tinha quase certeza que havia algo de baixo da túnica que evitaria isso, uma nove milímetros talvez? Não disse isso para ela, óbvio.

Meu seme engomadinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora