Você é meu

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Mesmo tendo dito que não ia voltar para cama de Tin, quando entrou no quarto tudo o que viu foi ela, grande, macia, fofinha, totalmente lhe chamando.

Ele acabou se jogando ali e logo voltou a dormir como se não houvesse amanhã.

Nunca mais ia beber na vida, não mesmo!

Quando acordou outra vez, a primeira coisa que viu foi ele.

O filhinho da mamãe engomadinho como se estivesse em algum comercial de beleza adolescente, sentado no sofá com os pés sobre um puff e com um livro com capa elegante e com letras em inglês nas mãos.

Seu semblante era compenetrado e Can percebeu que ele devia mesmo estar envolvido com a leitura. Sem o olhar dele sobre si, Can podia vê-lo com mais clareza... E ele era de fato bonito e elegante. Se não fosse pelo seu gênio difícil e seu olhar de quem achava o mundo todo insignificante, ele seria mais cobiçado do que o Pete na universidade.

Entendia parte daquela arrogância e raiva, o maldito irmão dele que conseguiu acabar com sua pouca confiança nas pessoas, mas a outra parte só podia supor que fosse mesmo da própria natureza de Tin.

Suspirou internamente, tinha mesmo sentido uma falta louca dele naquela semana em que ele sumiu, não podia fingir que não, mas ainda não sabia se o que sentia era amor como ele insistia que era.

Ainda assim, ele tinha como sempre torcido tudo até conseguir o que queria. Acontece que dessa vez... Se topasse aquilo tudo, ao menos Tin não iria sumir mais, porém...

"Beijos, beijos, beijos..."

Sua mente gritava nervosa e ele estremeceu levando dois dedos aos lábios.

"Beijos fazem parte do namoro, Cantaloupe"

A voz dele veio ainda mais cínica aos seus ouvidos e acabou por morder os lábios.

Não ia fingir que não gostava, não podia, pelo menos para si, contudo... Não sabia se estava certo beijar alguém sem amar de verdade.

Namoro! Como ia contar para sua mãe que estava namorando um cara?

Então lembrou da irmã e sua maldita mania de dizer que Tin namorava o Pete e acabou querendo rir irritado. Se ela só soubesse...

— Can, pare de fazer esses sons. Está perturbando minha leitura. Parece um ratinho resmungando.

Can arregalou os olhos e olhou para Tin que não mudou nada em sua postura, seus olhos ainda estavam grudados no livro. Como ele podia ter aquela atenção toda, caramba! E ratinho era!?

Irritado com a comparação e ainda mais irritado porque Tin o pegou pensando daquele jeito, acabou por sacudir os pés na cama e resmungar:

— Tão mandão!

Sabia que deveria xingar ele de algo mais forte, mas por algum motivo não conseguiu.

DROGA TINNNNN!

Deu as costas para ele e refletiu se aquilo estava mesmo certo.

Não ia dar certo, aquilo tudo era um grande er...

Sua mente entrou em branco quando sentiu uma boca invasiva morder sua orelha forte, mas sem machucar. Can arregalou os olhos para em seguida sentir o corpo inteiro arrepiado. Ai Buddha!

— Melhor – Tin sussurrou descendo os lábios pelo seu pescoço e o abraçando com uma das mãos apenas para deixá-lo ainda mais petrificado. Estava deitado de lado e pelo que parecia o mais velho estava na mesma posição atrás de si. Como ele tinha chegado na cama tão rápido? A boca alcançou seu ombro desnudo pela gola larga e Can perdeu alguns sentidos ali mesmo. O-o quê...!? – Minha teoria está certa, você fica quietinho assim.

Meu seme engomadinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora