Praia

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  Can sorriu quando a onda veio de novo tocar seus pés que afundavam levemente na areia branquinha da praia quase deserta e bonita que Tin os levou.

Era bem cedo, ele quase não dormiu, mas estava animado. Gostava do mar quase tanto quanto gostava de futebol. Contudo viu que Pete ao seu lado estava ainda mais animado que ele e Can sabia bem o porquê. Pete não desgrudava os olhos do Ae nadando sem camisa enquanto ele mesmo preferiu ficar com Can na beira da praia só olhando o mar.

Era gostoso porque o deixava ainda mais pesado... E ele gostava de poder ficar ali sem fazer nada e cochilar se quisesse.

Tinha acordado depois de uma hora de sono e de início quase jogou o Tin fora da cama só pela chateação de acordá-lo, mas daí lembrou da praia e fez aquele esforço. Porém pensou que iam para algum lugar cheio e não ali, naquele cenário de filme de náufrago. Mas no fim estava mais feliz assim, Tin não ia correr o risco de ser assediado por garotas bonitas e seminuas.

Muito bom. Na verdade, ótimo mesmo.

— Alguém parece bem feliz essa manhã. Seria a síndrome de raposa?

Tin se sentou ao seu lado estendendo um coco gelado e outro para Pete que agradeceu com a cabeça sem nem piscar para a direção do Ae. Ali as ondas eram bem pequenas então dava para ver o amigo nadar. Can no entanto virou a cabeça com os olhos chispando e viu o sorriso maligno do Tin por trás do canudo da água de coco.

— Vacilão morre pela língua, sabia?

— Não use esses termos comigo, Can - E Tin disse ficando sério - Você é meu futuro marido, tem que saber xingar com classe.

Pete se engasgou ao lado dele e Can rolou os olhos. Tin era tão sem noção!

— Não vou agir como sua esposa, idiota, se quer uma, vá procurar em outro lugar!

— Devo tirar a camisa e ir para uma praia badalada, Can?

— Faça isso e será um homem morto.

Dessa vez o coco do Pete caiu no chão e os dois se viraram para ele preocupados. Pete estava vermelho e piscava muito:

— Respira Pete, com calma.

Tin disse todo mandão como sempre, mas com a voz mais suave e Pete assentiu obedecendo.

— Eu não deveria prestar atenção e...

— Sem problemas, Can reclama, mas sabe como as raposas são espertas, não é mesmo? Ele vai se sair bem.

— Raposa sua bunda!

— Can!

Pete disse e então ele percebeu que tinha chamado sua atenção e corou ainda mais forte. Can acabou gargalhando.

— Tudo bem, eu sei que minha boca é suja, eu sei...

— Er...

— Raposas são assim...

— TINNNNNNNNNN!

Can deu um soco no estômago dele que só lhe olhou estreitando os olhos. Opa...

— Vou nadar! Olha só esse mar lindo, né não...

Saiu quase correndo dali engolindo em seco. Droga, porque perdia a paciência tão rápido com o Tin?




Tin viu Can correr para a água e riu internamente. Ele era tão fácil de provocar e distrair...

Meu seme engomadinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora