De última hora

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— Ainda bem que tenho uma professora tailandesa, senão eu teria me jogado dessa grade!

— E caído de fuça no chão em uma queda de um metro.

  Tin rebateu com seu risinho ‘maligno do Tin’ e Can suspirou. Francês era mais difícil que inglês, por Buddha!

  Suspirou e se estendeu na grama debaixo do sol suave da tarde no jardim da universidade. Eles iam esperar Pete e Ae para irem para casa. Os quatro estavam matriculados na mesma universidade francesa para alunos estrangeiros, graças ao Tin, claro.

— Só tivemos três dias de aulas ainda, amor, sem drama...

— Três dias do meio do ano, fora de casa e ainda sem falar quase nada além de obrigado e estou com fome.

— Suas palavras preferidas, vai se virar com elas.

— TINNNNNNNNNNNN!

  Ele riu e então se deitou ao seu lado olhando para o céu e falando baixinho dessa vez:

— Tenho que te contar uma coisa, Can, na verdade duas, mas com toda a movimentação de preparação na vila, a cerimônia de casamento e começo dos trabalhos no castelo, eu ainda não consegui um momento para isso. Na verdade, eu quero te mostrar antes de falar. Então essa noite vamos sair, tudo bem?

  Can virou a cabeça e assentiu olhando para o perfil do Tin admirando o céu. Ele estava relaxado, o que era difícil de ver desde que começaram a namorar. O fato era que na escola ele parecia quase ter a idade que tinha e isso o deixava um pouco triste, Tin merecia ser um garoto normal um pouquinho né!

— Eu vou te pagar um sorvete, quer?

  Tin sorriu de canto e negou:

— Não, porque eu quero com você dentro e seríamos presos na sorveteria.

— TIN!

— O quê? Estou sendo sincero.

— Eu vou cancelar nosso casamento do sábado! Seu pervertido!

  Ameaçou irritado e então ouviu o risinho provocativo que no fundo adorava ouvir.

— Fala com a sua mãe, ela é quem está organizando isso.

— Você é malvado, senhor meu marido.

  Reclamou fazendo bico e ele se virou rápido sobre si tampando o seu sol e lhe olhando firme e intenso:

— Repete.

  Can sabia que ele ia reagir assim por isso sorriu quase tão malvado e negou:

— Não mesmo, você não está merecendo...

— Can...

— CAN! TIN!

  Tin arregalou os olhos e se ergueu da grama o levando junto devido a voz nervosa e trêmula do Pete. Can correu para ele e viu que o amigo tremia:

— Respira Pete e fale.

  Tin ordenou firme e enquanto Can segurava as mãos geladas do Pete, sentia aquela calma fria que Tin possuía e que não sabia mais se alguém no mundo conseguia fazer igual.

— O... O Ae... Ele está na enfermaria.

— Quê!?

  Can disse assombrado, mas Tin passou pelos dois dando uma ordem crua:

— Venham comigo.

  A enfermaria era em um outro prédio e todos os cursos tinham que passar pelo jardim até lá, logo Pete também não tinha visto o Ae, só recebeu a mensagem dele no celular, lhe mostrando no caminho.

Meu seme engomadinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora