Bate à porta

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Pete acordou do sonho exótico ofegante.

Lá fora a noite já tinha caído e o telefone que agora estava caído no chão, tocava. A última coisa que lembrava era que ia tentar ligar para o Can... E tinha dormido?

Automaticamente tocou sua barriga pensando no sonho insano. Ele estava grávido, como pode sonhar com algo assim?

Sacudiu a cabeça e foi atender o telefone que não parava de tocar.

O sono ainda era pesado e por isso nem olhou para o número que chamava.

— Oi?

— Pete...

A voz do seu pai lhe fez congelar no lugar, como ele tinha conseguido o número?

Imediatamente pensou na atitude tola do Ae e ficaria horrorizado se não soubesse que ele estava bem e provavelmente já tinha chegado com Ren em Sidney. Can também tinha ligado dizendo que ia ficar tudo bem e que era para ele ficar tranquilo.

De tudo o que esperava, jamais seria seu pai lhe ligando, ainda mais depois de fazer um escândalo na casa dos Cullen por causa da mulher que ele mesmo trocou e que dificultou o divórcio até onde pode.

Se não fosse por Jin, o advogado que trabalhava para Tin ocasionalmente, nem o divórcio sua mãe teria.

O que ele pensava que estava fazendo?

— Pete... – A voz soou um pouco lenta e Pete pensou se ele por acaso estava bêbado – Tanto trabalho que eu tive com você e terminamos assim, E Apasiri nem para lhe proteger prestou!

— Não fala assim da mamãe!

— ELA NÃO É SUA MÃE!

Pete estremeceu com o tom que seu pai raramente usava com ele.

— Pai...?

— Ela não é a sua mãe! Ela nunca pode ter filhos, nenhum, e porque ela queria tanto, eu pedi ao Marcus que encontrasse uma criança para mim e ele te trouxe ainda bebê, o pagamento era uma noite com você quando ficasse adulto e por isso eu organizei um casamento de fachada com uma inglesa inútil, apenas para que pudesse vir para a Europa com uma boa desculpa mas você, seu filho ingrato, você estragou tudo! TUDO! – Pete ouviu sons de coisas se quebrando do outro lado da ligação e evitou tontear, seu pai estava ficando louco... não era verdade, não podia ser verdade... – Era apenas uma noite, Pete, uma única noite, porque você foi um filho tão ingrato!? Porque escolheu um comum pobre e estúpido!? Você é um Ebrahim e nem isso foi capaz de cumprir! Não se dar valor é a coisa mais imbecil das que já fez!

— M-Marcus... ele, e-ele...?

— Meu amigo que você fugia dele como um servo assustado. Eu assumi uma dívida para aquela mulher e ela nem para fazer a própria parte! Eu entreguei a ela uma criança linda, pura, de um harém protegido do mundo. Um descendente do preferido do príncipe persa mais exigente da história. Tudo o que precisava fazer era deixar que Marcus lhe tivesse... Eu queria tanto torcer seu pescoço delicado com minhas próprias mãos... – Mais coisas quebrando - Eu suportei todas as ameaças do seu protetor louco, aquele Phiravich... Eu engoli meu ódio porque esperava que uma hora você voltasse para o meu lado, mas não, simplesmente virou um amante qualquer de um comum qualquer. Marcus perdoou sua traição, afinal um comum nem é digno de contagem, mas você... Você está sempre rodeado de protetores não é mesmo e então se tornou pet da OMMP. Você deveria ir para o Marcus e não ele ter que mover um dedo para te pegar, e eu não consigo te alcançar... Eu devia ter lhe pegado mais jovem, mas esperei que entrasse na faculdade, esse foi meu grande erro! A OMMP estava proibida para você, seu tolo! Por que Pete...?

Meu seme engomadinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora