Promessa

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— E não deixe ele se mexer demais, mesmo, Can é elétrico!

— Sim, ele é, eu vou tomar conta dele, prometo à senhora.

— Eu sei que sim, meu anjo, eu sei.

E Can assistiu incrédulo sua mãe beijar a testa do Tin saindo do apartamento dele com aquele olhar mortal para Can como se dissesse "Se comporta, criatura!"

Tin fechou a porta e veio para si com aquele sorrisinho todo cheio de si, Can rolou os olhos.

— Dá para parar de rir de mim?

— É que a interação de você e da sua mãe é tão... Como posso dizer, graciosa...

Can queria chamar o maior de louco, mas deixou para lá. Graciosa? Tin tinha umas palavras que só por deus!

— Que seja – Can suspirou e se aconchegou melhor no sofá, estava bem cansado e já passava da meia noite – Essa coisa coça.

Ainda resmungou fechando os olhos. E então estava no ar, ou melhor, no colo de Tin que o levou para o quarto e lhe deixando sentado na beira da cama:

— Você não vai dormir sem tomar banho.

— Mas TINNNNNN, olha esse gesso e...

— Vamos protegê-lo, não se preocupe.

— Você não vai me dar banho!

— Não existe um só pedacinho do seu corpo que eu não conheça, Cantaloupe, sério que vai pirar com isso?

Tin o olhou arqueando as sobrancelhas e Can abaixou os olhos, não era isso... Era que...

— Eu me sinto inútil agora, como se estivesse dando trabalho e tudo isso...

— Você só fraturou o tornozelo, não quebrou o fêmur, Can, se acalme e me escuta com atenção, você não é inútil nem me incomoda isso, eu quero e vou cuidar de você, eu gosto disso. Muito.

Can o olhou um pouco chocado e viu que ele dizia a verdade, Tin parecia... Animado?

— Tin, você é um pouco louco, sabia?

— Tem razão, sou mesmo.

E ele voltou a pegá-lo e levá-lo para o banheiro. Uma hora depois Can já estava pronto para dormir, com o gesso seco e esticado na cama com um sono gostoso, pesado e acabou sorrindo quando Tin beijou sua testa todo amoroso:

— Vou imitar minha sogra, acho que queria um também.

Can o olhou e ele sorria tranquilo.

Tin... O amava realmente. Muito e com tanta força que vê-lo assim tão perto de si e com aquele sorriso mexia com toda a sua pessoa, seu coração ficava quentinho, seus sentidos despertos, sua alma tranquila.

— Tin – O chamou baixinho e teve seus olhos próximos dos seus naquela penumbra calma de madrugada – Eu te amo. Não acho que te amo sabe, te amo mesmo, eu passei algum tempo procurando respostas, mas acho que sempre soube. Desde a primeira vez e... Eu te amo, só queria que soubesse.

Can mordeu os lábios um pouco nervoso pela confissão não ser exatamente em uma hora muito romântica ou algo assim, mas seu coração decidiu que devia dizer. E ele disse.

Viu que de início Tin arregalou os olhos e então seu sorriso passou de suave para um sorriso que iluminou todo o seu rosto e chegou até Can como um soco no estômago, mas de um jeito bom. Porque Tin era tão bonito?

— Cantaloupe...

Foi tudo o que ele disse antes de beijá-lo com intensidade e daquele jeito que fazia Can perder a mente e esquecer o próprio nome. Então Tin, que estava de roupão, tirou ele e nu subiu na cama o abraçando cuidadoso.

Meu seme engomadinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora