__ O amor e febre que arde...em
meu sangue.
Clarissa Grambray nao conteve uma expressao de desagrado estas palavras ecoaram no ar.
Sinceramente , esse era o pior poema declamado por lorde Prudhomme desde que chegara a residencia urbana de seu pai uma hora antes .
Nossa , fazia somente uma hora?
Parecia que aquele cidadao idoso estava ali havia dias.
Ele entrara sacudindo um livro e avisara triufante que em vez de seu passeio habitual, leria para ela.
Clarissa , de fato , gostaria muito desde que a leitura fosse algo interessante e nao aquela baboseira.
E gostaria ainda mais se ele nao agisse como se estivesse lhe fazendo um favor .
Ela sabia muito bem a razao para essa subita mudança de planos .
Obrigando -a a permanecer comportadamente sentada enquanto lia alto , ele so tinha um objetivo evitar desastres.
Parecia que ate o velho e solidario Prudhomme estava ficando cansado de seus continuos acidentes.
Nao podia culpa -lo , ele havia sido extremamente tolerante ate entao , quase um santo.
Certamente , demonstrava mais compreensao e bravura do que seus outros pretendentes .
Parecia aceitar e perdoar todas as vezes que comfundia suas grossas coxas com a mesa de Cha e apoiava as coisas sobre elas;
esboçava um sorriso dolorido ao levar pisoes nos pes quando dançavam;e suportava com galhardia seus constantes tropeços e quedas quando saiam para uma caminhada no parque.
Pelo menos , era o que parecia , mas aparentemente hoje descobrira um jeito de se safar de tudo isso.
Pena que sua opçao de leitura deixasse muito a desejar .
Clarissa teria preferido fazer papel de boba no parque ou cair de cara em um bolo do que ficar ouvindo aquelas bobagens sem sentido.
__ Minha imaginaçao ganha asas de um passaro.
A voz de Prudhomme tremulava de paixao , ou talvez apenas de velhice, Clarissa nao saberia dizer.
A verdade e que aquele homem tinha idade para ser seu avo.
Infelizmente , isso pouco importava para Lydia.
Sua madrasta havia prometido a Jonhn Grambray que procuraria um bom casamento para a filha antes que ambos morresem.
Ate o momento , eles nao pareciam correr qualquer risco.
Ela , porem , estava em perigo iminente de se encontrar casada com o cavalheiro idoso ajuelhado a seus pes que, de braços erguidos, clamava amor eterno.
Prudhomme era um dos poucos pretendentes que ainda a cortejava.
__Juro minha....minha ... Lady Clarissa.
Prudhomme interrompeu o que ia dizer.
__ Por favor , aproxime mais a vela.
__ Esta dificil decifrar essa palavra.
Clarissa suspirou de tedio e olhou de soslaio para o pretendente.
Em sua visao embaçada , o rosto de Prudhomme era um borrao redondo e rosado , coroado por uma nuvem de cabelo prateado.
__ A vela , menina.
Disse ele com impaciencia, a irritaçao substituindo por um momento todo o charme do pretendente.
Clarissa estendeu o braço sobre a mesa a seu lado, pegou o castiçal e o segurou mais proximo a ele .
__ Bem melhor agora.
Disse Prudhomme satisfeito .
__ Onde estava mesmo?
__ Ah, sim.
__ Juro minha perene....
Ele fez uma nova pausa e fungou.
__ Voce sente o cheiro de queimado?
Clarissa aspirou o ar delicadamente .
Começou a abrir a boca para dizer que, sim mas antes que pronunciasse qualquer palavra , Prudhomme soltou um grito.
Pulando para tras de surpresa , ela observou o homem levantar -se de um sobressalto e começar a pular pela sala , levantando os braços enlouquecido e batendo com as maos na propia cabeça.
De inicio , Clarissa nao conseguiu entender o que estava acontecendo ate que o viu tirar da cabeça o que lhe parecia umacmancha branca , que outra coisa nao era se nao uma peruca que ele passou a bater com força contra a propia perna .
Ela deu -se conta entao de que talvez tivesse segurado o castiçal perto de mais da cabeça dele e posto fogo em sua peruca .
__ Ah, meu caro.
Clarissa abaixou o castiçal , sem solta -lo ate certificar- se de que estava bem apoiado sobre a mesa.
Com a visao distorcida e seu senso de distancia comprometido , ela quase derrubou o homenzinho ao pular da cadeira para ajuda -lo.
__ Afaste - se de mim!
Ele gritou , empurrando -a .
Clarissa caiu sentada na cadeira novamente e olhou -o estarrecida;
depois voltou a cabeça por ter ouvido um Zum zum a porta.
Todos os empregados da casa tinham ouvido os gritos e corrido a sala.
E claro que sua madrasta estava la tambem.
Sem os oculos , Clarissa nao enchergaria direito se a olhavam com pena ou repreençao, mas nao era necessario olhar para Prudhomme para adivinhar o que estava pensando.
Sua raiva ganhara corpo atraves dos poucos metros que os separavam.
Prudhomme estava tao zangado que suas palavras emendavam-se umas nas outras , tornando -se quase incompreensiveis.
Clarissa conseguiu compreender slgumas, como "idiota desajeitada"
"desastrada" e "um perigo para a sociedade";de repente , ele levantou o braço e avançou em sua direçao .
Ela congelou , temendo que ele fosse agredi-la .
Felizmente os presentes desconfiaram que ele estava perdendo o controle e se aproximaram .
No momento em que Prudhomme ia lhe dar um bofetao, foi impedido por varios criados.
Enquanto lutavam diante dela, Clarissa so percebia uma difusao de pessoas e cores.
Ela ouviu , porem , Prudhomme praquejar e um gemido que lhe pareceu ser Foulkes , o mordomo .
O praquejar continuou a medida que o borrao de vultos coloridos começou sair pela porta .
__ Que vergonha , Prudomme!
Choramingou Lydia , com a voz bastante alterada ao seguir os demais em tom ancioso.
__ Espero que tao logo tenha se acalmado , possa perdoar Clarissa completamente .
__ Tenho certeza de que ela nao teve a menor intençao de queimar sua peruca.
Clarissa afundou na cadeira com um suspiro de desgosto.
Nao podia acreditar que madrasta ainda esperava uni -la aquele homem.
Mas devia saber muito bem que Lydia nao desistiria de seu intuito.
__ CLarissa!
Endireitando-se rapidamente o corpo na cadeira , Clarissa se vomtou em direçao a porta e viu o vulto lilaz entra e bater a porta.
__ Como voce foi fazer uma coisa dessas ?
__ Nao fiz de proposito, Lydia.
Esclareceu Clarissa.
__ E isso jamais teria acontecido se voce me deixasse usar os oculos.
__ Nunca!
Lydia retrucou.
__ Quantas veses preciso lhe dizer que jovens que usam oculos simplismente nao arrumam maridos.
__ Melhor alguem meio desastrada do que com oculos.
__ Eu puz fogo na peruca dele!
Clarissa exclamou descrente .
__ Isso e bem mais do que um pouco desajeitada; na realidade , ultrapaça o riduculo.
__ Esta se tornando perigoso.
__ Ele poderia ter se queimado muito.
__ Poderia ! Graças ao bom Deus nao se queimou.
Admitiu Lydia , soando repentinamente calma.
Clarissa quase gemeu alto.
Aprendera muito depressa que quando a madrasta ficava calma , nao era um bom sinal.Gentecestou começando o livro novamente.
Ontem o wattpad o retirou da plataforma quem puder da estrelinha novamente eu agradeço
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Duque Sombrio
Historical FictionInglaterra 1720 Amor Perigoso Julian Montefort, o duque de Mowbray , sabia que a bela e estabanada lady Clarissa Grambray poderia ser perigosa . Ela era na verdade , um desafio . Mas era exatamente o desafio que ele precisava... Clarissa sempre dese...