Capitulo 27.

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Clarissa teve consiencia de quão comprometedora era toda aquela situaçao ficou perplexa quando Julian endireitou os ombros , e disse:
__Lady Grambray.  , tenho a honra de pedir a mão de sua enteada em casamento?
Clarissa mastigava a torrada e evitava encarar Lydia .
Apesar de não conseguir enxergar a expressão do rosto dela, podia sentir seu olhar toda vez que voltava a cabeça para a direção em que estava sentada.
A madrasta estava furiosa com ela desde a noite do incendio.
Ela não tocava no assunto do ocorrido , nem apos voltarem para casa depois do fogo ter sido extinto .
O fogo começara no hall perto do quarto de Clarissa , impendo que, pelo lado de dentro da casa , alguém pudesse se aproximar da porta para avisa -la .
Aquela parte do hall , seu quarto eos quartos de dois criados haviam sido os unicos comodomos destruidos; o salão sob seu quarto ficara também muito danificado por causa da agua .
Por sorte, todo o resto da casa estava perfeitamente em ordem , só exclamando ainda um pouco o cheiro da fumaça.
Clarissa passara a ocupar o quarto de hospedes desde então e estava praticamente sem roupa.
Tudo o que estava guardado no quarto fora queimado.
Para remediar a situaçao, haviam sido encomendados as pressas dois ou tres vestidos para ela.
Logo apos o pedido de casamento , Julian havia sugerido a Lydia que , durante a reforma que teria de ser feita , Clarissa ficasse na casa de sua mãe , mas a madrasta não consentiu , deixando bem claro , com uma atitude de desdém , que não voltaria atrás.
Embora tratasse Julian com a maior frieza , ele fingia não perceber o desprezo da mulher e , quando de suas vizitas , ambos , Clarissa e ele, procuravam ignorar tanto o silencio dela quanto os olhares glaciais que lhes dirigia.
Também não tinham muita alternativa .
Desde aquela noite, Lydia não permitira que ficassem sozinhos por um unico minito sequer.
Clarissa sentia -se inconformada.
Os proclamas ja haviam sido publicados , o casamento fora marcado para duas semanas depois do incendio, e tudo estava em ordem .
Lydia deveria estar satisfeita.
Afinal de contas , havia conseguido um Duque para sua enteada.
Mas era óbvio que não estava.
Clarissa suspirou e mordiscou a torrada , remoendo a mesma preocupação e temor que lhe assaltara desde a noite do incendio.
Sentia -se dividida.
Não poderia deixar de estar mais feliz diante da perspectiva de se casar com o homem que amava,  especialmente depois da experiência que tivera com ele na cama , provando que dormir com ele não seria sacrifício algum.
Tinha , porem o receio de que Julian tivesse se sentindo obrigado ao casamento depois do que havia acontecido e , portanto , acabasse não sendo feliz ao lado dela.
Não desejava a propia felicidade a custa da dele.
Preferia enfrentar o escandalo sozinha , se fosse o caso.
Havia sobrevivido ao primeiro, sobreviveria a este tambem.
Na realidade, era o que esperava ao serem flagrados por todos .
O pedido de casamento a surpreendeu tanto quanto parecia ter enfurecido Lydia.
A porta da sala de jantar foi aberta, e Clarissa voltou os olhos, estreitando -o para enxergar melhor quem entava.
La estava um homem alto, de cabelos grisalhos.
__ Pai !
Exclamou reconhecendo -o de imediato enquanto começou a caminhar e sua direção.
__ Ola Clary !
Jonhn Granbray abraçou a filha ,  envolvendo -a no aroma de fumo de cachimbo.
__ Que bons ventos o trazem , meu pai?
__ Como poderia eu deixar de vir correndo ao saber da noticia de casamento da minha filhinha?
Ele brincou.
Clarissa lançou um olhar em direção a Lydia .
A madrasta não mencionara que havia escrito para o pai.
__ Tambem lhe trouxe alguma roupa.
Sua madrasta me avisou que quase todas suas coisas foram perdidas no incendio .
__ Que bom , papai , obrigada.
__Agora vamos precisar tambem mandar fazer alguns vestidos de festa.
Lorde Grambray parou para observa -la .
__ Onde estão seus oculos Clary?
__ Clarissa os quebrou .
Lydia mentiu.
Logo apos meu primeiro bilhete , mandei outro recado para você trouxesse o par de reserva para que ela possa ver com quem esta se casando , mas deve ter chegado depois de sua partida.
Clarissa ficou surpresa com essa notícia, tambem não mencionada pela nadrasta.
Pelo tom da voz de Lydia , porem, providenciar os óculos naquele momento parecia mais uma maldade do que um gesto de bondade.
Não podia entender por que a madrasta achava que seria um castigo poder ver o homem com quem estava se casando.
__ Bom , acidentes acontecem.
O pai admitiu calmamente, fazendo com que Clarissa voltasse sua atenção para ele.
__ Estou muito feliz por voce , minha filha .
Sempre gostei de Mowbray .
Ele e uma excelente pessoa.
Clarissa notou que Lydia ficou chocada ao ouvir esssas palavras e sua surpreza foi maior ainda.
__ Você conhece Julian?
__ Conheço , claro .
Fui muito amigo do pai dele nos correspondemos bastante desde a morte de sua mãe.
O pai dele era um grande homem de negócios.
Conseguia tirar lucros de onde quer que pusesse as mãos.
Quando se aposentou , Julian o substituiu e passei a me corresponder com ele.
__ E eu não sabia disso.
Murmurou Clarissa.
__ Não havia razão para que soubesse .
Nunca haviamos converssado a seu respeito antes e acredito que ele nem deva mensionado para você.
O pai sentou -se a mesa e uma criada apressou -se em servir o chá para ele.
Clarissa reparou em Lydia .
Ela estava com uma expressão amarela no rosto.
Foi então que Clarissa se deu conta de que o pai não demostrava afeto para com a madrasta .
Ele a tinha abraçado ao chegar , mas nen sequer a comprimentara.
Pela primeira vez se perguntou que tipo de relacionamento os dois teriam.
Talvez houvesse uma razão para a amargura e ate mesmo para raiva que Lydia demonstrava.

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