__ Ate você se casar com meu pai.
Lydia olhou para o prato .
Depois de uma pausa, disse baixinho:
__ Achei que o queria assim que o vi.
Via como ele era com sua mãe e...
__ Você o conheceu enquanto minha mãe era ainda viva?
Clarissa perguntou surpresa.
Lydia confirmou com a cabeça , com os olhos baixos , quse envergonhados.
__ Eles se amavam muito.
Eu invejava sua mãe.
Quando ela morreu , adorei pois havia chegado a minha vez.
E fui por perto para conforta-lo , para externar meu sentimento pela situação dificil que seria para você não ter mãe.
Que seria dificil para ele também.
Você presava de alguém para ajuda -la se tornar adulta, especialmente depois do escândalo.
E criar uma filha e admistrar uma casa devia ser um peso muito grande para uma pessoa sozinha .
__ E ele se casou com você.
Clarissa completou baixinho , lembrando -se de que chegou a Grambray .Depois , aos poucos, ela foi se mostrando distante e fria até se tornar muito dessgradavel .
E não somente com ela mas com todos em Grambray.
__ Sim , ele se casou comigo.
Ela repatiu muito triste.
Como disse quase tive o que queria.
__ Mas , nao teve , não e?
Perguntou Clarissa, compreendo a situaçao.
__ Sabe por quê?
Porque não era exatamente meu pai que você queria.
Você queria o tipo relacionamento que ele e minha mãe tinham.
__ E verdade.
Ela admitiu, forçando um sorriso.
__ Você sempre foi uma menina esperta.
Se eu tivesse a metade de sua esperteza não teria estragado a minha vida.
Soltando um suspiro, Lydia passou a mão pelo cabelo e depois sacudiu a cabeça.
__ Ah, ele é bom e generoso a seu modo distante mas eu senti nada quando ele me beijou.
Desconheço essa paixão incontrolável de que você falou.
Eu o culpei por isso.
Ele se casou comigo para que eu cuidasse de você e da casa.
Era só o que importava.
Você era a filha da preciosa Margareth, e ele sempre demonstrou mais afeição e consideraçao por você do que por mim .
Apos uma pequena pausa, Lydia continuou:
__ Eu poderia ter convivido com isso.Muitos casamentos são simples, negociaçoes.
Me contentaria com o pouco de afeição que ele me tivesse e ate sua falta de interesse por mim se, pelo menos , eu tivesse tido meus propios filhos para criar.Mas não tive.
A mão de Lydia apertou tanto a xícara que segurava que suas juntas ficaram embranquecidas.
Clarissa ficou preocupada que ela pudesse quebrar a xicara de raiva.
__ Estou com seu pai ha dez anos, sem qualquer perspectiva de ter um filho.
A visão de Clarissa ficou turva mesmo com os oculos.
Ela deu -se conta de que os olhos estavam marejados de lagrimas de empatia.
Afastando as lagrimas e limpando a garganta , argumentou:
__ Você teve a mim .Eu teria sido sua filha.
__ Não era você que eu queria.
Contestou Lydia de maneira brusca, com um olhar duro.
Ela então desviou os olhos , envergonhada.
Me desculpe , Clarissa, mas você ja era bastante crescida quando cheguei a Gambray .
Quase uma mulher feita, com personalidade e atitudes propias...
E a replica exata de sua mae, que teve o casamento que eu queria o que sua mãe Margareth teve , um marido para amar e ser amada e um bebê meu.
Minha propia filha para se parecer comigo e a quem eu pudesse mimar e proteger.
Clarissa balançou lemente a cabeça.
__ E temho certeza de que minha mãe gostaria de ter tido o que voce tem.
Lyvia piscou, confusa.
__ O que eu tenho que ela não teve?
__ Saude! Respondeu Clarissa.
Minha mãe sempre foi fragil e doente.
Não tinha forças para fazer quase nada.
Um friuzinho podia feze-la adoecer por dias .
E todo o nosso amor não foi capaz de mante-la saudavel e bem.
Por um instante, uma expressao de vergonha passou pelo rosto de Lydia.Ela desviou os olhos e apertou lábios.
__ Não estou dizendo isso para envergonha -la .
Clarissa disse prontamente.
__ Digo porque, mesmo com tudo o que ela teve, e que você deseja , ela também não teve tudo.
Talvez ninguem tenha.
Lydia voltou a olhar para Clarissa tendo a expressão de vergonha dado lugar a curiosidade.
__ Ela era feliz?
Clarissa suspirou e pensou no passado, lembrando -se do riso da mae, apesar de sempre estar tao doente.
Margareth Grambray nunca demonstrou cansaco ou frustacao com aquela situacao .
Era de uma alegria incomparavel e sempre tinha um sorriso, apesar de todo o sofrimento.
Por isso todos a amavam tanto.
__ Creio que um lado dela deveria ser muito infeliz.
Clarissa finalmente respondeu.
Eu mesma acharia muito frustante conviver tanto tempo com a doenca .
Mas ela nunca demonstrou.
Uma vez ela me disse que a felicidade era uma escolha.
Se voce escolhecer negativa e melancólica, voce sera, mas se desejar ser feliz e estiver determinada a usufruir o que a vida tem para lhe oferecer , assim o sera.
Ela dizia que nao ha nada na vida da um pouco de cada, embora algumas vezes so consiguimos ver o que ha de ruim a nossa volta enquanto no do outros so vemos o que ha de bom .
Por isso precisamos ter olhos sempre atentos para o bom para nao nos deixarmos abater pelo desanimo e pessimismo.
__ Parece que sua mae era muito sabia.
Murmurou Lydia baixinho , com lagrimas nos olhos.
__ Gostaria de te-la conhecido melhor enquanto vivia.
Talvez se tivesse ouvido um pouco da sabedoria dela nao tivesse feito essa trapalhada irreparavel com minha propia vida.
__Por que irreparavel?
Indagou Clarissa, e Lydia soltou uma gargalhada seca.
__ Ah, nao sei .
Mas o que voce acha?
Estou ficando velha gorda, uma verdadeira matrona e estou casada com um homem que me odeia.
__ Eu nao a odeio .
Constetou Clarissa.
__ Seu pai me odeia.

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Duque Sombrio
Historische RomaneInglaterra 1720 Amor Perigoso Julian Montefort, o duque de Mowbray , sabia que a bela e estabanada lady Clarissa Grambray poderia ser perigosa . Ela era na verdade , um desafio . Mas era exatamente o desafio que ele precisava... Clarissa sempre dese...