Como ele havia sido agradavel .
Tinha uma impressao completamente diferente um duque.
Os poucos que haviam conhecido ate entao mostravam -se arrogantes e frios com ela , mas Julian fora doce e pasciente , compreendivo e pacisente compreensivo e encarajador.
Clarissa nao conseguia esquecer o som da voz , do halito com leve haroma de fumo e hortela, a firmeza dos braços em volta de sua cintura quando dançavam .
Sentira -se tao segura....
Era dificil de acreditar que ele fosse um devasso, um corruptor de donzelas.
Um suspiro da madrasta interrompeu seus pensamentos .
Ela procurou fixar os olhos na figura embaçada no banco oposto .
__ Se voce ao menos enxergasse um pouco.
Lydia levantou de subito.
__Eu nao precisaria me preocupar com suas possiveis fantazias sobre ele.
__ Por que?Clarissa indagou cheia de curiosidade , refreando o impeto de dizer que enxergaria muito bem se tivesse de volta os oculos.
__ Por que ele e tao feio quanto seus pecados.
Lydia teve o prazer de dizer.
__ Ele era um dos homens mais atraentes de Londres , mas participou de uma batalha da Guerra da Sucessao Espanhola e foi gravemente ferido no rosto , que ficou com uma cicatriz horrivel.
__ Ele e o assunto do momento agora.
Ninguem acreditava que ele ousasse aparecer com o rosto desse jeito.
__ Somos um par perfeito , entao.
Murmurou Clarissa.
__ Dois defeituosos apontados por todos.
__ Oque e isso?
Lydia reagiu brava.
__ Nada.
Clarissa virou o rosto , dando um suspiro.
A carruagem percorria as ruas da cidade que lhe pareciam uma longa mancha escura.
Nada do que a madrasta lhe dissera diminuiria Mowbray a seus olhos.
Simplismente nao acreditava que Mowbray lhe fizesse mal algum e sabia que ele nao era tao feio como a madrasta o pintara.
Tinha visto a cicatriz que corria de um lado de seu rosto quando ele se aproximava mais para falar com ela .
Embora nao lhe parecera tao horrivel e outro lado do rosto era perfeito.
Ele era incrivelmente atraente.
Mas nao contestaria a madrasta.Clarissa observou o movimento turvo do salao de baile e suspirou.
Transcorrera apenas uma semana do baile dos Morrisey, onde conhecera o duque de Mowbray .
Parecia meses.
A vida voltara a rotina de sua semi escuridao e da entediante atençao de Prudhomme.
Aparentemente , apesar do pequeno incidente , ele contivuava a corteja-la .
Naquele instante , Clarissa agradescia o fato de ele , como o anfitriao do baile, estar muitissimo ocupado para lhe dedicar qualquer atençao , mas estava bastante intediada.
Entediada as lagrimas.
Na verdade , estava um pouco obcecada pela noite em que conhecera Mowbray.
E, apesar da proibiçao da madrasta , anciava por reencontra -lo .
Observava entao os vultos das pessoas que passavam , prestando a atençao a suas vozes e rizadas.
Como se atraida por seu pensamento , aquela voz grave , suave , repentinamente sussurrou em seu ouvido .
__Esses eventos sao maçantes, nao sao?
Voltando -se sobressaltada, Clarissa viu o vulto escuro ao seu lado e piscou incredula.
__ Lorde Mowbray!
Exclamou radiante , no mesmo minuto temendo ter se mostrado muito anciosa.
Perguntou entao:
__ Maçantes por que ?
__ Estou com cara de entediada?
Clarissa pode perceber o riso na voz dele ao comentar:
__ Nao pude evitar de ve -la bocejar quando me sentava.
__ E...talvez eu esteja mesmo um pouco entediada.
Clarissa ficou rubra por ter sido pega bocejando.
__ Estou em Londres ha quase cinco semanas e a noite em que o conheci foi a unica coisa interessante que me aconteceu.
__ Nao achou interessante incendiar Prudhomme?
Julian aprovocou, fazendo -a corar mais ainda.
__ Nao me referia a esse tipo de coisa.
__ Tao -somente que eu me diverti em sua companhia.
__ Voce esta me bajulando.
Comentou Julian , com a voz enroquecida.
__ De forma alguma .
Clarissa assegurou, com sinceridade.
__ E a verdade.
__ Me fez muito bem dançar com voce, sem pisoes ou tropeços.
__ Entao vamos dançar novamente.
Ele sugeriu , pegando -lhe a mao para faze -la levantar.
__ Oh, nao!
Clarissa exclamou , tirando a mao.
Depois , desculpou -se com um sorriso.
__ Sinto muito, mas minha madrasta deve estar por perto e se nos vir juntos ira...
__ Bem , ela nao se sinta ofendido com minhas palavras .
__ Nao , de forma alguma .
Disse Julian , em tom seco.
Clarissa mordeu os labios , sentindo -se infeliz.
Sabia que ele tinha razao de se sentir insultado, mas nao sabia de que outra forma poderia ter lhe dito.
Julian deve ter entendido como se sentia , pois tomou sua mao e apertou -a com delicadeza.
__ Nao se preocupe .
__ Sou forte.
__ Alem disso, nao e a primeira vez que ouço esse tipo de comentario nesta temporada.
As palavras dele foram ditas de maneira meio casual e , ate onde sua pouca visao conseguia estar olhando ao redor agora.
Talves estivesse procurando uma desculpa para deixa -la , pensou, quando se voltou de maneira inesperada e apressou -a a levantar -se.
__ Creio que nao vejo sua madrasta e nenhuma das amigas dela por aqui neste momento.
__ Se nos apressamos, acho que podemos escapar para o terraço?
Clarissa repetiu confusa , acompanhando -o pela mao.
As portas do terraço ficavam bem ao lado do lugar onde estava sentada.
__ Nao me parece prudente.
__ Quero dançar com voce.
__ Dançar ?
Surpreendeu -se , ao perceber que ele fechava as portas do salao apos passarem , cortando todo o burburinho dos convidados , o som da musica e da conversaçao.
__ Mas se minha madrasta voltar e nao me encontrar?
__ Ela certamente vira me procurar aqui.
__ E verdade .
Julian murmurou.
__ E melhor sairmos daqui entao.
__ Venha.
__ Vamos ao jardim onde ela nao podera nos encontrar.
__ Assim poderemos dançar.
Julian , ao mesmo tempo em que falava, conduzia Clarissa aos tropeços para poder acompanhar o passo dele.
Nervosa , ela tentou lhe explicar:
__ Nao , milorde ,creio que voce nao entendeu o que eu disse .
__ Se ela der pela minha falta, vou estar em apuros quando voltar.
__ Isso e facil de se resolver , basta dizer que nescessidades urgentes a obrigaram a procurar um toalete.
__ Milorde!
Espantou -se , nao acreditando que ele ousasse mencionar uma coisa daquelas de forma tao crua.
Isso nao se fazia.
__ Desculpe , eu so estava tentando...
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Duque Sombrio
Historical FictionInglaterra 1720 Amor Perigoso Julian Montefort, o duque de Mowbray , sabia que a bela e estabanada lady Clarissa Grambray poderia ser perigosa . Ela era na verdade , um desafio . Mas era exatamente o desafio que ele precisava... Clarissa sempre dese...