Jessop abriu a porta assim que Julian e as duas senhoras se aproximaram dela.
__ Bem -vindo , milorde.
Bastou uma olhada no rosto de Jessop para Julian saber que estava em maus lençoes com o mordomo e provalmente com o restante do pessoal da casa.
Imaginava que os criados tivessem corrido como loucos para deixar tudo limpo e arrumado.
Não que tudo não estivesse sempre assim , mas eles deviam ter tentado caprichar um pouco mais quando souberam que sua nova patroa iria visirta-los e o espaço de tempo havia realmente sido muito curto.
__ Não fique aborrecido, Jessop.
Disse lady Mowbray ao entrar na casa.
Ja fiz um sermão para ele por não ter me dado ouvidos, nem avisado você.
__ Muito bem, milady.
Respondeu o mordomo , sem que sua expressão melhorasse um pouco.
Julian deu um sorriso amarelo ,mas sua atenção logo se voltou para Clarissa que estreitava os olhos examinando a entrada da casa, o esquema de cores ali era azul -escuro e lavanda, fazendo um fundo perceito para Clarissa em seu vestido creme.
Ela parecia , sem duvida , pertencer aquela casa.
__ Não se de ao trabalho de olhar feio para ele, Jessop.
Ele so tem olhos para a noiva.
Receio que meu filho esteja meio enfeitiçado e continuará assim por algum tempo.
Pelo menos até depois de se casar com Clarissa.
Ela não é encantadora, Jessop?
__ Muito encantadora , milady.
Disse Jessop de pronto.
__ Eles vão me dar lindos netinhos, não acha?
__ Com certeza , milady.
Vendo o rubor tomar conta do rosto de Clarissa, Julian lançou um olhar aos dois e disse:
__ Estamos aqui e ouvimos tudo o que disseram.
__ Ah, então de vez em quando você me ouve?
Lady Mowbray comentou rispidamemente , passando a mão pelo braço de Jessop e conduzindo -o para o hall.
Vamos ver que a cozinheira conseguiu fazer para salvar o dia, bom homem .
Julian tem mesmo muita sorte de um pessoal esperto e rapido como vocês.
Não importa qual seja a crise, você conseguem lidar com ela com grande presença de espirito, e , confesso , sempre fico impressionada.
Julian revirou os olhos ao ouvir a mae adular o mordomo.
Em poucos minutos , todo o pessoal estaria se matando para agrada -la e ninguem mais se lembraria do caos que tiveram de enfrentar por causa da visita inesperada.
__ Sinto muito toda essa confusão.
Murmurou Clarissa baixinha.
__ Não precisaríamos ficar para o Chá se...
__ Que bobagem .
Julian interrompeu bruscamente e deu um passo para frente para toma-la nos braços.
Parou, porem , quando a mãe lhe disse sobre os ombros:
__ Mostre a casa a Clarissa , Julian.
Ela deve , pelo menos, conhece -la um pouquinho antes de vir morar aqui.
Deixando os braços cair, Julian suspirou e pegou -a pelo braço , conduzindo-a até a escadaria.
__ Vou mostrar primeiro a ela la em cima.
__ Se vocês não descerem em quinze minutos, vou busca -los .
A mãe avisou antes de desaparecer a cozinha com Jessop.
Julian riu e subiu com Clarissa para o andar superior.Clarissa acordou muito cedo ansiosa porque era o dia de seu casamento .
Sabia que, mesmo se tentasse , simplismente não conseguiria dormir mais.
Deixou -se ficar na cama por alguns minutos, pensando eufórica sobre o dia a sua frente e principalmente sobre a noite.
Lembrando -se então dos óculos novos, sentou -se abrutadamente na cama , tirou -os da bolsinha em que estavam guardados e os colocou no rosto.
Um suspiro de satisfação brotou-lhe aos labios.
O mundo estava em foco novamente.
Ja não era sem tempo.
Tinha uma constante dorzinha de cabeça de tanto firmar e estreitar os olhos na tentativa de enxergar um pouco mais do que meros borrões.
Talvez não ficasse muito bem de óculos , mas o mundo a sua volta certamente ficava nuito melhor.
Não era nada agradável deixar de usa -los quando tinha vontade de gritar de alegria para que todos ouvissem que finalmente conseguia ver.
Mas achava melhor ainda mante -los em segredo ate que estivesse segura do amor de Julian.
Apesar de ele afirmar o contrário , temia que tivesse se disposto a casar somente para evitar mais um escandalo para ela.
De óculos agora, Clarissa considerou por um breve momento dar uma escapada ate a biblioteca para pegar um livro.
Antes , porem , que tivesse se decidido, o som do giro da maçaneta da porta quebrou o silencio do quarto.
Ela imediatamente tirou os óculos e pegou sua bolsinha .
Mal teve tempo de guarda -los , Lydia entrou no quarto.
A madrasta estava segurando alguma coisa que colocou sobre a penteadeira .
Mas Clarissa não saberia dizer o que era.
Depois ela se aproximou da cama .
Que pena que não estsva com seus óculos para ver a cara dela, pensou.
Por que a vinda de Lydia aquele horario e no dia de seu casamento não poderia ter um proposito muito bom.

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Duque Sombrio
Fiksyen SejarahInglaterra 1720 Amor Perigoso Julian Montefort, o duque de Mowbray , sabia que a bela e estabanada lady Clarissa Grambray poderia ser perigosa . Ela era na verdade , um desafio . Mas era exatamente o desafio que ele precisava... Clarissa sempre dese...