Molly fungou e , ao levantar a cabeca tinha esperanca nos olhos , como se Clarissa lhe tivesse dado algo que poderia redimi -la.
__E verdade , ou nao e?.
Clarissa ja comecava a se exaperar.
Como dizem eu estava caga como um morcego e desamparada feito uma crianca a maior parte do tempo.
Se voce tivesse querido mesmo me matar estou certa de que teria conseguido.
Em vez disso, voce so se saia mal .
Entretanto como criada , sempre foi muito eficiente.
Acho que voce nao teve coragem de me matar.
__ Nao mesmo.
Molly admitiu com outro soluco .
Eu queria magoa -la queria que sofresse, mas nao conseguia..
Fazendo uma pausa , ela falou baixinho, como se estivesse falando consigo mesma:
Clarissa teve um estemecimento ao se da conta de que Molly estava certa, Julian iria querer que ela fosse punida com toda a certeza .
Sua mente comecou a funcionar procurando uma saida para a. Moca e , entao seu rosto se iluminou .
__ America!
__ Voce pode ir para la .
Eu pagarei a passagem .
La voce podera ter um novo comeco , sem temer que seu passado possa assalta -la.
__ Eu nao tenho conducoes...
Eu pago sua passagem.
Clarissa insistiu , inclinando -se sobre a escrivaninha e puxando uma folha de papel para escrever um bilhete.
Tambem lhe darei dinheiro suficiente para comecar um pequeno negocio , pensao talvez...
__ Por que? Molly perguntou incredula . Por que senhora...?
__ Porque nos duas sofremos nas maos de seu irmao, Molly .
Ele nos enganou as duas e ambas sofremos por isso nos ultimos dez anos.
Voce mais do que eu.
Alem disso , lembro perfeitamente como voce foi boa para mim naquela viagem, meconfortando e garantindo que tudo ficaria bem.
Clarissa assinou o nome no bilhete ao banco para pegar o dinheiro e viajar de navio a America.
Vendo Molly hesitava , embora esperancosa , Clarissa tentou persuadi -la :
__ Voce pode iniciar um negocio la e ter uma nova vida , como uma mulher responsavel .
Algum dia , se voce progredir, como desejo , podera me pagar.
Tais palavras pareceram ser decisivas .
Ainda que relutante , Molly pegou o bilhete .
Sorrindo , Clarissa tirou a espatula da mao dela antes que mudasse de ideia, colocou -a sobre a mesa e entao pegou Molly pelo braco para acompanha-la ate a porta da biblioteca , temerosa demais que Julian pudesse chegar a qualquer momento.
__ Ha alguma coisa daqui que voce precise?
__ Nao , nao trouxe muita coisa comigo .
A maior parte de minhas coisas esta em Londres.
Entao va arruma -las antes de parti .
Disse Clarissa , abrindo a porta da biblioteca e indo com Molly ate o hall .
Tudo ficara bem.
Ouvi dizer que ha bastante progresso na Amarica, mas voce pode ir para a Franca , se preferir .
Voce tem muitas opcoes.Nem precisa me dizer qual escolhera.
Tudo ficara bem.
Vendo Kibbler que transitava pelo hall Clarissa o chamou e pediu que mandasse o cocheiro preparar a carruagem e a levasse para a frente da casa .
Depois foi com Molly ate a porta da frente e saiu parando em um degrau.
__ Tambem nao precisa deixar a Inglaterra , se nao quiser .
Juro que ninguem ira persegui -la pelo que aconteceu aqui.
Molly a encarou com um timido sorriso nos labios.
__E por isso que nao consegui machuca -la.
Clarissa levantou uma sombrancelha de forma inquisidora, e Molly explicou:
__ A senhora e muito boa .
Vi como muitas damas tratam os criados .
A senhora nao e como elas.
Sempre foi gentil comigo levando em consideracao minhas opinioes , como se fossemos iguais.
Ela deu um sorriso mais aberto.
Cheguei ate a desejar que meu irmao tivesse conseguido consumar o casamento.
Teriamos sido como irmas entao.
Clarissa arregalou um pouquinho os olhos .
__ Sim teriamos . Na verdade , fomos por alguns dias .
Ela sorriu tambem e abracou a moca.
A carruagem ha havia aparecido , vinda dos estabulos.
__ Se precisar de ajuda , me procure.
Clarissa cochichou no ouvido dela.
__ Obrigada.
Molly sussurrou , com lagrimas nos olhos , apertou a mao de Clarissa e subiu na carruagem.
__ Leve -a para onde ela quiser ir.
Clarissa recomendou ao cocheiro quando fechava a porta e se encaminhou de volta para casa, parando nos degraus da escadaria para ver a carruagem parti.
__ Voce tem um coracao muito mole.
Clarissa voltou -se abrutadamente ao ouvir as palavras ditas em voz grave de deu com o marido parado no degrau atraz dela .
Lorde Greville estava a porta atraz de Julian.
__ Ha quanto tempo voces chegaram?
__ Ha bastante tempo .
Respondeu ele , repetindo:
__ Voce tem coracao mole de mais esposa.
Ignorando a critica delicada do marido, ela se voltou para ver a carruagem que ja descia a alameda.
__ Voces continuam amigos?
__Claro !
Julian respondeu protamente, dirigindo o olhar para Alexssander que falou simultaniamente:
__ Ainda nao resolvi.
Clarissa esbocou um sorriso , depois , passando pela marido , deu o braco a Alexssander e o fez entrar.
__ Vamos la, milorde , perdoe meu marido por essas acusacoes falsas.
Voce deve saber muito bem como ele fica abobado quando se trata daqueles que ama.
Veja so ele nem percebeu ainda que estou de oculos.
Clarissa sentiu que o marido tropecou atraz dela ; ela parou , achando graca , e voltou -se para dar a mao a ele.
Julian estava palido e olhava fixamente para armacao de metal dos oculos de Clarissa.
__ Voce esta conseguindo me enchegar?
__ Sempre consegui milorde .
Posso simplismente ve -lo um pouco melhor .
Clarissa esclareceu em um tom carinhoso.
Vendo -o tao pertubado , Alexssander reagiu de maneira impaciente.
__ O cego tem sido voce, nao?
Sera que ate agora nao entendeu que sua mulher e miope e que de perto encherga?
__ Creio que meu marido achava que eu nao conseguia ver nada.
Clarissa brincou.
Os tres permaneceram calados por um momento entao Clarissa se voltou para Alexssander e sugeriu.
__Talvez , milirde voce possa ir ate o salao e se servi de um drinke?
__ Tenho uma ideia melhor.
Acho que vou voltar para Wyndham e deixar voces a sos.
__ Dito isso, ele beijou a mao de Clarissa, despedindo -se de Julian e caminhou ate a escadaria que havia acabado de subir.
Voce conseguia mesmo me enxergar antes?
Foi a primeira coisa que Julian perguntou ao ficarem sozinhos.
__ Sim marido.
__ Quando foi a primeira vez que voce conseguiu?
__ Na noite em que o conheci , quando voce se inclinou para falar comigo.
Voce chegou perto que pude ver bem seu rosto e esses olhos lindos e castanhos.
Julian virou a cabeca , inconsienmente escondendo o lado de seu rosto em que tinha a cicatriz.
Aproximando-se mais dele , Clarissa estendeu a mao ate o queixo dele, fazendo -o encara -lo e depois , pondo -se na ponta dos pes neijou a cicatriz que ele tanto odiava.
Julian estemeceu ao toque e a expressao de seu rosto era de medo.
__ Entao voce se casou comigo por pena?
__ Por pena?
Clarissa quase riu alto ao ouvir aquilo.
__ Que vergonha, milorde!
Dizer isso o insulta.
Voce e um homem atraente.
__ Sou um monstro .
Um simples olhar para meu rosto fez com varias mulheres desmarem.
Clarissa de ombros .
__ Talvez logo depois do ocorrido, quando o ferimento ainda era recente e estava muito exposto, muito vivo .
Mas ja se passaram dez anos .
Esta bem cicatrizado e se ajustou ao seu rosto.
Agora e simplismente uma parte de voce, so uma linha que desce pela sua face.
Acho que e muito maior em sua mente do que em seu rosto .
__ Nao , nao e.
Eu vi as mulheres se esconderem de medo.
__ Nesta temporada , milorde?
Julian hesitou e ela balancou a cabeca triunfante.
__ Acho que nao .
Imagino que uma ou duas mulheres ate tentaram se aproximar de voce enquanto estavamos em Londres.
Ela acrescentou, ao se lembrar da proposta indecente que lady Jonhson fezera a ele.
Julian bufou.
__ So estava buscando uma nova ecperiencia com um ser excentrico.
__ Custo a acreditar .
Contradisse -o Clarissa conduzindo o marido pela casa em direcao ao escritorio.
__ Mas sabe , acho muito bom que voce continue pensando desse jeito.
Assim nunca vou precisar ter medo de que voce me seja infiel.
Julian bufou novamente, seguindo -a ate o escritorio.
__ Voce nao precisa ter medo disso, de qualquer modo.
Nao tenho qualquer interesse em outras mulheres .
Aprontei tudo oque devia muito tempo atraz.
__ Hum.
Clarissa caminhou ate a escrivaninha se sentou na beirada dela.
Entao voce acha que eu o quero porque desejo excentricidade na cama?
Julian enrugou a testa.
__ Agora que voce me viu direito , voce ainda me quer?
__ Eu ja lhe disse. , marido .
Eu o vi na primeira noite em que nos conhecemos e muitas vezes depois disso . E sempre o quiz.
__ Me ver de maneira embacada e me ver perfeitamente e de perto sao duas coisas diferentes.
Clarissa ponderou por um momento .
__ E verdade milorde.
Voce esta certo sao duas coisas diferentes.
Isso signifaca entao que voce nao vai me querer por que uso oculos novamente?.
Julian piscou.
__ Nao e a mesma coisa . Voce pode tirar os oculos?
__ Nao se eu quiser ver.
Clarissa rebateu, depois escorregou da?escrivaninha e comecou a desaboatoar o vestido.
_ Talvez devemos fazer um teste.
__ Oque voce esta fazendo ?
Julian perguntou assustado, dando a volta para fechar a porta quando ela comecou a se despir.
Bem , me parece , milorde que estamos diante de um dilema .
Eu nao tinha oculos quando nos casamos , portanto voce poderia me achar verdadeiramente feia com eles.
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Duque Sombrio
Historical FictionInglaterra 1720 Amor Perigoso Julian Montefort, o duque de Mowbray , sabia que a bela e estabanada lady Clarissa Grambray poderia ser perigosa . Ela era na verdade , um desafio . Mas era exatamente o desafio que ele precisava... Clarissa sempre dese...