Clarissa começou a se preocupar que depois daquela conversa futil , Lydia nao permitiria que saisse com Greville, apesar dos esforços dele.
Naquele instante porem , ele tirou o relogio de bolso e endireitou o corpo na poltrona .
__ Ora , ora , meu relogio diz que e hora de ir .
Greville anunciou , e Clarissa pensou que ele propio talvez começasse a achar que estava exagerando.
__ Ja vai ?
__ Mas o senhor mal chegou.
__ Apezar do comentario , Lydia parecia aliviada.
__ Esta na hora .
__ Na verdade , nao pretendia mesmo ficar muito .
__ Minha intençao era perguntar se Lady Clarissa poderia me acompanhar em um passeio pelo parque.
__ Quero exibir meu novo figurino em publico , mas nao gostaria de calvagar sozinho , nao fica bem.
__ Bem...
Lydia hesitou por um momento e olhou para lady Havard .
Clarissa quase podia ouvir os pensamentos da madrasta.
Nao havia duvida de que estava confrontando os boatos sobre o comportamento mundano de Greville com o cavalheiro sentado em sua sala.
__ Lydia , deixe-os ir .
Lady Havard interferiu carinhosa.
__ Lorde Greville sabera cuidar muito. Bem dos dois.
Aparentemente a encenação de Alexssander convencera a madrasta de nada havia a temer , pois , de outro modo , mesmo a intercerencia de lady Havard nao teria surtido efeito .
__ Muito bem .
Ela concordou , balançando a cabeça.
__ Mas nao se esqueçam das mascaras e tenham cuidado e nao...
Euforica ante a perspectiva de rever Mowbray , Clarissa aceitou e colocou a mascara que Lydia lhe entregou enquanto repassava a ladainha de sempre .
__ Nao tocar em nada, nao andar sem ser de mãos dadas com lorde Greville para que ele a guiasse , e assim por diante.
Clarissa ja tinha ouvido tantas veses essas recomendações que sabia de cor.
A cada uma, ela balançava a cabeça em assentimento.
Lady Havard os acompanhou ate a porta e depois secapressou em tambem ir abrir a porta da carruagem , estacionada dos Grambray , e Clarissa foi alçada ao banco por Greville.
__ Nossa , Graças a Deus que acabou!
Clarissa ouviu o comentario aliviado de Greville ao pegar as redeas dos cavalos .
O inesperado tom grave e muito mais masculino de sua voz agiu como um catalizador , liberando seu riso diante de toda aquela situaçao .
Uma gargalhada espontania brotou de seus lábios e seu rosto ficou corado.
__ Sinto muito, milorde .
Clarissa disse entao em um so folego.
__ Voce deve estar me achando terrivelmente mal -agadescida , longe de mim isso.
__ Mas e que estava imaginando a consternação de minha madrasta por tenta acompanhar a conversa e nao conseguir.
__ Ela odeia parecer ignorante.
__ Essa e que é a maior estupidez .
Alexssander retrucou de imadiato.
Clarissa refletia sobre o que tinha ouvido quando ele acrescentou.
__ Trate Julian com carinho.
__ Ele tem muitas cicatrizes e nem todas sao visiveis.
Clarissa ia perguntar o que significavam aquela palavras enigmaticas quando a carruagem parou.
No mesmo instante , uma outra carruagem emparelhou com a deles.
Era uma carruagem fechada.
Observou ansiosa a porta ser aberta e um vulto saltar.
__Vejo que tudo deu certo .
Clarissa teconheceu de imediato a voz de Mowbray e nao se importou de adiar a pergunta que gostaria de ter feito a Greville.
Ela sorriu quando Julian se aproximou e com a respiraçao suspensa foi tirada da carruagem e colocada no chão.
__ Voce esta em divida comigo , primo .
Murmurou Greville da carruagem.
__ Sei disso.
Mowbray concordou , e Clarissa sentiu o riso em sua voz.
__ Vamos ficar por perto , Alex , assim voce nos encontrara facilmente na hora de levar Clarissa para casa.
__ Combinado .
Greville respondeu , sacudindo as redeas para fazer a carruagem andar.
Assim que a carruagem desapareceu ao longo do parque , Julian propos que caminhassem um pouco.
__ Acho preferivel a desfilar de carruagem e ficar olhando para os outros nobres, mesmo porque me desfiz de minha carruagem aberta e agora so teria uma fechada.
Ele justificou -se.
Clarissa hesitou por um momento e, esboçando um sorriso timido , concordou:
__ Voce acertou.
__ Nao estou nem um pouco interessada em "olhar" para outros nobres, como parece ser a moda; de qualquer forma, nao conseguiria enxerga -los mesmo.
__ Alem disso, acho que nao seria nada prudente sermos vistos na carruagem , pois se minha madrasta viesse a saber...
__ Mas estamos usando mascaras.
Julian mais do que depressa interrompeu -a .
__ Ninguem nos reconheceria .
Clarissa inconsciente levou a mao a mascara que a madrasta insistira que usasse antes de sair.
Estava na moda , naquela temporada, calvagar usando mascara , e o que quer que estivesse na moda Lydia a obrigava a usar.
__ Sera que minha falta de visao nao vai nos causar algum embaraço?
Julian pegou a mao dela e a colocou em seu braço.
__ Fique tranquila , lady Clarissa , nao permitirei que seja desastrada.
Clarissa relaxou no mesmo instante diante da atitude dele e sentiu -se feliz ao caminharem por uma alameda , aparentemente linda, cujas arvores e flores lamentávelmente nao conseguia enxergar direito.
Aguçando aos ouvidos , depois decalgum tempo , ela interrompeu o silencio que ja começava a incomoda -la .
__ E o barulho de agua que ouço milorde?
Julian olhou ao redor.
__ Nao me parece .
Começou a dizer e fez uma pausa .
__ Ja faz um bom tempo que não me lembro bem se esses jardins tem cascatas ou fontes .
__ No mesmo instante , porem , voltou -se para ela e disse sorrindo:
__ Voce tem excelente ouvido, milady.
__ Embora eu mesmo nao consigo ouvir , lembrei -me de que ha uma fonte proxima daqui.
__ Vamos tentar encontra -la!
Poucos minutos depois , ele viu a fonte e conduziu Clarissa ate ela.
Permaneceram ali por algum tempo , ambos sentindo -se estranhamente desconfortáveis um com o outro.
Clarissa fingiu estar contemplando a agua a sua frente , mas sua mente estava toda concentrada no homem ao seu lado.
Era uma agonia estar tao consciente da presença dele , e agonia maior ainda , o silencio que pairava entre os dois como uma barreira .
Eles pareciam ter se entendido tao bem no baile em que se conheceram e agora que estavam sozinhos nada tinha a dizer .
Era muito desconforttante.
Ela buscava , desesperada , na mente algo para dizer quando Julian deu uma pequena gargalhada.
__ O que foi?
Ela perguntou , levantando curiosa o rosto para ele.
__ Nada...
Disse Julian , acrescentando depois:
__ Estava apenas que sou um idota parado aqui, quase em panico , procurando desesperadamente algum topico para converssamos , mas parece que perdi toda a capacidade de falar .
Antes de qualquer protesto , Julian acrescentou:
__ Ao menos perto de voce , lady Clarissa, fico nervoso como um adolescente.
__ Me sinto assim também.
Clarissa admitiu tramquilamente.
__ E acho estranho .
__ Nao houve qualquer problema nas duas veses em que estivemos juntos e nao entendo a razao disso agora.
__ Nem eu .
Julian concordou.
__ Mas , felizmente , nao sou tao bobo assim , por isso trouxe algo para nos distrairmos.
Delicadamente , ele voltou a colocar a mao de Clarissa sobre seu braço e começaram a se afastar da fonte.
Observando a expressao curiosa de sua acompanhante , ele enfiou a mao no bolso e tirou um objeto escuro, colocando a mao dela sobre o mesmo.
__ Um livro?
Clarissa perguntou surpresa.
__ Sim , um livro .
__ Vou ler para você.
__ Vai ler para mim?
__ Lembro -me te me dito que , entre todas as coisas , o que mais sentia falta por não ter os oculos era de poder ler.
__ Entao pensei em ler para voce .
__ Sei que não e a mesma coisa , mas espero poder distrai -la um pouco.
__ Nossa , tenho certeza de que vou adorar.
Clarissa apressou -se em dizer , nao somente comovida pela atençao dele, como tambem agradecida de que tivesse encontrato um meio de compensar a falta de assunto.
__ E onde se dara essa leitura ?
Quiz saber.
__ Veja logo ali ha um pequeno caramanchao onde poderemos usufruir da sombra enquanto leio para voce.
__ Que livro voce escolheu?
Perguntou curiosa , assim que Julian escolheu um banco para sentarem.
__ Trouxe O Rapto da Madeixa de...
__ Alexandre Pope.
__ Isso .
Ele confirmou obviamente surpreso por ela conhecer.
__ Voce gosta dele?
Clarissa sorriu e assentiu com a cabeça .
__ Bem , entao vou começar.
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Duque Sombrio
Ficção HistóricaInglaterra 1720 Amor Perigoso Julian Montefort, o duque de Mowbray , sabia que a bela e estabanada lady Clarissa Grambray poderia ser perigosa . Ela era na verdade , um desafio . Mas era exatamente o desafio que ele precisava... Clarissa sempre dese...