__ Desculpe , eu so estava tentando....
Interrompendo o que ia dizer , exclamou.
__Diacho , alguem esta se aproximando !
Clarissa esqueceu no mesmo instante a falta de boas maneiras dele; seu coraçao disparou de anciedade.
__ Sera Lydia?
__ Nao sei, nao da para ver , mas ouço passos.
__ Venha.
Puxando -a para um dos lados da trilha do jardim em que havia um pequeno bosque , os dois infriltaram-se entre os arbustos .
Institivamente, ficaram em silencio, mantendo -se a espreita.
Um minuto depois , puderam visualizar duas figuras caminhando na direçao em que estavam.
Pura falta de sorte , em vez de seguir adiante , as duas pessoas pararam exatamente onde estavam escondidos e se abraçaram.
__ Oh , Henry !
A mulher sussurrou.
__ Hazel querida.
Fez -se ouvir uma voz tremula.
Clarissa franziu o cenho , reconhecendo de imediato a voz de Prudhomme.
__ Diaga-me que nao e verdade que voce tem intençao de se casar com aquela bobinha desastrada ?
Choramingou a voz feminina .
__O que sera de nos ?
__ Como ira ficar nossa grande paixao?
__ Eu amo voce , Hazel .
Assegurou Prudhomme.
__ E meu amor sera seu ate que eu morra, mas preciso ter um herdeiro.
__ Se nao meu primo ficara com tudo .
Clarissa riu internamente .
Era Prudhomme , tinha mesmo certeza, e a unica Hazel que conhecia era lady Achard!
__ Sim, mas...
__ Quietinha , meu amor.
Prudhomme procurou acalma -la .
__ Deixe -me apenas acalma -la.
__ Deixe -me apenas abraça -la e fingir que meus sonhos de todas as noites estao se realizando.
__ Que voce e minha e que nao precisamos ficar ocultando.
Houve entao um ruge -ruge de seda e um breve silencio.
Clarissa sabia que estavam se abraçando , mas pouco depois ouviu o som de beijos estalados.
Curiosa , procurou ficar na ponta dos pes para tentar ver alguma coisa entre os arbustos, mas tudo o que conseguia enxergar eram imagens nebulosas do colorido traje de lady Achard e o vulto mais escuro e esguio de seu acompanhante.
Estavam tao colados um no outro que seus rostos pareciam um grande borrao sob uma unica peruca branca.
Como se beijavam !
Clarissa ficou consternada , pensando em lorde Achard.
Nao tinha duvida de que era Hazel Achard.
Ela fazia parte do circulo de amigas da madrasta.
Com frequencia suas atitudes em relaçao a Clarissa eram bastante criticas e frias .
Agora entendia a razao.
Era ciumes pela corte que Prudhomme lhe fazia.
__ Oh , Henry , vamos fazer amor .
Sugeriu , Hazel , arfando.
__ Mas acabamos de fazer, meu amor.
Prudhomme protestou.
__ Sou apenas um.
__ Nao consigo ter um novo desempenho tao rapido.
__ Preciso me recuperar do fogo que voce acende em mim.
__ Ah! Houve um longo suspiro de desapontamento , e entao:
__ Se fossemos casados...
__ Se fossemos casados , poderia te -la em meus braços , como a tenho agora, todas as noites .
Prudhomme proclamou baixinho e depois praquejou:
__ Dani -se seu marido por ter tao boa saude!
__ Sim que se dane.
Hazel concordou .
__ Queria que ele...
__ Shhhh!
Prudhomme interrompeu -a.
__ O que foi?
Perguntou soando anciosa.
__ Acho que ouço alguem se aproximando .
O casal se separou imediatamente ; pouco depois surgiu uma outra mulher e parou aparentemente surpreza aos ve-los .
__ Ora , lorde Prudhomme , lady Achard.
Reconhecendo a voz de Alice Havard , uma outra amiga da madrasta, Clarissa se encolheu ainda mais entre os arbustos.
__ Lady Havard!
O casal exclamou em unissono, como se nao estivessem em fervoroso idilio uns minutos antes.
__ Tomando um pouco de ar fresco , Alice?
Hazel perguntou meio desconfiada.
__ Estou sim.
__ Esta bastante quente la dentro .
Lady Havard confirmou, acrescentando com certa ironia:
__ De fato , foi o que acabei de comentar com lorde Achard um minuto atras.
__ Arthur esta aqui?
Nao passou despercebido o tom de alarde na voz de Hazel.
__ Mas ele disse que nao estava com disposiçao de vir hoje.
__ Hum, acho que ele mudou de ideia.
Murmurou lady Havard satisfeita.
__ A proposito ele me perguntou se eu sabia onde voce estava , e eu lhe disse que achava que voce tivesse se firigido a mesa para jantar.
__ Oh!
Houve uma certa hesitaçao e depois o vulto de Hazel voltou -se para Prudhomme.
__ Muito obrigada, milorde .
__ Foi muita gentileza sua dispor de seu tempo para me mostrar o jardim .
__ Devo entrar agora.
Ela hesitou por um momento , depois perguntou com muita astucia:
__ Me acompanha , lady Havard?
__ Nao , acho que gostaria de ver a nova fonte de lorde Prudhomme.
__ Isso se voce nao se importa de mostrar,Henry?
__ Sim , sim , vamos .
Respondeu Prudhomme imediatamente .
__ Sera um prazer.
__Entao vou indo.
Disse Hazel , obviamente relutante, e seu vulto se afastou.
Clarissa esperava que Prudhomme e lady Havard saissem logo dali e entao ela e Julian poderian livrar -se do esconderijo e voltar a festa.
Quase suspirou de alivio .
Mas estava enganada.
Assim que Hazel se foi, lady Havard voltou -se para Prudhomme e , com voz embargada de ciumes perguntou:
__ O que ela queria?
__ Hazel disse que precisava de um pouco de ar fresco e me pediu para lhe mostrasse as novidades do jardim, o que eu nao poderia recusar .
Explicou Prudhomme em tom inocente , fazendo Clarissa revirar os olhos de indignaçao.
Deus meu, o homem e um mentiroso compulsivo.
Ah!
Exclamou lady Havard parecendo aliviada, resmungando depois:
__ Quando os vi saindo , pensei...
__ Quietinha , meu amor.
Prudhomme tomou -a nos braços.
__ Sabia que nao ha mais ninguem para mim.
__ Eu a amo , Alice , e amarei ate morrer.
__ Verdade , Henry?
Ela suspirou ao ser beijada ao longo do pescoço .
__ E que ando tao enciumada ultimamente.
__ Nao ha razao alguma para que voce tenha ciumes , meu amor.
Clarissa apertou mais os olhos e se esgueirou um pouco ao perceber que Prudhomme dera um passo para atras.
Santo Deus !
O homem acabava de despir os seios de lady Havard ali mesmo no jardim , Clarissa concluiu choacada ao perceber a movimentaçao das manchas e ruidosos estalo de beijos.

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Duque Sombrio
Ficção HistóricaInglaterra 1720 Amor Perigoso Julian Montefort, o duque de Mowbray , sabia que a bela e estabanada lady Clarissa Grambray poderia ser perigosa . Ela era na verdade , um desafio . Mas era exatamente o desafio que ele precisava... Clarissa sempre dese...