SEDUCTION 🎲 JIKOOK ABO 🎲

♣ XXXVII - The Pain Of Others ♣

Boa Leitura! ❤

“Não force ninguém a perdoar você, encha seu coração de amor, de arrependimento e implore pelo perdão de quem você ofendeu, se isto acontecer, haverá uma tremenda experiência de cura interior para ambos.” – Gil Nunes

     É uma dor que não desejaria nem ao meu pior inimigo. Se minha visão em relação a Yoongi fosse de alguém frio ou sem caráter, esse julgamento mudou ao vê-lo precisar do amparo de seu pai e uma outra senhora que parecia ser sua avó. As coisas funcionam desta forma, não sei se é um jeito de sermos punidos, mas é na dor que nosso caráter é forçado a mudar. Quando disse que não havia sequer um amigo dele ali eu estava completamente certo, nenhuma de suas fãs, nem sequer seus cúmplices.

     Quando ele retornou ao colégio hoje pela manhã foi ainda pior. Estava ao longe conversando com meus amigos, Hoseok foi quem apontou na direção do alfa e pela voz pareceu ter sido afetado pela imagem triste dele. As pessoas comentavam, se não era pela forma que ele parecia vegetar, era pela forma que sua mãe e seu irmão faleceram. Apesar de tudo o que Yoongi me fez eu tive compaixão, da mesma forma que Jungkook sentiu novamente a perda de sua avó ao participar daquela cerimônia fúnebre.

     Sim, não fizemos nada o fim de semana, na verdade passei todo o tempo dando assistência a um alfa que chegou a chorar por horas no sábado. A atitude de Jeon me assustou de uma forma que precisei ligar para minha sogra, a mais velha apenas disse que ele ainda passava por episódios dos estágios do luto, coisa dita pela psicóloga contratada para cuidar de Taehyung, mas que o estendeu bem uma sessão. Jungkook não havia comentado sobre isso, mas de qualquer forma senti que aquele não era o momento de tirar satisfações.

     Voltando a atualidade passei os primeiros turno de aula e o intervalo inteiro observando Yoongi isolado em um canto, o pior de tudo foi ouvir as duas princesinhas discutindo a melhor forma de se aproximar. Acreditem ou não, para alguém que nem sequer foi ao velório ou ao enterro elas até cogitaram lhe dar presentes caros. Momento onde percebi que eu não sou errado de querer preservar minha forma de agir, mesmo na dor de um amigo elas ainda acreditam na ideia de que dinheiro fará seu humor mudar. Claro, porque para elas contato humano como um simples abraço é somente quando estão a procura de sexo.

     – Sabe, é triste vê-lo assim. Por mais que tenha feito mal a alguém, todos merecem a redenção. – Taemin disse se sentando ao meu lado. – Vai falar com ele?

     – Acredito que não. Se eu me aproximar aquelas garotas vão me chutar dali. – Respondi imaginando uma forma de ajudá-lo a distância.

     – Jimin, ele não está se importando com a presença delas. Na verdade acredito que preciso ser salvo do meio daquele covil. – Meu amigo me fez perceber aquele olhar de desespero. – Como alguém pode ser tão invencível a ponto de comentar sobre bens materiais em um momento como esse?

     – Pessoas vazias de alma não tem sentimentos, Taemin. – Lhe respondi sentindo um aperto no peito. – Vou ajudá-lo, minha mãe e senhor Min pediram que eu ficasse por perto.

     Meu amigo voltou ao jogo enquanto eu observava Yoongi tentando coragem para me aproximar. Então aos poucos decidi caminhar em sua direção observando seu olhar fixado em um ponto qualquer da quadra, opacos como se não tivesse mais vida. Sendo sincero, acredito que desde o enterro de sua mãe e seu irmão aquele alfa perdeu a vontade de viver. Se ele ainda está vivo é por admirar seu pai, é por saber que ao menos alguém se importa com ele e tenta reerguê-lo, ou talvez não queira aumentar a dor daquele homem.

     – Quer conversar? – Perguntei me aproximando um pouco mais.

     – Ele está conversando com nós duas. Não precisa de sua presença aqui. – Hyemi disparou, mas não recuei diante da grosseria.