Emotional Rollercoaster

The True

- Eu sei. - Respirei fundo, deixando as coisas de lado. - Você deixou isso bem claro apesar de não assumir.

- Me desculpa. - Falou quase em um sussurro. - Não devia ter feito essa confusão toda.

- Realmente não devia. - Passei as mãos no rosto. - Olha, Justin... Você fez tudo isso à toa, John é só meu amigo. Não tenho nada com ele.

- Eu me sinto meio estúpido, pelo conjunto da obra. Não ter te ligado, a briga... - Respirou fundo. - Só não tenho tido dias fáceis e gostaria de te dizer o motivo mas você não quis me escutar.

- Bom, estou aqui agora. - Sentei ao seu lado na cama.

- Okay, só um minuto. - Foi até o closet e voltou com algo em mãos. Olhando bem, era uma fotografia. - Eu não costumo falar muito sobre essa história mas acho que pra você é necessário.

    Me entregou a fotografia e era ele com a tal Julie, de quem Chaz havia me contado.

- Essa é Julie, não é? - Ele me olhou um pouco assustado.

- Como sabe disso?

- Chaz... Chaz já me contou sobre ela. Eu vi um porta retrato e fiquei curiosa, tinha que perguntar.

- Entendi. - Ele respirou fundo. Era visível o impacto que aquele assunto causava nele. - Então já sabe o que aconteceu com ela?

- Não sei de fato, mas sei que ela faleceu e que era muito especial pra vocês. - Ele concordou.

- Então não preciso te contar nada. - Ele já estava com os olhos marejados mas forçou um sorriso e aquilo me atingiu forte. - Você já sabe de tudo.

- É uma pena. - Ele assentiu.

- Então... faz pouco mais de um ano, quase dois anos que ela se foi. E foi nessa data, um dia dessa semana. - Respirou fundo e eu já tinha entendido tudo. Chaz de mal humor, Ryan também, Justin nem deu as caras. Essa data atingia eles. - Sempre desanimo quando chega esses dias, era aniversário dela.

- Entendi. - O abracei e ele afundou sua cabeça no meu ombro. - Não precisa falar mais nada.

    Ele me abraçava forte e eu retribuía, acariciando sua nuca e cabelo. Quando percebi, já estavamos ali há algum tempo. Era esquisito mas eu sentia que poderia ficar ali por muito mais tempo. Não sei o que está acontecendo comigo.

- Me desculpe se te decepcionei, Kylie. De verdade. - Falou ainda dentro do abraço. E aquilo me derretia por inteira. - Sei que não é a última vez que vou te falar isso.

- Como assim? - Perguntei sem entender.

- É... ninguém é perfeito, né? As pessoas erram. - Agora sim fazia sentido. Concordei.

- Tá tudo bem, não precisa se preocupar. - Ele sorriu sem mostrar os dentes. - Eu tenho que ir.

   Ele riu fraco e me levantei.

- Sabe que não vou te deixar ir embora, não sabe? - Me olhou desafiador.

- Então quer dizer que é um sequestro? - Perguntei com as mãos na cintura.

- Digamos que sim. - Falou e envolveu os braços em volta da minha cintura lentamente.

- Acho que não é uma boa idéia sequestrar uma policial, não acha? - Falei envolvendo meus braços em volta de seu pescoço e ele deu um sorriso lindo.

- Eu não vejo nenhum problema se a mesma quer ser sequestrada. - Ri alto disso e ele também.

- Já disse que você é convencido? - Ele fingiu pensar.