Tudo começou naquele corredor vazio onde eu caminhava até o bebedouro que ficava entre o banheiro masculino e feminino, no final tomei tanta água que me senti de ressaca mesmo nunca ter nem bebido. Quando ia voltar para a sala peguei meu celular verificando minhas mensagens, que no fim não tina nenhuma. Ao me virar só senti o impacto do meu ombro em outro e meu celular se chocando no chão.
— Droga! — Me abaixei sem olhar com quem esbarrei, até ouvir aquela voz.
— Opa, quebrou? — Perguntou Henry Stuart.
Henry Stuart era tipo o cara mais popular do terceiro ano, com um sorriso encantador e um olhar hipnotizantes, ele era muito, muito bonito, só que não passava de um galinha egocêntrico e metido a besta. Praticamente tudo com que me faça pensar em nunca ter nenhum tipo de interesse, eu acho.
— Não. — Respondi verificando o celular já em pé.
— Espera, eu conheço você. — Concordei com a cabeça. — Temos aulas juntos, não é? Inglês?
— Espanhol.
Inglês? Da onde ele tirou isso.
— É isso aí. — O sorriso, o sorriso não. Me adverti.
Ficamos ali nos encarando em silencio por uns cinco segundos que pareceram uma eternidade. Até eu mostrar que iria voltar para a sala.
— Te vejo no quinto horário?
— Não temos espanhol hoje.
— Amanhã?
— Sexta-feira. — Sorri antes de dar a costa.
Aquilo com certeza tinha sido a coisa mais estranha que poderia ter acontecido, afinal ele nunca falou comigo, nem mesmo olhou na minha direção e já estamos mais da metade do ano.
No intervalo contei tudo para Maitê, minha melhor amiga desde que me mudei há três anos atrás. Ela é claro que amou desde de primeira, inventando mil possibilidades de me envolver com Henry e ir no baile de formatura com ele como um casal. Até aí estava tudo bem, até surgir aquele comentário.
— É impressão minha ou Henry está olhando para cá?
Quase me engasguei com a maça ao nota-lo do outro lado do pátio encarando enquanto conversa com seu melhor amigo, Vitor.
Por que diabos ele está olhando? O que está acontecendo hoje?
— Acho que ele ficou caidinho por você. — Afirmou ela, antes de cutucar minha costela rindo.
— Não sonha, é o Henry Stuart. Até hoje ele nunca trocou uma palavra sequer comigo.
— Idaí? Você é a Ayala Cristine, não vejo a diferença.
O resto do dia fiquei pensando no que Maitê disse, mas eu sou somente a Ayala. Henry já é totalmente o oposto disso e isso é ridículo.
Peguei meu diário para escrever formas de como não me apaixonar por Henry Stuart, mas travei olhando aquela página em branco, sem fazer ideia do que escrever. Olhei para o meu celular com aquele risco enorme na tela, tentando pensar em algum motivo para Henry ter ficado me encarando depois de meia dúzia de palavras sem sentido trocada. Isso não tem lógica!
O resto da semana parecia que tinha voltado ao normal, não cruzei mais o caminho com Henry e nos intervalos ele não apareceu na quadra onde eu e a Maitê costumávamos a ficar. Só que eu sabia que naquela sexta-feira eu teria a tal aula de espanhol com ele, então não sei qual vai ser sua atitude.
— Esse final de semana poderíamos fazer algo diferente né.
— Tipo o que?
— Não sei, todo final de semana ficamos em casa com meus pais falando sobre assuntos estranhos, como se fossemos velhas.
— Gosto de passar um tempo com seus pais, que mal tem.
— Você entendeu o que eu quis dizer. — Maitê revirou os olhos. — Tenho que ir, não posso chegar atrasada. Te espero na arvore.
É agora, a bendita aula de espanhol. Me sentei ao lado da janela onde já era de costume, quando vi Henry se aproximando com aquele sorriso enorme na cara vindo em minha direção e ali eu tive a certeza. Ele quer alguma coisa.
— Oi. — Puxei assunto, porque sou trouxa.
— Oi.
Ele se sentou na fileira ao lado ficando um pouco a minha frente, obvio que aquele lugar não era dele. Ele sempre sentava do outro lado da sala quase que na cara do professor.
— Estou tão cansado. — Ele se espreguiçou sentando-se de lado.
— Noite agitada?
— Não, só preguiça mesma.
— Então tá, estranho. — Falei sorrindo, o mesmo retribuiu.
Durante a aula não conversamos, mas toda vez que eu notava ele estava olhando e ao trocarmos olhares ele sorria. É loucura, mas eu não posso me apaixonar por alguém que não conheço.
.
(Continua)
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Como Não Se Apaixonar
Teen FictionAyala Cristine está no último ano do ensino médio quando cruza seu caminho com Henry Stuart, um dos garotos mais populares do seu ano. Depois de muita negação Ayala assumi estar gostando dele, MAS tudo isso vira de ponta cabeça com a misteriosa cheg...