Capítulo 14

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Ainda naquela noite eu e Henry fizemos sanduíche enquanto todos dormiam, e depois de escovarmos os dentes juntos rindo, fomos deitar e antes de cairmos no sono ficamos olhando um para o outro. Entre sorrisos Henry passava seu dedo indicador sobre meu rosto. Aquela sensação era absolutamente confortante, o que me fez cair no sono.
Na manhã seguinte acordei cedo e pelo silêncio deduzi que todos ainda estavam dormindo. Me levantei olhando para Henry, parecendo um anjo dormindo. Fui até a cadeira próximo ao lago e comecei a apreciar aquela neblina sobre o rio e as árvores distantes. Comecei a me lembrar de quando meu pai era vivo, em como minha vida era antes daquele acidente. Parece que eu ainda ouço o telefone tocar, minha mãe em choque me olhando provavelmente pensando no que seria da gente sem ele. Tudo aconteceu tão rápido, o tempo, as lembranças parece estar sumindo da minha cabeça. Eu sou uma péssima filha se eu disser que estou esquecendo o que é ter um pai? Já fazem quase dez anos. Aqueles pensamentos estavam me matando, eu precisava fazer algo para tirar todas aquelas dúvidas sobre meu sentimento pelo pai, quer dizer, eu nunca vou deixar de ama-lo. 

Alguns minutos depois, descalços me aproximei do lago com minha cabeça a mil fui me abaixar para minha mão alcançar a água, mas não notei o quão molhado estava ali e meu pé escorregou para fora da ponte dando impulso para o meu corpo ir para frente, no mesmo momento tentei me segurar mas sem sucesso. O impacto do meu corpo caindo na água parecia mil facadas entrando nas minhas costas, o desespero me fazia me rebater na água o que me levava para baixo a cada segundo. Mesmo tentando falar, respirar era tudo em vão, eu só conseguia engolir mais água e me afundar mais. Enquanto mais longe da superfície eu ficava, mais entendia que eu morreria ali, e ninguém iria me achar ali. Meus olhos começaram a se fechar por mais que eu lutasse para ficar ali, até que me vi sem forças para continuar lutando. Eles começaram a se fechar sozinhos e a última coisa que vi foi uma sombra se aproximando. 
— Ei, acorda! 
Jay tentava me despertar, quando senti seus lábios gelados encostando aos meus e ele puxando toda a água que estava em meu pulmão que me impedia de respirar. Ao jogar tudo para fora minha visão ainda estava embaçada enquanto ele dava tapas de leve no meu rosto a todo momento pedindo para que eu acordasse. 
Minha alma parecia ter voltado para meu corpo em questão de segundos, eu olhei para Jay todo encharcado me olhando de forma preocupada, mas nem um pouco desesperada, suas mãos seguravam agora meu rosto tentando ver se eu realmente estava bem. Acho que ficamos naquela posição por quase cinco minutos. Não sei, seus olhos, seus lábios. Era tão... diferente. 

.

(Continua)

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