Deu oito horas e eu já estava plantada na frente da casa de Maitê esperando o momento que aquele carro encostasse, imaginando como seria a minha reação, se meu coração dispararia como todas as outras vezes que o via chegar. Quando ele realmente chegou quase vinte minutos atrasado, eu me encontrava sentada no meio fio da calçada imaginando que ele já havia desistido de mim, me questionando o por que eu ainda estava ali. Mesmo após ele chegar eu permaneci ali imóvel olhando ele descendo daquele carro.
— Oi. — Falou ao se aproximar.
— O-oi.
Jay esticou o braço para que eu pudesse levantar e talvez eu tivesse ficado tão surpreendida dele não ter desistido de nós que aquele simples gesto já me fez abrir um sorriso.
— Me desculpa o atraso, sei o quanto é pontual.
— Eu acabei de chegar, não se preocupe. — Menti, é claro.
— Quer dar um fora daqui?
— Aonde você quer ir?
— Me diz você.
— Para o seu cantinho, sabe?
— Sério? — Jay sorriu de uma forma doce. — Vamos então.
No caminho eu olhava as vezes para ele tentando decifra-lo, tentando entender o que se passava na sua cabeça, se ele gostava de mim ou não, se eu iria realmente ficar com ele, se nosso destino era cada um de um no seu quadrado, eu não sei.
Droga eu estou surtando.
De repente começou uma garoa de leve a cair e logo após começou a engrossar destruindo todo os nossos planos de irmos até o fim da estrada leste.
— Droga. — Murmurei.
— Mudanças de planos, vamos para o Evans.
Para o Evans? Achei que Jay queria conversar, não fugir dela.
Mas não conseguir dizer nenhuma palavra além de concordar.
Quase uma hora depois chegamos em uma casa cheias de carro na frente e por toda a rua, as janelas enormes já mostravam que estava rolando uma festa e a faixa gigante escrito "Até logo Jay-jay" não escondia para quem era.
Saímos do carro e fomos em direção a porta, mas antes Jay pegou na minha mão e em seguida sorriu, só que um sorriso estranho, maléfico e frio. Tudo que consegui sentir foi como se ele já estivesse esperando por aquela chuva.
Ao entrarmos todos vinham, cumprimentava Jay e dizia o quanto ele ia fazer falta como se todos eles tivessem feito parte da metade da sua vida.
— Eu não acredito nisso que eu estou vendo, Ayala! — Berrou Evans ao me ver.
— Oi. — Sorri.
Logo após começamos a conversar em como estava a "vida" ou ele só queria ouvir o quão dolorido era todos esses dias sendo totalmente ignorada por Jay. Afinal, cadê ele?
— Você por acaso viu o Jay? Eu não vi para onde ele foi.
— Deve estar falando com o pessoal.
— Tenho que ir, desculpa.
Agora está claro que Jay está evitando esse assunto e até mesmo a mim, mas a pergunta que não quer se calar é por que diabos ele me arrastou para essa festa se sua intenção era agi feito um babaca. Eu precisava insistir e conversar com ele, preciso dessa certeza de que tudo realmente não existe mais.
Fui atrás dele e ao vê-lo ele estava sentado no balcão que separava a cozinha da sala, tomando alguma coisa, ignorando totalmente o fato de que eu estava ali, sozinha. Me aproximei bufando de raiva dele, esse não era o meu Jay.
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Como Não Se Apaixonar
Novela JuvenilAyala Cristine está no último ano do ensino médio quando cruza seu caminho com Henry Stuart, um dos garotos mais populares do seu ano. Depois de muita negação Ayala assumi estar gostando dele, MAS tudo isso vira de ponta cabeça com a misteriosa cheg...