Capítulo 52

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*** Capítulo narrado por Jason Morris***

   É hoje, ainda estou com medo e inseguro do que pode acontecer daqui algumas horas e ao mesmo tempo ansioso para saber meu destino. Minha mãe já está arrumada com um vestido preto de renda parecendo estar indo no meu velório e sua cara com certeza demonstra isso, enquanto Maitê está com um vestido floral e seus olhos ainda estão cheios de água. Observo cada detalhe delas, cada gesto, cada olhada e odeio isso, odeio saber que o motivo de tanta tristeza seja eu. 
— Já está pronto Jay? 
— Sim.
— Você está lindo. — Diz minha mãe enquanto acaricia meu rosto, com seus olhos cheios de lágrimas. — Vai dar tudo certo, tá? Eu prometo.
— Mãe, vai ficar tudo bem. Eu não me importo.
— Mas a gente sim! — Olhei para Maitê a fuzilando com os olhos. 
Sim, eu ainda não estava falando com ela devido as circunstâncias.
— Não vai começar vocês dois de novo por favor, hoje não.
— Eu não estou fazendo absolutamente nada.
— Esse é o problema Jay-jay, já faz duas semanas que você está me evitando!
— Você ainda não voltou a falar com ela? 
— Ah! Chega, pra mim deu! 
Ok, agora era um complô contra mim justo hoje? Não dá para me darem um folga só para mim conseguir pensar em como não fazer mais planos para o futuro, porque lamento não existe otimismo em mim. Que droga de vida! 
   
   De fato o caminho todo até aquele tribunal minha cabeça parece que vai explodir e tudo piora quando eu entro e vejo meu pai andando de um lado para o outro, ao me ver chegar ele paralisou demonstrando preocupação. Desde o dia daquele acidente é a primeira vez que vejo esse olhar novamente.
— Você chegou! Cadê sua mãe e sua irmã?
— Viram mais tarde. 
— Tudo bem, ok, vamos entrar.
Se eu já estava nervoso antes, ao entrar naquela sala do tribunal meu sangue gelou. Algo me mostrava que eu não sairia daquela ileso e que minha vida tinha acabado ali.

   Horas depois, escutando mil e uma coisa da qual eu nem me lembro a mãe de Melissa entrou para depor. Ela não me olhou feio, nem com raiva, muito menos com ódio, não sei o que devia pensar sobre isso. 
— [...] Jay sempre a amou, ele cuidou dela até o último momento lhe mostrou o amor e sou grata a ele por isso. Eu não acredito que ele possa ter feito isso propositalmente.
Meu corpo todo se arrepiou ao ouvir as palavras de Joyce, era como se aquela sensação tivesse sido causada pela própria Melissa me tranquilizando.
— Então você alega que Jason é inocente de qualquer afirmação do seu ex marido?
— Sim. — Suspirou.
— Ok, obrigada Joyce. Pode voltar ao seu lugar. 
Não demorou para chamar meu pai para depor sobre minhas atitudes.
— Sr. Morris você pode descrever um pouco sobre a personalidade de seu filho? 
Antes de responder ele me olhou angustiado. Eu e meu pai nunca nos damos bem, principalmente depois que Maitê nasceu, era como se ele só tivesse olhos para ela, a princesinha do papai, o orgulho dele, enquanto eu era só eu e então fiquei ali pela minha própria sorte. 
— O-o meu filho? O meu filho é o garoto mais incrível que já vi, ele é completamente amoroso com sua família. Nunca tivemos muitos momentos de paz mas ele nunca deixou de me respeitar e só quem já enxergou ele com a Melissa para saber que ele daria a vida por ela, que nunca encostados em um fio de cabelo dela.
   O que!? O meu pai está me elogiando? Ele realmente está me defendendo depois de jogar tantas vezes na minha cara que eu havia a matado? Isso está mexendo mais comigo do que eu poderia imaginar porque se esse realmente for o fim, eu estou grato.

   Depois do seu depoimento tivemos vinte minutos para que pudessem chegar a um acordo. Enquanto isso minha mãe emocionada não queria me soltar de jeito nenhum e meu pai tentava se aproximar até que finalmente conseguimos nos abraçar e ele falou em meu ouvido que me amava. 
Assim que os júris voltaram, eles não estavam nem um pouco com cara boa e isso está deduzindo tudo o que estava prestes a acontecer, até o juiz falar:
— Jason Morris, um passo a frente. — Assim que fui lá em frente ele continuou antes de pegar a carta da mão de um dos homens. — Os júris conversaram e chegaram a um acordo.
"Está bem, fala logo caramba!"
— Com oito votos você foi declarado... Inocente pela fatalidade ocorrida no dia trinta e um de janeiro de dois mil e quinze.

   A fixa ainda não caiu, já fazem quinze segundos que fui declarado inocente e eu não consigo me mover, como se tudo em volta estivesse em câmera lenta enquanto minha mãe corre em minha direção me abraçando forte junto com meu pai e tudo que eu consigo fazer é retribuir sem dizer palavra alguma.
— Jay-jay? — Ouvi a voz de Maitê a procurando com os olhos até me deparar com ela e Ayala paradas bem em minha frente, Ayala está com lágrimas escorridas pelo seu rosto enquanto tampa sua boca sem acreditar no que estava acontecendo.
— O-o que vocês estão fazendo aqui? — Questionei.
— Eu precisava te ver... — Esclareceu Ayala.
— Ela queria muito vir então a trouxe comigo. Vimos tudo! 

Já estava claramente emocionado com tudo o que estava acontecendo e ver Ayala parada diante de mim acabou de me derrubar, caramba meu coração está batendo muito forte. E tudo piora quando essa garota vem até mim pulando em meu colo passando seus braços pelo meu pescoço e me beijando, eu só consigo abraça-la forte e sentir seus cabelos macios entre meus dedos ao colocá-la novamente no chão.

(continua)

Espero que gostem da narrativa de Jay-jay!!
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Perdoem os erros pois já sabem!!

Obrigadaaa 🥰

Como Não Se ApaixonarOnde histórias criam vida. Descubra agora