Capítulo 78

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     Estava tudo indo bem, eu me arrumava para ir jantar com Henry depois de toda sua aula de dança e meus tombos. Mal sabia que quando pegando pegasse meu celular o tombo seria três vezes pior.

— Amiga, por favor cadê você? Me atende! Preciso de você. — Ao ler aquela mensagem de Maitê e várias ligações perdidas, travei. Meu coração bateu forte seguido de um arrepio na espinha. Senti que era algo com Jason.

Ao retornar a ligação para ela, me assustei ao ouvir sua voz falhar enquanto chorava.

— Oi, o que houve?

— A culpa é minha, eu estava com Jay-jay depois de deixar você em casa, Ayala a culpa é minha!

— Maitê você está me assustando, fala o que houve!? 

— O Jay-jay ele... — Ouço a voz de Carla no fundo, a mesma pega o telefone de Maitê. — Ayala, estamos no hospital, na central. Se puder vir para cá, precisamos de você.

— Carla, o que houve!? — Eu não aguentava mais esperar por uma resposta. — Fala caramba, o que aconteceu? Cadê o Jason? 

— Te explico aqui, quando chegar pergunta por Jason Morris. 

— Carla o que aconteceu com ele? — Ela ficou muda e não respondia, meu coração batia forte como se fosse explodir. Senti as lágrimas escorrendo pelo meu rosto queimando. — Fala caramba, o que aconteceu!?

Carla simplesmente desligou o celular, me deixando sem saber o que estava acontecendo. Andava de um lado para o outro no quarto, sem saber o que fazer, sem saber de absolutamente nada! Isso me apavora, eu preciso saber o que aconteceu, onde está o Jason, o que aconteceu com ele. Se tiver acontecido qualquer coisa com ele, eu não sei se vou aguentar.

Mandei mensagem para Henry cancelando nosso jantar e chamando um táxi direto para aquele hospital, estava tão desesperada que a cada sinaleiro fechado eu surtava. Quando finalmente eu cheguei, corri para a recepção.

— Oi, por favor o Jason Morris. 

— Seu nome e grau de parentesco.

— Ayala Cristiane, eu sou... — O que eu sou? — A namorada.

— Só segui reto no corredor, a família dele está logo a frente.

Quando olhei para aquele corredor enorme com aquela porta no fundo com aquele nome vermelho, eu soube que o meu Jason estava distante. Enquanto mais perto eu chegava, mais minha cabeça rodava, e tudo em minha volta girava. Ao atravessa-la, na sala de espera vi Carla, Sr e Sra Morris e Maitê que ao me enxergar correu em minha direção me abraçando forte aos prantos, meu coração estava estava tão acelerado que parecia que a qualquer momento iria parar.

— Cadê ele? — Todo mundo olhou para mim perdidos, e Sra Morris voltou a chorar se levantando vindo em minha direção. — Falem, pelo amor de deus cadê ele? 

De repente um homem de branco apareceu chamando pelos seus pais, isso era assustador eles falavam tão baixo e aquela angústia só ia me consumindo enquanto mais demoravam. Até que Dona Lúcia se virou para nós dando um sorriso aliviado em meio às lágrimas.

— Ele vai ficar bem, confio no meu filho.

— Mesmo sendo um pouco cedo para dizer, achamos melhor deixá-lo com o tubo respiratório pois tem possibilidade dele ter outra crise e acabar parando de respirar, o tubo vai ajudá-lo até retomar sua consciência.

— Como assim retomar a consciência? — Ela se virou novamente.

— Como lhe informei por conta da convulsão durante a operação, achamos melhor deixá-lo sedado para conseguir prosseguir. 

— Isso demora quanto tempo?

— Tempo que ele achar necessário descansar. 

— O que está acontecendo? — Sussurei.

— O Jay levou um tiro depois de entrar numa briga para defender eu e Maitê.

— Como assim? — O grande Jason havia sido derrubado? 

Carla começou a me explicar toda a história, uma história aterrorizante onde eu não consigo imaginar que alguém possa ter feito algo tão cruel a esse ponto. Tudo que eu precisava naquele momento era vê-lo e acreditar que ele realmente ficaria bem, que o meu Jason era mais forte do que isso. 

     Naquela noite avisei minha mãe que passaria a noite fora e no fim dormimos sentados naquela sala de espera, mesmo que eu acordasse a cada 10 minutos. Henry não tinha me mandado mais nenhuma mensagem, talvez eu entenda o quão bravo ele possa estar comigo, mas não podia deixar Jason nesse momento. Não iria conseguir ficar ali por mais nenhum segundo, eu precisava esticar as pernas, queria ar fresco mesmo que não quisesse sair dali nem um segundo e então foi quando tive a ideia de ir andar pelos corredores dos quartos. Talvez eu quisesse me ariscar e procurá-lo, mas minha certeza era outra.

     Eu não sabia em qual ele estava, não fazia ideia então deixei que meu coração me levasse. Ia caminhando passando quarto por quarto até que automaticamente meu coração apertou a passar em frente ao número 32, olhei para a porta e travei tentando retomar minha coragem. Se algum médico me visse iria me expulsar e eu com certeza não quero isso. Então ou eu entro, ou volto para a sala de espera agora!

— Jason!? — Olhei para aquela cama, me desesperando ao vê-lo desacordo, com aquele tubo na boca, ferido. Me aproximei dele, desmoronando.

Jason me feriu, porém Jason foi muito mais do que só dor e sofrimento. Ele era tudo o que eu poderia definir como amor, todos os dias ao seu lado tinham feito tanto sentido em minha vida que era estranho não conseguir odia-lo.

     Me sentei na poltrona ao lado, pegando em sua mão. Estava quente o que era um ótimo sinal. 

— Você pode me ouvir? Estava lembrando das suas músicas esquisitas, do seu jeitão dos anos oitenta, caramba como você é velho. Quando você vai decidir me fazer chorar de felicidade e não de preocupação ou por seu um grande babaca? — Sorri, enquanto as lágrimas escorriam sobre meu rosto. — Eu perdôo você Jay, mas você tem que me prometer não me fazer mais chorar.

(CONTINUA)

E AI PESSOAL??? 
Perdoem a demora, mas espero que gostem! Não esqueçam votos e comentários eles ajudam bastante e gosto de saber a opinião de vocês! 

Obrigadaaa

Como Não Se ApaixonarOnde histórias criam vida. Descubra agora