Capítulo 80

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     Depois de saber que logo Jason receberia alta, decidi ir embora e deixar aquele momento para sua família. Não queria ficar parecendo uma intrusa e para piorar eu precisava ir atrás de Henry, precisava me desculpar com ele e explicar toda a situação para ele. Sabia o quão magoado ele ficaria ao saber que corri para os braços e Jason o deixando para trás.

Sem pensar duas vezes fui direto para casa do Henry na esperança de encontra-lo em sua casa e por alguns segundos o peguei na porta da sua casa saindo.

— Henry! — Gritei correndo em sua direção. Ele se virou para mim e sorriu. — Será que podemos conversar?

— Eu estava indo trabalhar, mas acho que tenho alguns minutos. — Ele se aproximou me dando um beijo rápido. — Caramba, você está com cheiro de hospital, está tudo bem? O que houve ontem?

— Será que pode ser lá dentro? — A expressão de Henry mudou imediatamente.

Entramos para dentro e Henry me guiou até seu quarto e com as janelas eu pude perceber o quão claro era.

— Eu não sei por onde começar. — Resmunguei antes de me sentar na cama o olhando.

— Só me explique o que houve ontem, eu fiz algo? Não queria te forçar a dançar se está chateada com isso.

— Eu amei dançar ao seu lado! Não diga isso, você não fez nada. Só que o Jay foi baleado durante uma briga e eu fui para o hospital, Maitê estava junto na noite do meu aniversário após eles me deixarem em casa e...

— Uou, uou, uou Ayala para tudo. Deixa eu ver se entendi, no seu aniversário você passou com ele? Cancelou o nosso jantar por causa dele? Que merda está acontecendo aqui?

— Henry eu posso explicar, ele precisava de mim naquele hospital eu não podia deixa-lo. Ele poderia ter morrido.

— Foda-se cara, isso não é mais problema seu. Que morresse!

Na hora que aquelas palavras horrendas saíram da boca dele, eu não levei meu pulso acertando um tapa em seu rosto com toda a minha força. Henry me olhou com seus olhos cobertos de lagrimas.

— Henry... Eu... — Não deveria ter sido tão agressiva com ele, eu entendia sua frustração.

— Vá embora. — Henry olhou para janela sem sequer olhar para mim.

— Henry me...

— Vai embora! E saiba que enquanto você tiver ligada a esse cara eu e você não teremos mais nada.

— Você não pode fazer isso comigo.

— Eu posso e já estou fazendo, cansei de ser o seu brinquedinho, seu passatempo, ou seja lá qual a merda que você me vê.

Sai daquele quarto me sentindo a pior pessoa do mundo pela segunda vez com Henry e tudo por culpa desse sentimento inútil que tenho pelo Jason, eu não posso mais aguentar isso ama-lo me transforma em uma pessoa ruim. Mesmo que eu esteja gostando do Henry e de todos os momentos que estamos tendo eu não posso mais permitir machuca-lo, mesmo que ele esteja me trocando por esse Antônio, ele ainda consegue me proporcionar momentos bons e maravilhosos como naquele baile.

Já fazem cinco dias que Henry não me dá sinal de vidas e dois dias que Jason saiu daquele hospital. Eu ainda não sei o que fazer com minha vida, que faculdade fazer e nem mesmo se quero. Tudo que eu desejo é viver um dia de cada vez desperdiçando meu futuro brilhante que minha mãe tanto imagina e que provavelmente meu pai esperava que eu fosse ter.

Naquela tarde decidi ir na casa de Maitê para ver como estava tudo e Jason, mas na hora que cheguei lá ela arregalou os olhos como se com certeza não fosse uma boa ideia.

— Tem algo de errado?

— Só uma visita indesejável e em uma péssima hora.

— Essa visita sou eu? — Sorri de nervoso.

— Amiga claro que não, até porque você já deixou de ser visita a muito tempo.

Maitê tinha razão, já faz muito tempo que nem mesmo seus pais me viam assim, para eles eu sempre fui de casa desde o momento que comecei a andar com ela.

Comecei a explicar meu sumiço para ela e tudo o que rolou comigo e Henry e o fato de que eu realmente estava sentindo falta do seu sorriso e suas brincadeiras.

— Mas ele é muito babaca Ayala, olha o que ele falou do meu irmão e ele não tem nem direito de cobrar você. No seu aniversário ele te abandonou para ficar fazendo sei lá o que com esse tal de Antônio, já fazia tempo que ele estava dando essas desculpas e quer saber? Eu vou descobrir quem é esse cara, isso não é normal, a não ser que seja o amante dele. — Eu e Maitê caímos na gargalhada, antes de ouvir um berro vindo do quarto do Jason mesmo com uma música baixa tocando. Logo dona Lucia bateu na porta do quarto dele perguntando se estava tudo bem, quando ouvi sua voz rouca respondendo que sim.

— Quer que eu fale com ele? — Questionei Maitê.

— Não acho que seja uma boa ideia.

— Está tudo bem, você sabe que eu sei conversar com ele.

— Ayala não é isso, é que a He... — Antes de deixar Maitê terminar a frase bati na porta do quarto de Jay. — Droga!

— Jay, sou eu. — Dei somente uma batida e imediatamente ele abriu me surpreendendo ao vê-lo ali diante dos meus olhos bem, de pé, forte, saudável.

— Ayala, o que está fazendo aqui? — Ele da mesma forma que Maitê me recebeu, ele arregalou os olhos surpreso.

— Só queria saber se está...

— Então é ela? — Aquela voz feminina surgiu de trás do Jay.

A garota de cabelos curtos e uma grande tatuagem no pescoço me encarou de cima baixo cruzando os braços. Ela era baixa, bonita por sinal, porém seus olhos estavam completamente vermelhos de quem com certeza estava chorando.

— Helena por favor não começa cara! — Jason se virou para ela passando as mãos sobre o rosto como se estivesse cansado.

— Ayala vem. — Maitê veio para me puxar pelos braços.

— Não se preocupe, já estou de saída. — Ela passou por mim quando Jay ignorando minha existência a segurou pelo braço.

— Helena não faz assim cara, espera.

— Volto mais tarde, estou vendo que vocês dois também precisa conversar e se não for incomodo vou dormir no quarto da Maitê hoje. — Ela olhou para Maitê que concordou com a cabeça.

A garota foi se afastando pelo corredor enquanto todos nós olhava fixamente.

(CONTINUA)

Como Não Se ApaixonarOnde histórias criam vida. Descubra agora