Capítulo 25

1.8K 138 10
                                    

No dia seguinte enquanto ajudava Maitê com a casa comentávamos todos os ocorridos da festa, entre sorrisos bobos lembrando do acordo com Henry sobre ficarmos juntos porém com calma, sem precipitação. 
— Mas vamos concordar que nada supera a cara da July. 
— O pior não foi isso, foi ela tentando ficar com os garotos na nossa frente.
Eu e Maitê caímos na gargalhada, mas engoli seco segundos depois ao ver Jay saindo do quarto pela primeira vez depois do ocorrido.
— Bom dia Jay-jay... — Maitê ainda sorridente falou. — Você sumiu ontem, todos seus amigos ficaram perguntando de você.
— Problemas. — Sem olhar na minha cara caminhou até a porta colocando aquele cigarro entre os lábios.
Eu sabia que ele tinha passado dos limites ontem, mas eu não tinha direito de vasculhar sua vida. Necessitava de consertar isso.
— Ei, já volto. — Afirmei para Maitê e corri atrás dele.
Ele está abrindo a porta do carro quando corri em sua direção me colocando de frente a ele o fazendo fechar a porta novamente.
— A gente precisa conversar, e-eu sei que nã-não devia ter mexido nas suas coisas.
Droga! Por que estou gaguejando? Por que ele está me olhando com tanto ódio assim? 
— Jason me desculpa, eu juro que não cheguei a ver nada. Na verdade não deu tempo de ver nada. — Resmunguei.
Jay continuava me encarando nos olhos me deixando sem jeito, não sabia nem para onde olhar.
— Pode por favor sair da minha frente? Eu quero entrar no carro. 
— Jay sério, m-me desculpa. 
— Não. — Ao responder seco ele soltou aquela fumaça fedorenta na minha cara.
Tudo bem se ele não queria me desculpar o problema é dele, eu pedi desculpas. Quem estava deixando de ter uma amiga da hora era ele. "Quer dizer, colega né. Não deu nem tempo de ser amigos" Caramba por que eu estou tão nervosa? Meus pensamentos estão confusos, misturados, como vários rabiscos sem sentido.

Sai da frente do carro voltando para dentro da casa quando Maitê tentou disfarçar que não estava na janela, mas eu tinha á visto, então...
— Seu irmão me odeia.
— Não é verdade... Tá bom, talvez um pouquinho. 
— Você sabe o por quê?
— Não, mas pelo que ouvi deu para entender. Você sabe que errou. — Ela parecia desconfortável ao dizer aquilo.
— Mas eu não entendo... Como conseguiram, como você conseguiu passar três anos fingindo ser filha única para mim. 
— Porque ele é meu irmão e eu daria tudo para protegê-lo.
— Então eu não sou confiável? Eu sou sua melhor amiga. 
— Agh! — Bufou. — Não é isso Ayala.
— Tudo bem Maitê, eu vou para casa. 
Larguei tudo ali mesmo e fui para a casa, chegando lá respondi todo o questionário da minha mãe sobre como tinha sido a festa, se eu tinha me divertido, e etc. 
Minha cabeça estava prestes a explodir, até pegar meu celular e me deparar com aquela mensagem de Henry.
— E aí coisa linda, adivinha só o que vai rolar hoje.
Será que Henry sabe que odeio jogo de adivinhação?
— O que?
— Sua mãe vai vim jantar aqui em casa, bem que você deveria vir junto.
— Até iria, mas minha mãe não me chamou e seria um desastre novamente.
Isso com certeza seria um desastre.
— Capaz, juro que desta vez não vou pegar no seu pé :P.
Até parece que eu iria acreditar no Henry, ele adorava me provocar isso sem sombras de dúvidas. 
Confesso que abri um sorriso lembrando de todas suas provocações.

Depois que minha mãe finalmente avisou que iria jantar fora, comecei a assistir desenhos aleatórios na televisão quando ouvi a campainha.
— Será que é o Lourenço? Ele nem avisou que viria. — Falou minha mãe estranhando.
— Deixa que eu atendo então.
Era claro que eu queria atender, vai que Henry esteja junto e poderei olhar com cara de deboche para ele. Mas ao abrir a porta me deparei com ninguém menos que...
— Ja-Jason? O-o que está fazendo aqui? — Gaguejei.
— Ayala! Quem é!? — Minha mãe gritou lá de dentro me fazendo olhar.
— Ninguém importante. — Voltei a olhar para Jay que me olhava furioso com aquele cigarro na boca. — O que você quer aqui?
Até o momento eu achava que ele estava ali para me desculpar por mais cedo, porém o que aconteceu foi totalmente ao contrário.
— Como ouça virar a cara para minha irmã por conta da minha vida? 
— Não é isso, eu só acho que ela deveria ter me contado. E você mesmo se sentiu incomodado dela ter escondido você para os amigos.
— Não garota, ela não tem a obrigação de te falar nada. Foda-se que ela escondeu, todos tem seus motivos, afinal é a porra da minha vida! — Jay alterou a voz me assustando. — Agora se for para ela ter uma amiga como você, tenho certeza que ela estará bem melhor sem sua presença. Então só vou te falar uma coisa, fica longe dela e da minha vida!
— Você não sabe o que está falan...
— Eu sei sim, pode ter certeza que eu. 
Jay se virou indo em direção ao carro jogando aquela bituca no canteiro da minha mãe. Senti meu rosto queimando e uma enorme vontade de chorar que chegava doer a garganta, ele simplesmente veio até a porta da minha casa para me esculachar e me mandar ficar longe da Maitê? Independente de qualquer coisa ela sempre será minha melhor amiga.

.

(Continua)

SEXTOU com um capítulo novíssimo! E aí, o que estão achando? Não esqueçam dos votos e é claro os comentários, eles ajudam muito, incentiva muito também.
E perdoem se houver algum erro pois ainda não tive tempo de revisar!

Obrigadaaaa

Como Não Se ApaixonarOnde histórias criam vida. Descubra agora