Como Não Se Apaixonar

Capítulo 12

Que diabos Henry estava fazendo ao lado de Lourenço? O que estava acontecendo aqui!?
— Oi, chegaram cedo. — Minha mãe abraçou Lourenço e cumprimentou Henry.
— Viu só, eles se conhecem.
— Sério Ayala? Você nunca o mencionou antes.
Eu e Henry nos encaramos, ele de cara começou a rir enquanto e eu tentava esconder meu nervosismo.
— Fazemos aula de espanhol juntos.
Depois daquele clima constrangedor, fomos para a mesa jantar. Lourenço e minha mãe pareciam se dar super bem, até que ouvi aquelas palavras que quase me fizeram engasgar.
— Meu filho agora diz que está de namoradinha nova, não é mesmo Henry?
Eu quase gospi o suco por toda a mesma. Henry caiu na gargalhada e minha mãe mostrou se incomodar com minha atitude.
— Ayala! Que isso. 
— Mãe, desculpa.
— Estou mesmo, tendo um caso com uma garota bem maluquinha. Não é mesmo Ayala.
— Você bem que gosta. — Falei o provocando, esquecendo totalmente a presença da minha mãe e do Lourenço.
— Adoro. 
Henry falou passando a língua pelos lábios e sorrindo.
— Por acaso vocês dois querem nos dizer alguma coisa? — Lourenço perguntou olhando desconfiado para minha mãe.
— Eu não, você quer Ayala? 
— Querem sobremesa? — Perguntei me levantando da mesa.
— Eu ajudo.
Henry se levantou vindo atrás de mim enquanto minha mãe e Lourenço conversam.
Na cozinha eu queria surtar com Henry.
— Como você não me contou isso? — Sussurei.
— Eu não sabia, ele me chamou encima da hora para conhecer a namorada. Só fui notar quando parou aqui na frente!
— Eu não acredito que isso está acontecendo... Andava de um lado para o outro, tentando achar uma solução ou uma explicação para o mundo ter se tornado tão pequeno.
— O que vamos fazer?
— Ei, ei... — Henry me puxou pelos punhos. — Pense pelo lado bom, vamos passar mais tempo juntos. "Está bem, eu sorri".
Henry se aproximou e me beijou. Aquilo com certeza havia me acalmado, mas me afastei logo em seguida.
— Vamos, antes que venham atrás.
Depois do meu "encontro" com Henry na cozinha, ele parou de provocar ou jogar indiretas na mesa. E finalmente tudo começou a ocorrer bem e aquilo me deixou bem, pelo simples fato de ver minha mãe sorrindo.

Mas tarde eles foram embora e eu corri para a casa de Maitê esperar Henry e Vitor virem para irmos, mas até o momento eu não tinha visto Jay em lugar nenhum pela casa. 
Depois que contei para ela toda a confusão que tinha acabado de rolar na minha casa, perguntei:
— Então, cadê o Jay?
— Deve estar no quarto se maquiando. — Brincou.
— Eca.
Caímos na gargalhada quando ouvimos a buzina do carro de Vitor.
— Pode indo, vou avisar Jay. Ele vai com o carro dele.
— Tudo bem.
Ao chegar no carro cumprimentei Vitor e dei um beijo rápido no Henry que pulou para o banco de trás para ficar comigo. Não demorou e Maitê chegou entrando no carro jogando a bolsa sobre mim.
— Ele já está vindo. 
Todos ficaram apreensivos olhando pela janela esperando Jay aparecer. 
Quando ele apareceu, segurava a bolsa nas costas e encarava todos nós que obviamente tentamos disfarçar. Ele se aproximou do carro cumprimentando todos porém fuzilando Vitor com os olhos, e não era pra menos, porquê Vitor e Henry não era flor que se cheire. "Até o momento".

Durante todo o percurso do caminho, Henry e eu ficavamos sempre com brincadeiras infantis de empurra-empurra e em seguida ele me puxava e me beijava. Até que ele abriu seu Instagram e começou a fazer vídeos aleatórios, quando mirou a câmera para mim e soltou aquelas palavras.
— Olhem, apreciem, essa garota.
— Para com isso. — Ao tentar empurrar o celular ele voltou para ele. 
— Essa minha namorada é louca. 
Em seguida ele encerrou o vídeo e simplesmente eu estava paralisada o encarando junto com Maitê. 
— O que? O que eu disse?
— É... Vo... Henry! — gaguejei.
— Vocês estão assumindo um namoro publicamente? — Maitê perguntou.
— Que? Não! Eu não namoro ele, Henry eu não sou sua... Sua namorada.
— Ok, ok. 
Henry revirou os olhos e se virou para frente.
— Eu quis dizer, você nunca nem pediu.
— Ok.
— Agora vai ficar bravo?
— Ayala, eu disse O-K. 
O clima se tornou-se tenso e todos ficamos em silêncio, abri a janela e fiquei olhando os holofotes. Até chegarmos.

.

(Continua)

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