Capítulo 3

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(Segunda-feira)

Evitei Maitê o final de semana inteiro inventando compromissos com minha mãe, mas acho que hoje era inevitável. Até porque desde que coloquei meus pés nesse colégio, estão todos me encarando como se eu fosse um bicho.

— Achei que você nem ia aparecer hoje. — Maitê chegou do meu lado.

— Tem prova no terceiro horário.

— Notou? Todos estão comentando que você é a garota que...

— Mais idiota do colégio.

— Não, que você deu um fora no Henry Stuart. Isso vai ficar para sempre na história.

— Qualquer uma pode fazer isso, é só querer.

— O problema é que ninguém quer né, só você.

— Enfim, ele está muito bravo?

— Eu acho que...

Antes de Maitê terminar de falar, Henry e Vitor estavam se aproximando, nos encarando.

— Oi. — Falou Henry, passando reto me olhando de canto.

— É eu acho que não está.

— Me diga o que rolou depois que fui embora.

— Bom, ele ficou te olhando e depois deu risada. A brincadeira acabou e foi todo mundo dançar e então ele ficou com duas garotas e subiu com uma delas.

— Que novidade...

.

No intervalo, Maitê estava me forçando ir com ela falar com Vitor e é claro Henry, demorou um pouco até que concordei.

.

Enquanto ela conversava com Vitor, eu olhava para o nada já que estava morrendo de vergonha de puxar assunto com Henry, mas ele sempre me ajuda nisso.

— Se fazendo de difícil então? — Henry se aproximou.

— Eu? — Henry balançou a cabeça. — Achei que estava bravo, afinal estão todos comentando sobre a garota que deu um fora em você.

— Por que eu estaria? Ainda não acabou.

— Será que não?

— Vou entrar... mas não se esqueça.

— Do que?

— Você me deve um beijo.

— É o que veremos.

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(Sexta-feira)

O professor inventou uma dinâmica em espanhol na sala em que você e seu parceiro tem que dialogar na frente de toda a turma.

— Quem vai começar? — Perguntou o professor enquanto todos se encaravam. — Vamos turma!

— Eu começo. — Henry se levantou indo até lá na frente.

— Finalmente alguém com coragem. Quem vai ser sua dupla?

— Ayala. — Ele me olhou sorrindo e toda a sala me olharam.

— Não! Professor não.

— Ayala por favor, venha aqui.

Tentei teimar com o professor que não iria, mas claro eu não obtive sucesso. Quando me aproximei de Henry sussurrei "Você está morto" o fazendo rir.

— Por favor, comecem. — Falou o professor se sentando, enquanto Henry me encarava até soltar aquelas palavras.

— ¿Por qué usted no quiere besarme?
     (Por que você não quer me beijar?)

Eu paralisei na frente de toda a turma que no mesmo instante arregalaram os olhos. Minhas mãos começaram a suar frio. Eu realmente queria mata-lo.

— É... Eu... por que você...

— Ayala em espanhol por favor. — Pediu o professor nos analisando.

— Porque usted eres un idiota.
    (Porque você é um idiota)

— Ayala sem xingamento! Para o seu lugar agora.

— Te odeio! — Falei apontando o dedo para Henry que olhou para a turma e riu.

— Você não deveria falar assim comigo. — Falou ele se sentando a minha frente.

— Não fala comigo.

— Você se faz muito de durona, mas todo mundo já percebeu que você quer ficar comigo.

— O que? Você não acha não que se eu quisesse eu já não tinha? Sério mesmo que vai ficar me atormentando para curar seu ego ferido de ter levado um fora?

Henry mudou de expressão no mesmo instante, então peguei minhas coisas e mudei de lugar me afastando dele.

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Quando finalmente cheguei em casa minha mãe estava cozinhando.

— Uau, não vamos comer comida congelada hoje.

— Felizmente não! Tenho uma novidade para você.

— Lá vem merda... diga.

— Conheci um cara! Eh! — Minha mãe falou toda animada.

— O que? Como assim?

— É uma longa história! Vou te contar tudo no jantar e logo você poderá conhece-lo se quiser.

— Está bem. — Falei muito feliz por ela.

Eu realmente estava feliz pela minha mãe. Desde a morte do meu pai ela se retrancou muito e agora que finalmente ela estava conhecendo novas pessoas me deixava muito tranquila, saber que ela não tinha desisto de viver também.

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Depois daquela noticia tive um começo de noite maravilhoso, colocando as conversas em dia com minha mãe. Por instantes esqueci as atitudes repugnantes do Henry e dele em si.

Mas não demorou muito para Maitê começar a me encher de mensagens me chamando para ir em uma festa onde obviamente Henry iria. E ela achava que me alertando disso me faria mudar de ideia... errou.

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(CONTINUA)

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OBRIGADAAA

Como Não Se ApaixonarOnde histórias criam vida. Descubra agora